2º DOMINGO DA
PÁSCOA
3 de Abril de 2016
Ano C
1ª Leitura - At 5,12-16
Salmo - Sl 117
2ª Leitura - Jo 1,9-11a.12-13.17-19
Evangelho - Jo 20,19-31
PRIMEIRA LEITURA
O texto de hoje nos
mostra os apóstolos munidos do poder de Deus e em plena ação evangelizadora.
Curando muitas pessoas e anunciando a palavra de vida, geradora de paz, e que
nos prepara para a vida eterna.
Era a Igreja de Jesus
Cristo em sua formação embrionária, começando e crescendo pela ação do Pai, nas
pessoas dos escolhidos que doaram as suas vidas no projeto arquitetado e
executado na pessoa de Jesus: A transformação para melhor da sociedade. A salvação
da humanidade.
Mas para que essa salvação aconteça, é necessário que colaboremos
assim como o fizeram os primeiros cristãos. Se ouvimos a palavra de Deus que
nos é ventilada pela Igreja e continuarmos com a nossa vidinha, com a nossa
rotina, valorizando muito mais as coisas do mundo do que as coisas de Deus, com
certeza, nada ou pouca transformação vai acontecer em volta de nós, e em nós.
E é essa indiferença que está matando o mundo de hoje. A morte do corpo tem sido iniciada com a
morte da alma, que por sua vez é causada pela morte da fé. Na verdade a fé
enquanto instinto, não morre. O que está morrendo mesmo é a prática da fé. São
tantas as atrações ilusórias do mundo de hoje que nos arrastam para o lado
oposto da vida religiosa, da espiritualidade, que nem percebemos o Cristo
ressuscitado no meio de nós.
Mas Deus é paciente, é tolerante, e por isso, Ele continua
confiando em sua transformação, em sua decisão de mudar sua vida. Deus lhe dá
todos os dias, uma chance, uma oportunidade de crer, de arrepender e se
converter. Para perceber isso, basta
você prestar atenção em todos os detalhes que lhe acontecerão em sua vida desde
o levantar até a hora de você se deitar. E mesmo durante o seu sono Deus além
de cuidar de você, Ele continua propondo-lhe oportunidades de voltar para a
casa do Pai. Não foi por acaso que o filho pródigo foi para em uma fazenda
cuidando dos porcos. Pense nisso!
SALMO
Bendito Aquele que vem em nome do Senhor, porque eterna é a sua
misericórdia!
Bendito O que foi rejeitado, mas que se tornou a pedra angular, o
mais importante para a salvação do mundo!
Que cada um de nós repita em voz alta. Eterna é a sua misericórdia.
SEGUNDA LEITURA
O Texto relata a
experiência de João com Jesus o ressuscitado, o qual lhe manda escrever o que
viu num livro.
O toque de Deus a
João na pessoa de Jesus, foi uma forma de compensar o sofrimento que ele
passava na prisão da ilha de Patmos por causa do seu testemunho e da sua
pregação da palavra de Deus entre os homens.
João foi arrebatado
pelo Espírito de Deus, e viu Jesus lhe disse para não temer, que Ele era o
Primeiro e o Último Aquele que esteve morto mais agora vive para sempre.
Para ser portador da
palavra de Deus, temos, às vezes de atravessar pântanos perigosos, temos de
aguentar, suportar, o peso da negação de nós mesmos, o desprezo daqueles que
não acreditam, ou quem sabe, calúnias, infâmias, perseguições, e muita inveja.
Mas Deus nos compensa sempre com o seu toque maravilhoso. Não poucas vezes,
Deus se apresenta diante de nós na pessoa de uma inocente criança, a qual,
assim do nada, parece na nossa frente, se engraça conosco, se comunicando com a
nossa pessoa do seu jeito puro e despreocupado, como se fôssemos seu parente
muito amado, como se fôssemos uma pessoa da sua família. E insiste, acha-nos muito
engraçados, sem que nada estivéssemos fazendo para nos mostrar assim. E nós, que nos sentimos embaraçados com
receio de que seus pais pensem mal da nossa pessoa, naquele momento nem
percebemos direito o que está acontecendo. Só depois é que nos cai a fixa, e entendemos
que FOI MAIS UM DAQUELES TOQUES DE DEUS NOS ABRAÇANDO E DIZENDO: NÃO TENHAS
MEDO! SOU EU. EU TE AMO. CONTINUA O TEU
TRABALHO, POIS ESTOU CONTIGO!
