05/03/2016
- sábado– III semana da quaresma - Oséias 6, 1-6 – “chance de recomeçar!”
A Palavra de hoje nos assegura que a vinda do Senhor é certa como a
aurora que surge todos os dias nos trazendo claridade para o conhecimento das
coisas que nos cercam e o calor que nos envolve e abriga. Isto vem satisfazer
ao maior desejo do nosso coração humano que é viver na presença de Deus! Assim, o profeta Oséias nos convida a voltarmos
com confiança para o Senhor, na certeza de que Ele há de nos perdoar e curar.
Voltar para o Senhor com o coração arrependido é acolher a Sua misericórdia que
vem ao encontro da nossa miséria e nos dá chance de recomeçar a viver o nosso
desígnio de felicidade. Não é “apenas cumprindo os rituais” que seremos salvos
e curados, é preciso que saibamos seguir e aceitar o Senhor a fim de
reconhecê-Lo. O Senhor vem a nós também como as chuvas que chegam primeiro, ou
mesmo tardiamente, mas no tempo certo regam a terra do nosso coração e nos
preparam para acolher a semente do amor do Pai. Deus está onde vive o amor, por
isso, o Senhor quer se fazer conhecer e se revelar a nós nos animando e dando
esperança como a chegada de um novo dia.
O nosso amor é frágil e superficial, porém Deus nos afirma que é
diferente de nós, por isso, não guarda ressentimentos contra nós e os Seus
juízos são como a luz que nos esclarece as dúvidas e nos revela o que há
escondido dentro de nós. Portanto, só o Senhor poderá nos julgar e nem nós
mesmos (as) sabemos as razões e as motivações para o mal ou o bem que
praticamos. Deste modo, é necessário que conservemos o coração seguro: Deus
quer se deixar conhecer por nós, desde já e pede somente o nosso amor e a nossa
confiança e não, sacrifícios. Confiemos Nele! – Você tem percepção da presença
de Deus no seu coração? – Você percebe o Seu chamado a Sua proteção? - Você tem consciência de que a sua alma busca
a Deus? – O que satisfaz a sua alma?
Salmo 50 – “Eu quis misericórdia e
não o sacrifício!”
O Senhor não se cansa de nos dizer isso e nós continuamos a querer
oferecer a Ele sacrifícios, coisas difíceis e que nunca conseguimos praticar. E
o mais simples nós não alcançamos, mas podemos aprender com o salmista: “Meu sacrifício é minha alma penitente, não
desprezeis um coração arrependido”. O coração arrependido é sinal de
humildade e de sacrifício.
Evangelho – Lucas 18, 9-14 – “a
humildade e a arrogância”
Os dois homens que subiram ao templo para orar deram uma amostra de
como poderemos nos portar diante do Deus a quem queremos agradar. Os dois
expunham, com sinceridade, diante do Senhor, os seus corações. Um cheio de amor-próprio, o outro de reconhecimento
da sua pequenez. Neste Evangelho nós aprendemos que o ato de subir ao templo
para adora-Lo não é o que tem mais valia aos olhos de Deus. Importa, sim, o
sentimento que trazemos em nós quando a Ele dirigimos as nossas preces e a
nossa adoração. O Senhor sonda os nossos corações e sabe como somos! Assim
sendo, o reconhecimento da nossa limitação e da nossa incapacidade diante do
pecado e o acolhimento da misericórdia revelada em Jesus Cristo é o que nos
justifica diante do Pai. A oração da
auto louvação, isto é, da admiração a nós mesmos (as) pelas coisas boas que
fazemos ou das coisas ruins que não praticamos é um discurso que não agrada a
Deus. Ele conhece as nossas misérias, por isso, a oração que proferirmos no silêncio será ouvida
e agradável ou não aos Seus ouvidos, na medida da nossa humildade. A ideia de
humildade é muito deturpada pela mentalidade do mundo. Alguns acham que ser
humilde é se rebaixar, deixar-se ser pisado, ficar calado (a) diante das
injustiças e deixar-se explorar. Humilde, no entanto é o homem ou
a mulher que reconhecem a sua limitação e a medida da sua capacidade.
Por isso, Deus quer de nós uma oração que parta de um coração contrito,
arrependido, humilhado, penitente e dependente do amor de Jesus para ser salvo,
porque é Ele quem nos justifica perante o Pai! O poder pertence a Jesus Cristo,
a ação, é Dele e nós, somos apenas instrumentos em Suas mãos
misericordiosas. Se nos “acharmos justos
(as)” por nossa conta própria, não precisaremos de defensor, receberemos a
nossa própria justiça. Precisamos examinar
se nós também não estamos fazendo como aquele fariseu cheio de razão que olha
para os publicanos ao nosso lado e os julgamos piores do que nós! – Como é a
sua oração diante de Deus? - Você costuma se auto elogiar? - Você
reconhece a medida da sua capacidade e da sua incapacidade? -Você tem voltado
para a casa justificado (a), ou não? – Você tem feito o exame da sua
consciência diante do Senhor? – Você crer que Jesus vê o seu
coração? – O que Ele acha de você?
Obrigado!!!
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