Domingo, 01 de Julho de 2012.
Evangelho: Mt 16,13-19
Estamos contentes por celebrar a festa de dois servidores do Reino de Deus: São Pedro e São Paulo. Eles ouviram o chamado do Mestre Jesus e colocaram a disposição ao serviço da evangelização. Fundaram comunidades retas na palavra da justiça e disseminaram os ensinamentos da verdade para homens que desejam ardentemente reaver o plano revelado por Jesus.
Nesta festa dominical dos dois corajosos evangelizadores nos estimulem a cultuar o amor e a praticidade do Reino, que ensejam também o discernimento pessoal para divulgar a mensagem da alegria.
Para seguir a palavra da libertação, a exemplo de Jesus, faz-se necessário a entrega total. Claro que Pedro não aceitou o chamado no primeiro momento, sua ignorância pela rudeza do serviço de pescador, não permitiu a priori seguir o chamado, mas pela insistência e confiança do Mestre, Pedro amoleceu o coração e tornou o grande nome do legado dos ensinamentos da igreja. Ele confirmou sua fé quando Jesus lhe entregou todo o povo para ser seu rebanho.
Paulo não conheceu Jesus como Pedro, mas teve o bom senso da fé e do amor na visão do Cristo Ressuscitado no caminho de Damasco. Deixou sua vida pacata e opressora e passou a ser o servo fiel do Reino. Paulo enfrentou todo tipo de perversidade e sofrimento. Foi preso várias vezes por defender a doutrina cristã de Jesus. Estimulou muitas comunidade pagã a acreditar na Palavra de Jesus, enfim, Paulo divulgou para muitas regiões a vivacidade da fé Naquele que ama e deu sua vida para salvar o homem pecador.
Paulo escreveu várias cartas que as lemos nas celebrações dominicais. Sua mensagem revela um Cristo libertador que rejeitou a opressão e a maldade. Nos ensinamentos paulinos há saliência para não seguir os esquemas prontos dos homens que administram o bem público; o homem deve ter a liberdade assistida pelos Santos Evangelhos e pelos mandamentos do amor de Jesus. Para tanto, o homem deve-se pautar pelo seguimento de Cristo ressuscitado que revela um reino de justiça favorável para toda criatura.
Na vida o homem não deve reverter suas ações para acumular bens e poder, pois estas ações contrariam a vontade do Pai. Na verdade, a vida deve solicitar a humildade, o amor e a partilha. Tanto que Paulo pregava a comunidade-comunitária, onde todos dividiam seus bens com alegria para solidificar a esperança e a grandeza entre os homens.
Assim, tanto Pedro quanto Paulo são exemplos a ser seguidos com tenacidade. Seus legados permeiam ações de justiça, bondade e partilha. Não acumularam riquezas a não ser a riqueza do céu. Souberam ouvir o chamado e levaram à frente o plano de Jesus.
Somos pecadores e estamos correndo atrás da libertação da vida desregrada. Tentamos ser justos naquilo que fazemos, mas pela cultura opressora que nos perpassa não estimula o bem serviço para o reino da vida. Patinamos na mesma avenida iluminada com casarões luxuosos de vitrais, mas não temos coragem de mudar de rumo e alcançar uma pequena rua ou viela que nos leva ao encontro de Deus. Isto acontece porque nas vielas as ruas são escuras, muitos percalços e pouca atração pelo seguimento.
Seguir o caminho conquistado por Pedro e Paulo não é sinônimo de conforto e glória. Eles encontraram adversidades por estarem mostrando a Luz, porém, como a maioria do povo era cego, ganancioso, rude e ignorante, preferiram eliminar da sua redoma; não aceitaram ouvir o verdadeiro ensinamento que libertava dos males e preferiram continuar na imensidão da escuridão sem rumo, ou seja, aqueles que desfizeram de Pedro e Paulo preferiram continuar cultuando os privilégios alheios e manipulando o povo humilde.