EVANGELHO
Este é um trecho do
Evangelho que contém uma rica catequese:
Jesus com seu novo corpo glorioso atravessa a porta mesmo ela
estando fechada, e disse: A PAZ ESTEJA CONVOSCO!
Meu Senhor e meu
Deus! Como estamos necessitados dessa paz. Como estamos precisando estar
tranquilos por ter um emprego, por poder andar pelas ruas sem medo de assaltos,
como precisamos estar tranquilos com relação a pessoa amada sem medo dela nos
trair, como precisamos confiar nos nossos amigos.
Estamos carentes de
uma paz duradoura, uma paz conosco mesmo, uma paz interior, uma paz com Deus!
E é por aí, meus
irmãos, e minhas irmãs. A nossa falta de paz tem origem na nossa indiferença.
Ela começou no dia em que nos tornamos IDÓLATRAS. IDOLATRIA, É QUANDO NÓS
COLOCAMOS ALGO, UMA PESSOA OU QUALQUER COISA NO LUGAR DE DEUS.
Ah! E como existem hoje em dia tantas coisas para colocarmos no
lugar de Deus! O celular, o cachorro, os amigos descrentes que fazem a nossa
cabecinha, o próprio dinheiro, a pessoa amada, que mais?
Faça você mesmo uma lista das suas coisas que estão tomando o
espaço da sua oração, tomando o tempo de você ir à missa, impedindo que você
acredite, que você seja caridoso, que você perdoa aqueles que o ofende... Olha,
essa lista parece não ter mais fim.
Vivemos hoje uma idolatria igual ou maior do que aquela do povo de
Deus na caminhada pelo deserto rumo à terra prometida, os quais fizeram um
bezerro de ouro e começaram a adorá-lo como se fosse um deus, adorá-lo no lugar
de Deus!
Quantos bezerros de ouro existem hoje nessa sociedade que rompeu
com Deus? Nessa sociedade que sofre sem saber que todos somos culpados das
causas desse sofrimento! Uma sociedade sem Deus, jamais poderá desfrutar da paz
de Jesus!
CONFERÊNCIAS OU ACORDOS DE PAZ não resolvem nada! Eles ficam no
papel, isso nunca funcionou, porque a paz começa no nosso interior, ela começa
na nossa mente e irriga, transborda a nossa alma, a paz começa principalmente na
nossa harmonia com Deus, e isso só acontece quando fazemos a vontade do Pai!
A PAZ NÃO É ALGO QUE PODEMOS NEGOCIAR, COMPRAR, OU COISA
PARECIDA.
Só quem está em paz com Deus e consigo mesmo é capaz de perdoar, e
o perdão é a raiz da paz que tanto buscamos...
Naquele dia em que Jesus apareceu aos apóstolos, Ele tinha muitas
coisas para propor a eles, para que os apóstolos pudessem continuar com a sua
missão. Mas veja qual foi a primeira coisa que Jesus desejou aos seus
substitutos! A PAZ! Isto porque sem a paz na consciência, e com o
Pai, eles e nenhum de nós conseguiremos evangelizar adequadamente, corretamente.
Seremos palhas secas que serão lançadas ao fogo, seremos como aquela figueira
que não deu frutos. E quem não der frutos...
E para provar que era
Ele mesmo que estava bem ali diante deles, Jesus mostrou-lhes os ferimentos, e
então os apóstolos ficaram alegres, por ter a certeza de que o sofrimento do
Mestre não foi em vão, a certeza de que Ele apesar de ter morrido, estava bem
ali na sua frente. E essa certeza lhes dava CORAGEM PARA TESTEMUNHAR A
RESSURREIÇÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
Irmãs e irmãos. É
isso o que devemos ter. CORAGEM DE TESTEMUNHAR a nossa fé em Jesus
ressuscitado!
