Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus.
Hoje é com alegria que nós celebramos a solenidade de S. Pedro e S.
Paulo. Eles são chamados de “colunas da Igreja”, porque Pedro foi o seu
primeiro chefe, e Paulo o primeiro propagador entre os pagãos. Por caminhos
diferentes, os dois testemunharam Jesus Cristo, inclusive entregando a vida por
ele.
O Evangelho narra o momento em que Jesus confere a Pedro o Primado na
Igreja: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder
do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo
o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra
será desligado nos céus”. Veja que Jesus fala “minha Igreja”. Se é dele, ele
tem autoridade para determinar quem é o chefe. Nós agradecemos a Jesus a
clareza com que ele instituiu Pedro como o chefe supremo da Igreja. Só está
unido com Cristo quem está unido com a Igreja; e só está unido com a Igreja
quem obedece filialmente ao Papa.
E agradecemos a Deus a sucessão de S. Pedro, que nunca foi interrompida.
O Papa Bento 16 é o 266º sucessor de S. Pedro na cátedra de coordenador geral
da Igreja. Por isso hoje é também o Dia do Papa. Nós reafirmamos a nossa
obediência filial a Bento 16, e rezamos por ele, para que tenha muita saúde,
sabedoria e santidade, a fim de continuar à frente da Igreja por muitos e
muitos anos, como um bom pastor.
A segunda Leitura apresenta um pouco da vida de S. Paulo, cujo
bimilenário de nascimento estamos celebrando. Ele nasceu em Tarso, na Cilícia,
que pertence à atual Turquia, no Ano Nove da era cristã.
A palavra “Igreja” foi criada por Jesus para designar a sua instituição.
Qualquer instituição religiosa que se chame de igreja, está usando
indevidamente o termo próprio da Igreja Católica, dado pelo seu fundador.
Vamos reafirmar a nossa fé na Igreja Católica, como diz o Creio
Niceno-constantinopolitado: “Creio na Igreja, una, santa, católica e
apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados”.
Olavo Bilac foi um dos maiores poetas brasileiros. Morava no Rio de
Janeiro e faleceu em 1918. Certa vez, um amigo seu encontrou-se com ele na rua
e pediu: “Olavo, estou precisando vender minha chácara, que você bem conhece.
Preciso colocar um anúncio no jornal. Por favor, faça para mim o texto do
anúncio, porque eu não sei fazer”. Bilac pegou um papel e uma caneta e escreveu
na hora, ali mesmo na calçada, sobre a pasta que trazia na mão, o seguinte
texto: “Vende-se uma encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao
amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um
ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das
tardes, na varanda”. Meses depois, Olavo encontrou-se com amigo e perguntou:
“Já vendeu a chácara?” “De jeito nenhum” – respondeu ele – “Quando li o
anúncio, percebi a maravilha que eu possuo, e a burrada que eu ia fazer ao
vendê-la”.
A santa Igreja é como aquela chácara. É maravilhosa, mas muitos não
enxergam a sua beleza e as suas qualidades. Precisaria vir um poeta descrevê-la
para nós, a fim de a amarmos mais. S. Pedro e S. Paulo poderiam ter defeitos,
mas eles amavam muito a Jesus Cristo e amavam muito a Igreja. Que eles
intercedam por nós a fim de termos também essas virtudes.
Maria Santíssima é a Mãe da Igreja. Que ela nos ajude a amar a nossa
Comunidade Crista, a nossa Paróquia, a nossa Diocese e a Igreja inteira, pois
ela é a nossa Família, cujo Pai comum é Deus, e cujo chefe visível, continuador
de Jesus Cristo, é o Papa Bento 16. E que ela nos ajude também a colaborar para
que a nossa Igreja seja cada vez mais santa.
Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus.
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