06/03/2016 - IV Domingo da
Quaresma – 1ª. leitura – Josué 5, 9-12 –
“Entrar na terra prometida é assumir a vida nova no Espírito”
A leitura nos revela como o povo de Israel, agora livre da
escravidão do Egito, celebrava a Páscoa, provando dos frutos próprios da terra,
pois não havia mais necessidade do maná que eles recebiam no deserto. Eles,
agora, alimentavam-se, do que colhiam do seu próprio cultivo. Fazendo uma
analogia com a nossa vida humana e espiritual, também poderemos refletir, qual
tem sido o alimento da nossa alma e do nosso espírito, durante o tempo em que
estamos vivendo. Comer dos frutos da terra poderá ser para nós, o
alimentarmo-nos daquilo que a nossa humanidade tem semeado em si mesma, para
abastecer-se. Assim, pois, podemos estar comendo frutos bons ou ruins, na
medida em que estamos deixando espargirem-se dentro de nós as sementes que a
Palavra de Deus põe em nossas mãos. O Senhor Deus, como um Pai providente, está
sempre colocando em nossas mãos a boa semente para o nosso cultivo e
consequente colheita dos frutos que saciam a nossa alma e o nosso espírito.
Frutos de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio... No entanto,
o inimigo também se esforça para nos oferecer a semente imprestável que, muitas
vezes, assemelha-se ao que Deus nos propõe e, por isso, enganados, nos
sujeitamos a comer do veneno que pode nos levar à morte. Entrar na terra
prometida é assumir a vida nova no Espírito que Jesus nos propõe quando nos
oferece salvação. Jesus já nos salvou, no entanto, podemos ou não nos apossar
desta salvação dependendo da nossa abertura para as Suas propostas. A Terra que
Deus nos prometeu produz frutos bons que nos levam à santidade e à justiça,
conforme estejamos abertos à semeadura do Senhor que nos faz viver a vida nova na
nova terra que Ele nos oferece. – De que você tem se alimentado nessa sua
caminhada terrena? – O que o seu coração tem oferecido para que você se
alimente? – A Palavra de Deus tem sido semente para você? – Quais são os frutos
bons e os frutos maus que você tem provado? – Você tem provado dos frutos do
amor de Deus?
Salmo 33 – “Provai e vede quão suave é o Senhor!”
O Senhor liberta da angústia todo aquele (a) que Nele se confia.
Quem confia no Senhor e reconhece que só Ele é a Salvação pode ser chamado (a)
de humilde. A humildade é o reconhecimento da verdade da nossa limitação e da
santidade e justiça de Deus que é a sua misericórdia. Clame ao Senhor e serás
atendido (a)!
2ª. Leitura 2 Coríntios 5, 17-21 “assumir o Senhorio de Jesus e abraçar a
Salvação”
Nesta carta São Paulo nos mostra como poderemos assumir o novo ser que Jesus veio nos oferecer, quando diz: “se alguém está em Cristo, é uma criatura nova.” Portanto, o estar
em Cristo é o segredo para que nos tornemos criaturas novas, reconciliadas com
o Pai, com a dignidade de filhos e filhas. “Tudo
agora é novo, o mundo velho passou”, diz a palavra. Isto significa viver
segundo o Evangelho de Cristo assumindo uma nova mentalidade que nos propõe
fazer tudo diferente do que o mundo prega.
Jesus Cristo veio a terra nos religar ao Pai de quem provém o poder de
nos transformar e converter. Reconciliados com Deus nós poderemos assumir o
Senhorio de Jesus e abraçar a Salvação que Ele conquistou para nós. Jesus se
fez pecado, adquiriu a nossa culpa, afim de que nele, nos tornemos justiça de
Deus. Por isso, somos novas criaturas quando nos apropriamos da mentalidade do
céu mesmo que ainda vivamos aqui na terra como embaixadores de Cristo. Recebemos
então, o ministério da reconciliação para ajudar muitas outras pessoas a também
deixarem-se reconciliar com Deus. Jesus é a justiça de Deus para nós porque
assumiu a nossa culpa sem ser Ele culpado, só por Amor. – Você se considera um
homem novo, uma mulher nova? – Você já assumiu a função de embaixador (a) de
Cristo aqui na terra? – Você vive reconciliado (a) com Deus e com o próximo?
Evangelho – Lucas 15, 1-3.11-32 – “o
arrependimento e a confiança na
misericórdia de Deus são o passaporte para que possamos voltar”
Ao mesmo tempo em que é uma amostra do grande amor de Deus por cada
um de nós, a Parábola do filho pródigo também nos leva a refletir sobre o
grande pecado da rebeldia e do orgulho que foi inoculado em nós, a partir dos
nossos primeiros pais. Somos assim como o filho pródigo e o filho mais velho. O
filho pródigo pediu ao Pai a sua herança, porque queria ser livre e seguir o
seu próprio caminho, fazendo o que “lhe desse na telha”! Fracassou, foi mal
sucedido e, sentindo na carne os efeitos da sua rebeldia, arrependeu-se e
voltou constrangido, esperando ser abrigado apenas como um dos empregados do
seu pai. Consciente de tudo quanto havia feito de errado, ele regressou
confiando apenas na solidariedade humana do seu genitor. Nunca pensou que seria
acolhido com um ABRAÇO DE PAI! O filho mais velho, por sua vez, orgulhoso e
pretensioso, se achava o máximo porque cumpria com a sua obrigação e fazia tudo
conforme manda o calendário. Arrogante, ele não entendia porque razão o pai
teria que oferecer uma festa para aquele filho ingrato e irresponsável! Assim
também nós pensamos e agimos. Ou queremos liberdade e independência para provar
de tudo o que o mundo nos oferece e damos as costas para Deus ou então, ficamos
na casa do Pai, por obrigação, cheios de razão e não admitimos que outro venha
nos tomar o lugar de filho “perfeito”!
Muitas vezes, pensamos que só temos direito ao “abraço do Pai”
quando fazemos tudo certinho e seguimos à risca todas as orientações que estão
escritas na lei, assim como os fariseus e os mestres da Lei que criticavam
Jesus. Jesus, no entanto, nos mostra que o Pai está sempre de braços abertos
para acolher o nosso arrependimento e, espera por nós a cada instante da nossa
vida, mesmo que seja no último minuto. Ele nos leva a descobrir que o
arrependimento e a confiança que tivermos na misericórdia de Deus são o
passaporte para que possamos voltar à casa do Pai e sermos abraçados (as) por
Ele. Nunca será tarde para nós, mesmo
que muito tempo já tenha se passado e que tenhamos acabado toda a nossa “fortuna”, isto
é, a nossa intelectualidade, o nosso dinheiro, a saúde, os bens, etc... O Pai
está atento e nos espera para também dizer: “Alegrai-vos comigo!” Só se sente
perdoado (a) e necessitado (a) de perdão quem erra e reconhece que errou. Mesmo
que, como o filho mais velho, tenhamos vivido sempre trabalhando para Deus,
enquanto nos acharmos “sem defeitos” não nos sentiremos amados (as) porque não
tivemos a oportunidade de receber o abraço do Seu perdão. – Você alguma vez já
experimentou o abraço do Pai? – Você se sente como o filho mais velho ou como o
filho pródigo? – Qual dos dois sentiu mais o Amor de Deus? - Quando você erra
volta-se pra Deus com o coração de filho (a) ou de empregado (a)? - Qual a
diferença entre ser filho (o) e ser empregado (a)? – Você acha que o filho mais
velho se comportou com a mentalidade de filho ou de empregado?
Excelente reflexão! Obrigado!!!
ResponderExcluir