Jesus conta conosco para mostrar aos “Tomés” da nossa sociedade,
que Jesus e sua ressurreição não foi algo inventado, mas sim, fato histórico, consumado
pelos primeiros cristãos que VIRAM COM SEUS PRÓPRIOS OLHOS, a glória de Deus na
pessoa do seu Filho amado que venceu a morte, e está no meio de nós embora
muitos não o SINTAM muitos não querem PERCEBER A SUA PRESENÇA...
Jesus ordenou os apóstolos, preparando-os e transformando-os nos
primeiros sacerdotes da Igreja, revestindo-os de poderes, principalmente o de
perdoar os nossos pecados. Jesus prepara os apóstolos para continuar a sua
missão na Terra. E os nossos padres de hoje são continuadores da missão
delegada aos apóstolos. Porém, antes de dizer: “Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio”, Jesus se
preocupou em primeiro desejar essa PAZ TÃO INDISPENSÁVEL PARA TESTEMUNHAR O
EVANGELHO AO MUNDO.
Sem a paz de Cristo,
até podemos enganar a muitos carentes e desinformados, vestindo um terno bonito
e usando de uma retórica agressiva, e gritando, ALELUIA! ALELUIA! Podemos falar
de Jesus e de seus poderes, mas na verdade o que estamos fazendo é tirar o
dinheiro dos humildes e ingênuos.
Também sem a paz de
Cristo, até podemos: Celebrar, consagrar, absolver, fazer sermões interessantes
ou intelectuais, porém, os ouvintes da assembleia aqueles que não são meros
assistentes, e que estão sintonizados com Deus, logo perceberão que estamos
falando ou rezando apenas com os lábios. Perceberão que estamos agindo pela
prática de quem atua como se fosse apenas funcionários de uma “empresa chamada IGREJA” (?!). Parece um
absurdo o que você acaba de ler. Mas, infelizmente é a impressão que se tem.
Caríssimas e caríssimos. Para
ser continuador da missão de Jesus Cristo, é indispensável que estejamos com
Ele e nele. Sentindo a sua presença a cada palavra do discurso, do sermão.
Sentindo a sua presença a cada gesto da celebração, a cada passo, ou gesto de
vida. Pois somente desse jeito, podemos transmitir Jesus aos que nos ouvem e
nos vê.
Evangelizar sentindo
Jesus é estar com Ele, é estar em estado de graça, e assim, com convicção e alegria,
nós transmitimos Jesus aos demais.
Os apóstolos tiveram uma experiência inédita! Eles viram e sentiram
a presença de Jesus em seu corpo glorioso, depois da ressurreição! É possível
isso acontecer conosco? SIM! Nós não podemos ver Jesus com os olhos físicos, só
com os olhos da fé. E PODEMOS SENTIR A SUA PRESENÇA! Principalmente no momento
da elevação da Hóstia consagrada.
É uma experiência extasiante e inexplicável quando somos tocados
por Deus, naquele arrepio que nos deixa honrados, nos alegra, nos fortalece,
nos santifica, nos torna animados e mais capazes de sermos continuadores do
projeto de Jesus na Terra, sendo testemunhas vivas da presença de Deus no meio
de nós. Essa é a PAZ QUE JESUS CRISTO DESEJOU AOS APÓSTOLOS. Sem ela, eles
nunca poderiam testemunhar a ressurreição do Filho de Deus, como o fizeram, inclusive
operando inúmeros milagres.
Quem vivencia essa
experiência delirante da presença de Deus, não precisa se embebedar, se drogar,
nem de orgias sexuais, para estar bem consigo, para se encontrar, para se
realizar, para ser feliz.
Vá você e faça o mesmo. Um
bom e santo domingo.
José Salviano.
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