13 de Março- Segunda - Evangelho - Lc 6,36-38
Bom dia!
A leitura desse evangelho denota o quanto ainda precisamos
amadurecer como pessoas e em especial como cristãos, pois geralmente ofertamos
as coisas boas apenas a aqueles que gostamos e escolhemos, tornando assim, o
evangelho de hoje, um grande desafio para cada um de nós.
Existem várias promessas nele, mas que carecem como já frisamos, de
um grande amadurecimento pessoal e já que estamos na quaresma, aproveitemos,
pois o tempo é esse!
No entanto, é importante separar e salientar que: A mudança de
atitude não pode ser encarada como uma troca ou permuta (o Senhor faz isso e eu
faço isso) e sim como consequência da mudança. Se passarmos a fazer as coisas
aos outros somente para recebermos algo em troca, de que vale o gesto? Um
parêntese: fazemos isso demais com Deus.
Jesus apresenta na verdade, uma proposta de MUDANÇA DE VIDA e
PARADIGMAS e não somente uma solução mágica. Ele proporciona também que vejamos
os frutos dela.
Muitas dessas coisas que Ele nos oferece “chocam” com o nosso jeito
egoísta de ser e se comportar, ou será que nos imaginamos hoje perdoando quem
nos ofendeu ou se calando (evitando fofocas) quando alguém nos difama, critica
ou ataca? Ainda não é fácil! Se nos batem, queremos partir pra cima; se nos
ofendem procuramos sempre algo ainda maior que nos faça vencedor… Somos reféns
da “última palavra” (hunf)
Marcos, em um trecho de sua narrativa (Marcos 4, 26-27), apresenta
o reino de Deus como a semente que cresce e nós nem a percebemos. Ao mudar
minha forma de pensar ou responder as agressões que recebo, SEM PERCEBER, começo
a permitir que o reino de Deus cresça dentro de mim diferentemente daqueles que
buscam aos bons atos ou caridade ou a denúncia do pecado sem a devida acolhida
como forma autopromoção.
“(…) Enquanto isso, os homens se tinham reunido aos milhares em
torno de Jesus, de modo que se atropelavam uns aos outros. Jesus começou a
dizer a seus discípulos: GUARDAI-VOS DO FERMENTO DOS FARISEUS, QUE É A
HIPOCRISIA. Porque não há nada oculto que não venha a descobrir-se, e nada há
escondido que não venha a ser conhecido. Pois o que dissestes às escuras será
dito à luz; e o que falastes ao ouvido, nos quartos, será publicado de cima dos
telhados”. (Lucas 12, 1-3)
Se existe algo que precisa ser policiado em nossas vidas e a língua
e o pensamento, pois sobre eles não temos muito controle. Imaginemos que o
controle que temos sobre eles é análogo quando, sem querer, chutamos, com o
dedinho do pé, a perna mesa ou a mesinha de centro da sala. É difícil não
querer xingar, mas é desse controle , no momento de raiva, da dor, da revolta,
de que estou falando. “(…) Não julguem os outros, e Deus não julgará vocês. Não
condenem os outros, e Deus não condenará vocês. Perdoem os outros, e Deus
perdoará vocês. Dêem aos outros, e Deus dará a vocês”.
Sim, a proposta é desafiadora, mas deve começar no reconhecimento,
que não nos esforçamos ou empenhamos no limite das forças, portanto,
continuemos a tentar… O próprio escritor do livro de Daniel (primeira leitura)
deixa claro que a primeira fase dessa mudança consiste em reconhecer que também
somos falhos e precisamos também mudar
“(…) ‘Eu te suplico, Senhor, Deus grande e terrível, que preservas
a aliança e a benevolência aos que te amam e cumprem teus mandamentos; 5temos
pecado, temos praticado a injustiça e a impiedade, temos sido rebeldes,
afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei; 6não temos prestado ouvidos a
teus servos, os profetas, que, em teu nome, falaram a nossos reis e príncipes,
a nossos antepassados e a todo o povo do país. 7A ti, Senhor, convém a justiça;
e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto:seja ao homem de Judá” (Daniel
9, 4b -7),
Quaresma é um tempo de reflexão, oração e se for o caso,
arrependimento, pois não surge o arrependimento verdadeiro se não vir uma
profunda reflexão.
Reflitamos hoje com mais atenção o que diz o ato de contrição,
trazendo a mente se de fato estamos empenhados a controlar nossos instintos,
quereres e nosso ímpeto em prol dos outros.
Senhor, eu me arrependo sinceramente DE TODO MAL QUE PRATIQUEI E DO
BEM QUE DEIXEI DE FAZER. Pecando, eu vos ofendi, meu Deus e sumo bem, digno de
ser amado sobre todas as coisas. PROMETO FIRMEMENTE, ajudado com a vossa graça,
fazer penitência e fugir às ocasiões de pecar. Senhor, tende piedade de mim,
pelos méritos da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador.
Amém!
Um imenso abraço fraterno!
Nenhum comentário:
Postar um comentário