Domingo,
14 de junho de 2020.
Evangelho
de Mt 9, 36 -10,8.
Reiniciamos
com a Igreja nossa caminhada no Tempo Comum.
A Liturgia de hoje nos convida ir até quem necessita de alguma coisa:
uma palavra de amor, de paz, de esperança, de saúde, alimentos...
Jesus
vê o povo cansado e abatido como ovelhas sem pastor e sente compaixão, sente
seus problemas. Ninguém fazia nada por eles, nem as autoridades religiosas, nem
os políticos romanos, só exploravam o povo que vivia muitas dificuldades,
doenças, pobreza, exploração. Na maioria das vezes, as dificuldades do povo são
consequência da corrupção dos dirigentes, que existe em todas as épocas. Jesus
sabe que a necessidade de trabalhadores para a o Reino de Deus é grande e usa
esta metáfora: a messe é grande e os trabalhadores são poucos.
Jesus
não queria que sua missão parasse, por isso já tinha formado o grupo dos
apóstolos e discípulos para continuarem seu trabalho. Chama então seus Doze
Apóstolos e os envia em missão para anunciarem que o Reino dos Céus está
próximo. Dá-lhes poder para expulsar demônios e curar doenças, purificar
leprosos e ressuscitar mortos.
Jesus
tinha urgência de enviar seus discípulos e apóstolos no meio do povo para
anunciar a mensagem do Reino como Ele anunciava e o que recebera do Pai e transmitira
aos seus auxiliadores. Os seus discípulos teriam a responsabilidade de
restituir a vida e a dignidade às pessoas exploradas, excluídas pelo sistema
político religioso e dos ricos de coração duro.
Jesus
recomenda que primeiro eles fossem às ovelhas perdidas da casa de Israel, não
por preferência, mas por necessidade. Os samaritanos e os pagãos não estavam
sendo excluídos, nem colocados em segundo plano por Jesus. Ele recomenda
primeiro ir “às ovelhas perdidas da casa de Israel” porque para Jesus a pior forma
de dominação é a religiosa. Por isso recomenda começar por onde havia mais
exclusão e dominação, pois seus dirigentes se tornaram maus pastores,
explorando o povo em nome de Deus, esse povo que um dia fora seu. Se o povo
estava abandonado, a principal culpa era da religião, devido aos abusos e
omissões daqueles que deveriam agir como bons pastores e, no entanto, esqueceram-se
de agir com amor, misericórdia, compaixão.
Os
discípulos deveriam ir anunciar a boa nova do Reino na gratuidade e no amor,
levar alívio, esperança para o povo sofrido e maltratado, recuperar a vida
ameaçada e explorada. “O Reino dos céus
se manifesta como vida em plenitude, com justiça, solidariedade, amor e
inclusão. Esse Reino não pode ser imaginado como um evento futuro, porque é no
presente que as multidões são mutiladas e maltratadas, exploradas e privadas de
vida e dignidade”.
Hoje
nós somos os propagadores, os semeadores, anunciadores da Palavra de Deus,
devemos levar a todos a libertação, a cura aos corações, a fé, a esperança para
todos que estão desanimados, desiludidos. Devemos levar, por meio de gestos
concretos, o amor, a compaixão, a generosidade de Jesus a todos que nos
ouvirem, que conviverem conosco.
Pelo batismo somos missionários de Jesus e assumir o nosso
compromisso com amor, com entusiasmo, com vocação, com audácia, levar Jesus às
pessoas e trazer as pessoas a Jesus. Ser missionário é a vocação de todo
cristão católico, que ama Jesus. Todo batizado recebe por esse
sacramento a fé e a vida divina, a graça Santificante, e assim a Trindade Santa
passa a agir nele. Além do mais, pelo batismo nos tornamos filhos de Deus,
pertencentes à sua Igreja, corpo místico de Cristo, logo somos chamados a
proclamar a todas as pessoas o amor de Deus, seu Evangelho e sua Igreja. É uma
graça de Deus conhecermos o seu amor, as maravilhas de sua criação, e não
podemos ser egoístas retendo tudo isso só para nós se quisermos construir um
mundo de justiça, paz, harmonia no hoje da vida.
Não precisamos ir aos confins do mundo para sermos missionários, cada um tem um chamado de Deus,
e para a maioria de nós, que somos chamados ao sacramento do matrimônio e a
vida familiar, devemos exercer a nossa missão nos lugares que estamos presentes.
Onde fomos plantados, aí devemos dar flores.
Podemos e devemos ser missionários no trabalho, escola, no
comércio, e principalmente na família onde devemos sempre anunciar Cristo, educar os filhos na fé e no amor. Eu vejo
com muita tristeza a falta de compromisso de inúmeros católicos com esse
anúncio de Jesus, quantos pais e mães não evangelizam seus filhos, apesar de
serem batizados, casados na Igreja.
Quando medito sobre missão e missionário, lembro-me muito de Santa
Terezinha, que desejava sair pelo mundo anunciando o amor de Deus e não pode
por causa de sua frágil saúde, mas do convento ela, por meio de orações e
sacrifícios, converteu muitas almas.
Palavras do nosso querido papa Francisco: que o missionário “é o servidor de Deus que fala, que deseja falar
aos homens e mulheres de hoje, como Jesus falava às pessoas de seu tempo e
conquistava o coração das pessoas que iam ouvi-lo e ficavam admiradas com os
seus ensinamentos”.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Maravilhoso. Deus a abençoe
ResponderExcluirReflexão Iluminada. És uma mulher cheia de Deus. Obrigada! Saúde e Paz.
ResponderExcluirAMÉM! Tudo pra a maior honra e glória do Senhor! Obrigada!
ResponderExcluirMaria de Lourdes