Domingo, 9 de agosto de 2017.
Evangelho de Mt 14, 22-33.
A liturgia deste 19º Domingo Comum quer nos revelar Jesus como
Messias e Filho de Deus.
Jesus saciou a fome do povo que o seguia à dias sem ter o que
comer. Diante do milagre da multiplicação dos pães, tanto o povo como os
discípulos ficaram entusiasmados e pensaram em proclamar Jesus como rei. Para
evitar que os apóstolos se deixassem dominar por esse entusiasmo fácil, Jesus
obrigou-os a embarcar e mandou que fossem esperá-Lo do outro lado do lago, em
território pagão, para semear as sementes do mundo novo, missão da comunidade
cristã.
Feito isso Jesus subiu à montanha para rezar. Várias vezes os
Evangelhos narram que Jesus se retirava, ficava sozinho para rezar e de
preferência à noite. No coração e na prática de Jesus tinham duas paixões: a
paixão por Deus e a paixão por seus irmãos, os homens. Podemos imaginar a
profunda intimidade de Jesus com o Pai, pois Ele chama o Pai de paizinho e se
sente como seu Filho muito querido. Nestas horas de orações longas, silenciosas
e densas, era o momento d’Ele, de ficar a sós com Ele mesmo. Jesus buscava
forças para continuar sua missão, continuar ensinando a sua doutrina que o
levaria a morte e que não era aceita pelo poder político e religioso da época.
Era na oração que Jesus buscava se fortalecer mais e mais para levar até o fim
a sua missão.
Para atravessar o lago, os Apóstolos tinham que remar uns 11
quilômetros. Com o tempo bom, isso seria feito em duas ou três horas. Com o
vento contrário, a coisa era diferente. Nessa noite o vento não era favorável,
de forma que era preciso muito esforço, remar contra o vento que soprava forte,
contra as ondas que subiam e desciam, por isso se explica o porquê de remarem a
noite toda e demorarem tanto para atravessar o lago ou Mar da Galileia.
Na madrugada, antes de clarear o dia, Jesus veio ao encontro deles,
andando por cima da água e os apóstolos viram um vulto e se assustaram, ficaram
com medo, pensando ser um fantasma, soltaram gritos de pavor. Mas logo se acalmaram ao ouvir a palavra de
Jesus: “Fiquem tranquilos, Sou Eu”. “Sou Eu” é o nome de Deus. Jesus se revela
como Deus se revelou a Moisés no deserto, na sarça ardente. “Sou Eu – Eu sou”.
Pedro quis ir ao encontro de Jesus, e Jesus lhe disse: Venha! Ele
saltou para a água e foi andando sobre as águas agitadas do mar. No entanto,
Pedro, que teve a coragem de atirar-se às ondas bravias, ficou com medo da
violência do vento. O medo do vento foi-lhe maior que a confiança em Jesus.
Acreditou mais na força do vento do que nas palavras de Jesus que diz: Vem! E
assim Pedro começou a afundar. Afundar é sinal de dúvida, de medo, mas gritar
pelo Senhor é a certeza de sua ajuda e salvação.
Pedro grita pelo Senhor: “Senhor, salva-me!” No mesmo instante,
Jesus estendeu-lhe a mão e segurou-o. Mal Jesus subiu à barca, o vento cessou,
a tempestade de repente desapareceu. Todos os apóstolos ficaram admirados
diante de Jesus.
Em Jesus estavam vendo realizar o que nunca tinham visto em
ninguém: um poder imenso. Tinha alimentado com cinco pães, mais de cinco mil
pessoas, tinha completo domínio sobre a natureza, neste caso sobre as ondas,
tempestades e vento.
Diante disso tudo a única coisa que os discípulos poderiam fazer
era reconhecer a grandeza e o poder de Jesus. Prostrados diante de Jesus fazem
um ato de fé: “Vós sois realmente o Filho de Deus”! Reconheceram Jesus como o
Salvador prometido.
Nós podemos entender que a barca seria símbolo da Igreja no meio
das dificuldades, agitada pelo vento da calúnia, pela tempestade das
perseguições. E Pedro representa cada cristão, a quem não falta entusiasmo, não
falta confiança em Jesus, mas ainda tem muito a aprender, amadurecer e crescer
na fé. É a esses que Jesus estende sempre de novo a mão salvadora.
Podemos também comparar aquela barca com a nossa vida. Quantas
vezes a barca da nossa vida é agitada pelos ventos fortes, ondas impetuosas,
tempestades assustadoras. E ao mesmo tempo, que confiamos em Deus nos vem a
desconfiança, o medo, o pavor, a dúvida, a falta de fé.
Quando navegamos em águas tranquilas parece que temos fé, mas
quando a nossa barca é agitada por problemas começamos a duvidar e achar que
Deus nos abandonou, que não nos escuta. Quando chega a doença, o sofrimento, a
dor, a perda de pessoas queridas na família; quando acontece o desemprego, a
falta de dinheiro, o aperto; quando a família não vai bem, pois falta o
diálogo, o relacionamento não está bom, quando há o vício do jogo, do álcool,
da droga, falta de moradia, problemas no trabalho, injustiças, corrupção, nesses
momentos difíceis nos sentimos afundando num mar agitado de ondas bravas e
gigantes.
Outras vezes nos sentimos corajosos e entusiasmados como Pedro e
nos atiramos nas águas, nos entusiasmamos por Jesus e começamos a participar
dos trabalhos da comunidade Igreja. De repente por qualquer motivo começamos a
nos desinteressar, a nos sentir cansados, desanimados, nos acomodamos, nos
afastamos da casa do Pai, nos afastamos de tudo e sem perceber vamos nos sentindo
tristes e infelizes. Quando isso acontece estamos como Pedro, nos afundando no
mar. É preciso fazer como Pedro, gritar pelo Senhor: “Senhor, salva-me!” Ele
vem ao nosso encontro.
Não podemos duvidar da presença viva de Jesus ressuscitado entre
nós, da força de sua Palavra, ela nos dá coragem e afasta o medo, o temor, dúvida.
Nós contamos com a presença do Espírito Santo, que nos assiste, guia, ilumina. A mão de Jesus estará sempre estendida,
pronta para nos salvar. O Senhor, o Messias, o nosso Salvador vem ao nosso
encontro com palavras de ânimo: “Coragem! Não tenha medo!” Quando começamos
afundar é demonstração de dúvida, gritar pelo Senhor é a certeza de sua ajuda e
salvação!
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
ResponderExcluirEu Eliene sou muito grata a você e toda equipe de evangelização. Gosto de refletir suas postagens e uso muito na catequese de crisma essas reflexão. Sou grata por tudo.🙏🙏🙏👏👏👏
ResponderExcluirCom muita didática vc faz com que todos compreendam e a cada homilia vc nos surpreende. Gratidão.
ResponderExcluirEh pra sentar e meditar. Parabéns obrigada
ResponderExcluirObrigada pela gentileza sr Jair
ResponderExcluirMaria de Lourdes!
Oi, Eliene, obrigada pelo seu comentário. Também sou catequista de crisma!
ResponderExcluirMaria de Lourdes