Domingo, 11 de agosto de 2013
19º Domingo do Tempo Comum
Outros Santos do Dia: Digna (venerada em Todi), Filomena de
Roma (mártir), Heliano de Filadélfia (mártir), Lélia (virgem, da
Irlanda), Rufino de Assis (bispo, mártir), Sereno de Marselha (bispo), Tibúrcio
e Suzana (mártires de Roma).
Primeira leitura: Sabedoria 18,6-9
Castigavas aos inimigos e nos honravas chamando-nos a ti.
Salmo responsorial: 32 1.12.18-19.20.22 (R. 12b)
Ditoso o povo que o Senhor escolheu por sua herança.
Segunda leitura: Hebreus 11,1-2.8-19
Esperava a cidade cujo arquiteto seria Deus.
Evangelho: Lucas 12,32-48
Estejam preparados, com as lâmpadas acesas.
Castigavas aos inimigos e nos honravas chamando-nos a ti.
Salmo responsorial: 32 1.12.18-19.20.22 (R. 12b)
Ditoso o povo que o Senhor escolheu por sua herança.
Segunda leitura: Hebreus 11,1-2.8-19
Esperava a cidade cujo arquiteto seria Deus.
Evangelho: Lucas 12,32-48
Estejam preparados, com as lâmpadas acesas.
Primeira Leitura
Os israelitas, oprimidos no Egito, experimentaram que o Senhor era
seu salvador na noite em que morreram os primogênitos dos egípcios. Por isso,
aquela noite teve um significado transcendental para a historia dos hebreus.
Recordava as promessas que Deus havia feito a seus pais, que desde então Israel
foi um povo livre e consagrado ao Senhor.
A primeira ceia do cordeiro pascal serve de modelo ao que havia de
ser co centro da vida religiosa e cultural. A participação em um
mesmo sacrifício simbolizava a união solidaria de um povo em um destino comum.
A celebração pascal recorda que Deus não cessa de escolher seu povo entre os
justos e castigar os ímpios.
Hoje, toda esta imagem de Deus, por mais que a tenhamos escutado e
venerado durante milênios, desde sempre, aparece como profundamente inadequada
e inaceitável. Que classe de Deus é esse que opta por um povo, que o elege e
lhe dá uma terra ocupada por outros povos, dá poder a seu povo eleito para que
os expulse e os destrua? É verossímil esta imagem de Deus? Não é uma imagem
própria dos tempos tribais, onde as tribos imaginam que tem seu Deus protetor
que as defende das demais?
Segunda Leitura
A fé de Abraão e dos patriarcas serve de exemplo. Para estimular a
perseverança na fé que leve à salvação, a carta aos Hebreus aduz uma serie de
testemunhos. Abraão, o mesmo dos hebreus do século I, conheceu a emigração, a
ruptura a respeito do meio familiar e nacional e a insegurança das pessoas
excluídas. Porém, nessas provas Abraão encontrou motivo para exercer um ato de
fé na promessa de Deus.
A fé ensina a não se dar por satisfeitos com os bens tangíveis nem com
as esperanças imediatas. Abraão acreditou para além da ameaça de morte. Sofreu
os efeitos da esterilidade de Sara e a falta de descendência. Esta
prova foi para ele a mais angustiante porque o patriarca se aproximava da morte
sem ter recebido o fruto da promessa. Aqui se faz realidade a última qualidade
da fé: aceitar a morte sabendo que não poderia deixar fracassar o desígnio de
Deus.
Mais que o sofrimento, é a morte o sinal por excelência da fé da
entrega de uma pessoa a Deus. Abraão acreditou em um “mais além da morte”,
acreditou que lhe seria concedida uma posteridade, inclusive em um corpo já
apagado (desfalecido), porque lhe havia sido prometida. Esta fé constitui o
essencial da atitude de cristo diante da cruz. Também se entregou ao Pai e à
realização do desígnio divino, porém teve que enfrentar o fracasso total de seu
empreendimento: para congregar toda a humanidade, encontra isolado, porém
confiado acima da morte que sua ressurreição ia colocar de manifesto.
Evangelho
O evangelho de hoje nos apresenta algumas recomendações que tem relação
com a parábola do rico avarento. Os exegetas divergem quanto à estrutura que
apresenta o texto e não determinam a unidade de sua composição. A
atitude de confiança com a qual inicia o texto não deveria omitir-se “não
temas, pequeno rebanho meu, porque o Pai teve por bem dar-lhes o reino”.
Esta exortação à confiança, ao estilo veterotestamentario e que é do
gosto de Lucas, expressa a ternura e proteção que Deus oferece a seu
povo, porém expressa também a auto-compreensão das primeiras
comunidades: conscientes de sua pequenez e impotência, viviam, contudo, a
certeza da vitoria. A bondade de Deus, em seu amor desmedido, nos deu de
presente o Reino. A partir daqui precisamos entender as exortações seguintes:
Se o Reino é um presente, tudo o mais é supérfluo (bens materiais). Recordemos
os sumários de Lucas no livro dos Atos dos Apóstolos.
Lucas convida à vigilância, consciente da ausência de seu Senhor, a uma
comunidade que espera seu regresso, porém não de maneira iminente como
acontecia nas comunidades de Paulo (Cf 1Ts 5-5). A igreja em Lucas sabe
que vive nos últimos dias que o homem acolhe ou rejeita, de forma definitiva, a
salvação gratuitamente oferecida. Cristo veio, há de vir; está fora da historia,
porém age nela. A historia presente, de fato, é o tempo da igreja, tempo de
vigilância. Fitzmyer ilustra esta afinada concepção da historia,
aparecem varias recomendações no que pode ser considerado como os “retazos” de
uma hipotética parábola.
O importante será descobrir em qual dessas recomendações centramos a
chegada que se deve esperar de maneira vigilante. A pregação histórica de Jesus
tem estas máximas sobre a vigilância e a confiança. Agora, neste texto se
reveste de caráter escatológico. O ponto chave reside no convite “estejam
preparados”; o que é o mesmo, o importante é o hoje. À luz de uma certeza sobre
o futuro, fica determinado o presente. Esta é a compreensão da historia de
Lucas: “cumpriu-se hoje” (4,21), “está entre vós” (17,20-21) e “há de vir”
(17,20).
O Reino é, ao mesmo tempo, presente e por vir. Daqui a dupla atitude
que se exige ao cristianismo: desprendimento e vigilância. É necessário
desprender-se dos cuidados e dos bens deste mundo, dando assim
testemunho de que se buscam as coisas do céu. A vigilância cristã é
mencionada constantemente por Cristo (Mc 14,38; Mt 25,13). A vida do
cristão deve ser toda ela uma preparação para o encontro com o Senhor. A morte
que provoca tanto medo naquele não que não acredita, para o cristão é uma meditação:
marca o fim da prova, o nascimento da vida imortal, o encontro com
Cristo que conduz à casa do Pai.
O convite de Pedro demonstra que a exortação de Jesus sobe o
significado de agir e perseverar na vigilância é, em primeiro lugar referido
àqueles que são a “cabeça” da comunidade, ou melhor, para os que “estão a
serviço” da Comunidade. A ressurreição para a vida depende do modo como
exercitaram esse serviço.
Oração: Ó Deus, nosso Pai, dá-nos um coração grande e forte, capaz de ver com
claridade que, mais além dos desejos e tentações da vida, os valores
verdadeiros são os valores do Reino, e que dar a vida por eles é o que mais
pode alegrar e pacificar nosso coração, tal como nos ensinou Jesus, nosso irmão
maior. Amém.
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