6 de Março- Segunda - Evangelho - Mt 25,31-46
Bom dia!
Quem poderá hoje dizer quem estará a sua direita e quem estará a
sua esquerda?
Enquanto cristãos, esperamos um dia encontrar e descansar na graça,
portanto temos um imenso compromisso com a construção do reino e com os que um
dia habitarão essa terra. Isso difere muitas vezes do que alguns podem pensar,
pois temos irmãos que se prontificariam até em ficar a porta do céu para
“selecionar” quem poderia entrar no céu (risos); temos irmãos também que se
prontificariam em ficarem as portas do céu de mãos levantadas e louvando por
aqueles que adentrarem, mas infelizmente, hoje temos também em menor número,
pessoas ajudando a arrebanhar as ovelhas perdidas. É fácil tosquiar a ovelha
que está no cercadinho e a que me segue…
Se declarar católico, evangélico, cristão não é atestado de
salvação, pois como vimos esses dias, nem todo que diz “senhor, senhor” chega
ao céu… Repare o que diz o comentário desse texto segundo a CNBB:
“(…) Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a verdadeira
religião não é aquela que é marcada por ritualismos e cumprimento de preceitos
meramente espirituais, afinal de contas ele não nos perguntará no dia do
julgamento final se nós procuramos cumprir os preceitos religiosos, mas sim se
fomos capazes de viver concretamente o amor”.
Outro contra censo é estar à frente de um trabalho de evangelização
e não acreditar no que prega sendo até assim, mais perigoso que aquele que não
acredita em nada. Um exemplo: Jovens, diferentemente do que pensamos, gostam
sim de regras. Não gostam de assumir isso, mas sem regras em casa eles costumam
seguir as de alguém que admira. Como é decepcionante para um aluno ao ver seu
professor, a quem tem como referencia, brigando, xingando, fumando, (…).
Quando deparamos com essa informação sacamos a velha frase “faça o
que eu falo e não o que faço” ou aquela outra “não podemos julgar, somos
falhos, erramos”… Reparem o quanto nos protegemos e relutamos em assumir nossas
mazelas. Temos medo de assumir que somos seres em construção. Pessoas que estão
a frente deve se empenhar ainda mais e serem melhores, não só nos lindos
discursos e sim na vida.
“(…) Não cometas injustiças no exercício da justiça; não favoreças
o pobre nem prestigieis o poderoso. Julga teu próximo conforme a justiça. Não
sejas um maldizente entre o teu povo. Não conspires, caluniando-o, contra a
vida do teu próximo. Eu sou o Senhor”. (Levítico 19, 15-16)
Quanto aos louvores… Muitas vezes tecemos lindas palavras,
escrevemos lindos discursos, mas em outros momentos nosso humano ainda não
convertido publica outdoors de contra testemunho. É o irmão, o padre, o pastor
que “vive na igreja” e não muda o coração; é aquele que arma um imenso “beiço”
quando toma um “não”: é aquela catequista que vai com o “cofrinho” de fora; é o
jovem bobo e bêbado no carnaval pra agradar os amigos; é o pai que fura o sinal
vermelho; é a mãe que compete com sua filha de 15 anos; (…). Como convencer
alguém com palavras se respondo com os gestos que minha vida ainda não acredita
nelas?
Hoje o mundo oferece igrejas “a la carte”, onde em qualquer esquina
promete-se tudo que é imaginário a atender nossos desejos. O que essas
“igrejas” ainda não ofereceram o Google oferta a resposta. Um líder, uma
liderança que não sabe acolher, que justifica seus atos contraditórios em
relação a sua fala, faz aproximar os que têm dúvidas, dessas falsas igrejas que
se “empenham” a dar o que eles querem ouvir. A teologia da prosperidade só tem
tantos adeptos, pois nossa fala de desapego não combina com o ser apegado a
riqueza e ao luxo que renegamos abandonar… Como entender alguém cristão ser
maçom?
Quero ficar a direita ou à esquerda? Concorda que temos muito ainda
por fazerem nós? Enquanto alguns ficam aqui zelando as do cercadinho, alguém
tem que ir lá fora buscar na chuva quem não voltou ainda! Pior ainda é aquele
que se põe no cercadinho como vítima apenas para não ter que de fato mudar. “Eu
afirmo a vocês que isto é verdade: todas as vezes que vocês deixaram de ajudar
uma destas pessoas mais humildes, foi a mim que deixaram de ajudar.”
Um imenso abraço fraterno!
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