Logo, o povo pobre continuava sem a pedagogia da libertação. Eles continuaram na pobreza não porque gostavam de sofrer, mas porque não tinham oportunidade e nem eram dadas instruções para ultrapassar a barreira da opressão. Neste caso, o que fizeram Pedro e Paulo? Fizeram o que Jesus fazia com bom grado, instruía todos para clarear a visão de mundo e projetar transformação viável para tal situação.
Nós também somos chamados para efetuar a libertação daqueles que não entendem a mensagem da libertação. Somos convocados por Deus, a exemplo de Pedro e Paulo, a esmiuçar as palavras do Santo Evangelho para os adormecidos, cegos, desatentos. Assim, o serviço do reino ainda não terminou na pessoa de Pedro e nem de Paulo e muito menos na pessoa de Jesus, o reino ainda carece de pessoas que possam dedicar exclusivamente para o anúncio do amor, da paz e da fraternidade.
Veja caro irmão leitor o exemplo descrito na Primeira Leitura dos Atos dos Apóstolos: Pedro tinha sido preso pelo Herodes e apresentaria para o povo logo após a festa da páscoa. Pedro era bem vigiado, inclusive com dois soldados ao seu lado. Mas de repente o anjo apareceu para Pedro e o retirou da prisão. Ao sair do portão de ferro que dava acesso a cidade Pedro disse: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (At, 12, 11).
Deus não afasta do servo fiel e amado. Deus instrui no perigo o discernimento para sair da situação com precisão. Pedro confiou no anjo que libertou das mãos dos malvados pela sua fé. A fé é o grande legado de Jesus. Quem tem fé e acredita no poder divino e não se perde em marasmo. Perguntamos para nós: temos fé a ponto de confiar em Deus? Colocamos nossas esperanças na pessoa de Deus? Mas devemos também perguntar: o que estou fazendo para o merecimento do reino? Qual a minha participação na construção da vida em salvação?
Da mesma forma que Pedro, Paulo também tem motivos para louvar ao Criador pelos séculos dos séculos. Paulo escreveu a Timóteo:“(...) aproxima-se o momento da minha partida. Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. (...) Mas o senhor esteve ao meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente e ouvida por todas as nações”.(2Tm 4, 6;17).
Paulo reconheceu a mão do Senhor no seu projeto anunciador do reino. Por onde passava não estava sozinho, pois o Cristo ressuscitado caminhava ao seu lado na intenção da segurança e do conforto prazeroso.
A mensagem anunciada pelos grandes servidores do reino sugere a libertação. Pedro foi liberto da prisão e Paulo foi liberto da boca do leão, ou seja, Paulo libertou da prática de coletar impostos e perseguir os cristãos em nome do Imperador Romano. Logo, a libertação enseja novo caminhar para novas transformações.
Enfim, estamos no Evangelho de Mateus. Mais uma vez aparece a figura de Pedro, o corajoso, o destemido que reconheceu o Messias. Jesus perguntava para os discípulos o que o povo dizia sobre Ele. Claro que Jesus já sabia da resposta, mas queria ver se seus seguidores realmente saberiam interpretar os ditos do povo. Alguns disseram que o povo de Cesaréia de Filipe acreditava que era João Batista, outro que é Elias ou Jeremias e até acreditava que era um dos profetas. Mas Jesus Perguntou a Simão, Filho de Jonas, e Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Jesus então respondeu: (...) tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu darei as chaves do reino dos céus: tudo que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.
Pedro, como na Primeira leitura, agora no Evangelho tem a confiança da divindade para ser elemento primordial na caminhada da igreja. Pedro foi o primeiro Papa da Igreja que construiu o templo da misericórdia e da paz para toda a humanidade.
Portanto, na festa de São Pedro e São Paulo, sejamos devotos destes santos de Deus que entregaram suas vidas em favor do seguimento do amor. Cabe a nós seguirmos o belíssimo exemplo para engrandecer ainda mais o Reino da justiça. Amém!
Claudinei M. Oliveira
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