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terça-feira, 1 de março de 2016

Ouvir e amar-Helena Serpa

04/03/2016 -  6a. Feira –III semana da quaresma -  Oséias 14,2-10 –  “produtos de nossas mãos”
Nesta profecia de Oséias, o próprio Deus nos ensina a pronunciar as palavras certas para pedir-Lhe clemência pelos nossos pecados quando erramos o alvo e nos afastamos da Sua graça alimentando pensamentos de ódio e vingança no coração e nos entregando aos desejos da nossa humanidade: “Livrai-nos de todo o mal e aceita este bem que oferecemos, o fruto de nossos lábios.”  Assim sendo, Ele mesmo nos motiva a confessar como são falsos os deuses nos quais colocamos a nossa confiança e que nos afastam do Seu amor, reconhecendo como são frágeis os produtos de nossas mãos. Os “produtos de nossas mãos” são os nossos desejos humanos, nossos planos equivocados, que não vêm do coração de Deus os quais, muitas vezes, colocamos como prioridade na nossa vida. Somente quando, de coração contrito, nos rendemos à realidade da nossa pequenez e reconhecemos que apenas no Senhor encontraremos salvação e libertação, conseguimos também ofertar a Ele um louvor que seja fruto dos nossos lábios, de onde transbordem as palavras que a nossa alma canta. Como resposta Deus nos revela as maravilhas que acontecem em cada um de nós por causa do nosso regresso e nos promete de novo um lugar à sombra recebendo Dele a seiva, isto é a graça para produzir frutos novos. O Senhor cura a nossa perversidade, isto é, o nosso pecado e nos faz florescer e dar frutos de vida nova. Todo este cenário nos é narrado pelo profeta a fim de que nós, como o homem sábio, saibamos refletir e entender que o Senhor Deus abriu para nós um caminho justo, isto é, reto e sem tropeços, para a nossa salvação. – Você tem se apropriado da justiça de Deus para si? – O que você considera  como justiça de Deus para a sua vida? – Quais são os frutos que você tem produzido por estar perto de Deus? Leia mais uma vez com  muita atenção e pense no que significa para você essas expressões- “Voltarão a sentar-se à minha sombra e cultivar o trigo”....- “Sou como o cipreste sempre verde: de mim procede o teu fruto”...


Salmo 80 – “Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!”
Você já imaginou que a voz do Senhor parece uma súplica para nós? A todo o momento o Senhor nos pede para ouvi-Lo! A voz de Deus quer fazer-se conhecida por nós; o Senhor tem desejo de nos falar, de nos ensinar, de nos exortar, de nos consolar e nós teimamos em não prestar atenção aos Seus apelos e nos voltamos para deuses desconhecidos, só porque os podemos tocar enxergá-los com os olhos físicos.
       

  Evangelho – Marcos 12, 28-34 – “ouvir e amar”
Neste Evangelho Jesus apela para nossa inteligência desejando conectar em nós definitivamente a arte de saber ouvir, assim como também nos fazer atentar, encarnar e assumir como sendo parte do nosso ser, o mandamento do AMOR. Assim sendo, diante da pergunta do escriba, Ele proclama: “Ouve, Israel! “O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força!” Amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos é a direção segura que Jesus nos dá para que alcancemos o reino de Deus aqui na terra.  Como homem Jesus conheceu a nossa realidade de seres sensíveis e frágeis em vista das nossas próprias limitações.  Ao mesmo tempo, também como ser humano Jesus nos deu o testemunho de que quando nos apossamos da graça e do poder de Deus, quando O escutamos nós nos tornamos aptos a vencer todas as barreiras que são próprias da nossa fragilidade humana. Ter a Deus como nosso único Senhor faz toda a diferença, pois nos apossamos do Seu poderio e conseguimos assim viver de acordo com o que nos é proposto por Ele. Partindo dessa premissa todos nós poderemos cumprir o primeiro de todos os mandamentos e ainda mais, também cumprir com o segundo mandado que Jesus nos aponta: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Corpo, alma e espírito; físico e mente; intuição, consciente, subconsciente, inconsciente...  É o homem total tomado pelo amor de Deus vivenciando a Palavra que gera santidade e realização pessoal, de dentro para fora, a partir do mais profundo do seu ser. No Catecismo da Igreja nós aprendemos que fomos criados para amar, louvar e servir a Deus acolhendo o Seu amor e assumindo compromisso com o próximo. Portanto, amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos (as), é algo muito natural à essência da nossa alma e se nos abandonarmos conseguiremos ser fiéis à proposta de Jesus. O amor a Deus, a nós próprios (as) e aos nossos irmãos e irmãs é uma resposta ao amor que já foi gravado em nós desde a eternidade e para sempre. Para demonstrá-lo, o nosso primeiro passo deverá ser ouvi-Lo. Aí então, o amor de Deus se expressa de forma concreta no nosso dia a dia e assim, conscientemente  nós sentiremos as suas manifestações a cada minuto.   – Para você o que é amar a Deus? – Você dá ouvidos à Palavra de Deus? - Você sabe qual  é a diferença entre gostar e amar? - Você ama a você mesmo (a)? O que você deseja ao seu vizinho (a) é o mesmo que você deseja para você?  - Você tem dificuldade em aceitar-se a si mesmo (a)? E aos outros?


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