09
de fevereiro
Queridos irmãos e irmãs, os
fariseus estão incomodados, porque Jesus e Seus discípulos comem e bebem sem
lavar as mãos. Sabemos que, por uma tradição oral que recebemos de outros, a
qual foi passando de boca em boca, os judeus não comem sem bem lavar as mãos,
sem bem lavar os copos, as jarras, as vasilhas de cobre e todos os utensílios
para a alimentação; e que há um excesso de rigor para lavar as mãos e assim por
diante.
Existe até hoje, no meio de
nós, muitas pessoas que têm um excesso de cuidado com a limpeza. Todos nós
precisamos ser limpos, higiênicos, mas cuidado porque os excessos viram uma
obsessão! E a obsessão por limpeza é algo muito terrível, porque a pessoa vê
sujeira em tudo; para tudo o que ela olha parece que há sujeira. E ela vai
criando dentro de si preconceitos e conceitos errados, desconfia da limpeza de
qualquer copo, de qualquer prato.
Os fariseus, descritos no
Evangelho de hoje, fazem isso com Jesus com certa dose de maldade. Sabe aquelas
pessoas que não falam, mas pensam [algo contra alguém]? Sabe aquelas pessoas
que, às vezes, o cumprimentam e o olham sempre desconfiadas, com vontade de lhe
dizer isso ou aquilo? Julgando-o, interpretando-o segundo os conceitos e preconceitos
dela.
Nós, muitas vezes, fazemos
assim também! E que risco e que perigo de sermos rejeitados por Deus, porque O
honramos com os nossos lábios, O louvamos, O glorificamos, O bendizemos e
esticamos a nossa mão e a nossa língua para receber a Eucaristia, mas,
muitas vezes, o nosso coração está longe d’Ele!
Não podemos negar, mas até
entre nós, seguidores de Jesus, quantas vezes nós deixamos maldades crescerem
em nós! Maldades contra os outros, contra as situações; nós só conseguimos
olhar as coisas sob a ótica da maldade. E daí sabemos que nascem as detrações,
as acusações, mas, sobretudo, a maldita da fofoca.
Fofoca é algo para pessoas que têm caráter meio duvidoso. É para
quem não tem coragem, nem disposição de falar o que precisa ser falado ou de
calar quando é necessário. Essa pessoa fica futricando, vive criando situações
para falar disso ou daquilo. Das fofocas nascem as maiores maldades, nascem as
más interpretações, nascem os rótulos que nós jogamos e criamos sobre as
pessoas. Não é nenhuma comparação distante, mas é muito próxima
por nos ajudar a entender que o farisaísmo dá origem aos fofoqueiros e às
fofoqueiras de plantão. São os fariseus que julgam Jesus. Os fofoqueiros de
hoje julgam Jesus de outra forma: o fazem por intermédio dos filhos, dos
irmãos, dos seguidores e dos discípulos d’Ele.
Então, se queremos ser
menos fariseus na vida, precisamos nos tornar menos fofoqueiros, nem digo
menos: precisamos deixar de ser fofoqueiros! E não podemos permitir que essa
maldade, que se chama “fofoca” ou “maledicência”, faça parte da nossa vida.
Jesus amou e acolheu a
todos, os piores pecadores, segundo os nossos conceitos, mas não teve nenhuma
forma de acolher a quem era fariseu por maldade ou quem era fofoqueiro por
maldade.
Que Deus purifique o nosso
coração! Não basta honrá-Lo com os lábios, pois o nosso coração cheio de
maldades está longe do Senhor.
Deus abençoe você!
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