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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Fazei o que ele vos disser - Missionários Claretianos





Domingo, 20 de janeiro de 2013
2º Domingo do Tempo Comum
São Fabiano, Papa, Mártir (Memória facultativa) - São Sebastião, Mártir (Memória facultativa).
Outros Santos do Dia:Eustóquio de Messina (franciscano), Eutímio, o Grego (abade), Mauro de Cesena (monge, bispo), Neófito de Nicéia (mártir).
Primeira leitura: Isaias 62,1-5
As nações verão então tua vitória, e todos os reis teu triunfo
Salmo responsorial: 95(96), 1-2a.2b-3.7-8a.9-10a.c (R.1a.3b)
Cantai ao Senhor um cântico novo, a todos os povos as suas maravilhas
Segunda leitura: 1 Corintios 12,4-11
Há diversidade de dons, mas um só Espírito
Evangelho: João 2,1-11
Fazei o que ele vos disser
A vida de Jesus se desenvolveu dentro da normalidade própria do ambiente cultural e da religiosidade de um judeu do primeiro século de nossa era. Os discípulos descobrem Jesus como um homem normal, em um ambiente normal e sem nenhum tipo de manifestação espetacular ou extraordinária. Esta realidade de uma vida normal em Jesus, faz com que entre os discípulos e ele não haja nenhum tipo de distanciamento, antes ao contrario, haja uma vida verdadeiramente humana como a de Jesus, faz com que a sua experiência do Deus tenha credibilidade e muito mais acessível à consciência e à vida dos que escutam e o seguem. A atitude de Jesus, sem nenhum tipo de pretensão, vai revelando uma nova imagem e um novo conceito de Deus. Deus deixou de ser esse ser estranho e distante, que atemoriza o ser humano e toma a característica do Deus original de Israel, o Deus que caminha com seu povo.
Para a lógica do Evangelho de João, o Banquete é um tema fundamental na teologia do seu evangelho. A teologia do banquete se abre com a missão de Jesus em Caná da Galiléia e é concluído com a última Ceia, fundamento da Eucaristia. O Banquete é, portanto, um sinal messiânico, onde se anuncia a chegada do Reino e se apresenta Jesus, soberano do Reino. É um símbolo fundamental que explica no cotidiano a presença do Reino em meio à historia.
As bodas de Caná estão no imaginário dos primeiros cristãos e de toda a Igreja ao longo da historia, por esse fato inesquecível: no melhor da boda, o vinha acaba. Como é possível que não se tenha previsto esta parta na festa? A atitude de Jesus de Nazaré frente à carência de vinho, fará com que este relato das bodas de Caná fique imortalizado na simbologia cristã.
O milagre das bodas de Caná da Galileia não é simplesmente ausência de vinho. O assunto é outro: o relato tem que ser entendido na perspectiva do Reino, na dinâmica do tempo messiânico. O texto indica que havia aí em um lugar da casa seis jarros de pedra vazios. O texto enfatiza que estavam fazias. São vasos destinados a conter a água da purificação, ritual dos crentes judeus. Porém estão vazias, secas. Este símbolo indica que o modelo religioso judeu está seco, ressecado.
Na visão dos primeiros cristãos que acabavam de se separar do judaísmo, a lei judaica, antes de ajudar, acabou dificultando a relação de Deus com seu povo. Por isso para eles era uma lei vazia, sem sentido, que somente gerava carga e não possibilidade de liberdade e de alegria. As jarras, destinadas à purificação, eram um símbolo que dominava a lei antiga. Esse modelo de lei criava com Deus uma reação difícil e frágil, mediada por ritos frios e carentes de sentido.
Não se diz, contudo, que as jarras estivessem com água. São enchidas quando Jesus ordena. Estando cheias, as jarras que não prestavam já nenhum serviço, antes estorvavam na vida normal das pessoas, permitem uma nova manifestação do projeto de Jesus: a água está convertida em vinho. Significado deste símbolo? A ritualidade, o legalismo, a norma fria e vazia, se transforma em vinho, símbolo da alegria, do gozo messiânico, da festa da chegada do tempo novo do Reino de Deus.
Temos que acabar em nossa vida e na vida comunitária, com os sistemas religiosos desumanizantes, para conseguir entrar na dinâmica libertadora, inclusiva e festiva que Jesus inaugurou. Complicada a interpretação? Efetivamente pode parecer complicada com a complicação que brota de um texto sofisticado, muito elaborado, com todo um conjunto de alusões veladas e mensagens a ser decifradas. Ler, proclamar, comentar o evangelho de João como se se tratasse de uma simples historieta de bodas, na qual Jesus funda o sacramento do matrimonio, sem mais complicações...  teríamos uma leitura fácil e cômoda, porém seria profundamente carente de veracidade. Ainda que seja mais laborioso e menos grato, é melhor tratar nossos ouvintes e leitores como adultos e não economizar a complexidade de textos que interpretados diretamente ao pé da letra nos levariam somente por caminhos de fundamentalismo.
Oração: Ó Deus de todos os povos, que de muitas maneiras te comunicaste desde sempre com a humanidade. Jesus foi para nós o grande sinal que nos permitiu o a cesso a ti. Nós te pedimos que abras nossos olhos, ilumines nossa mente e inflames nosso coração para que também nós sejamos para os demais, sinal de amor e de alegria, de esperança e de agradecimento, até que um dia nos reunamos todos os povos em tua presença, nosso lugar definitivo, contigo, que vives e fazes viver pelos séculos dos séculos. Amém.

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