SANTÍSSIMA TRINDADE
Evangelho-Jo 16,12-15; Pr 8,22-31; Sl
8; Rom 5,1-5
-SANTÍSSIMA TRINDADE- Jo 16,12-15--José
Salviano.
EVANGELHO
O
mistério da Trindade Santa não pode ser entendido pela razão ou pela
inteligência, humana, mas sim, pela FÉ. Sem fé não é possível compreender e
aceitar o mistério de um Deus Uno e Trino. Pela inteligência o ser humano
não tem condições de penetrar nos mistérios de Deus, de conhecer a sua
essência, de entender plenamente como Deus é.
Porém, pelos olhos da fé, pela vontade e pela capacidade de amar que nos foi
dado pelo próprio Deus, nós temos condições de perceber de forma
incompleta, a grandeza e a imensa bondade daquele que criou e governa
tudo que existe. Na verdade, Deus é tão misterioso e grandioso, que se nós o
compreendêssemos, Ele não seria Deus.
Durante toda a história, muitos sábios tentaram explicar o mistério de Deus e
seu relacionamento entre o Filho e o Espírito Santo. Mas infelizmente, toda
essa tentativa não passou de um esforço superficial que passou por muito longe
daquilo que se pretendia atingir. Pois é um mistério, e como o nome diz,
mistério não se pode desvendar, é incompreensível à capacidade humana.
Está fora do alcance da nossa mente, está além da nossa capacidade intelectual,
é inatingível para as nossa faculdades mentais.
Então, aquele homem de pouca fé disse: Olha... eu creio em Deus e até em Jesus.
Mas essa conversa de três deuses em uma só pessoa...
Ah! Então você acredita em Jesus? Ótimo. Já é meio caminho andado para aceitar
e acreditar na Santíssima Trindade. Porque, usando um raciocínio lógico,
começamos perguntando quem foi que disse que existem três pessoas? Foi o
próprio Deus através do seu Filho, Jesus Cristo, que é o próprio Deus encarnado
que veio ao mundo, e provou que era Deus através dos inúmeros milagres que fez.
Assim, Jesus que era o Filho, fez diversas referências ao Pai. O Pai que
me enviou... Eu e o Pai somos um... E foi Jesus quem prometeu
enviar o Espírito Santo aos apóstolos, e o enviou.
Jesus é o Verbo que no início estava junto de Deus e que é Deus. O Filho é
consubstancial ao Pai, ou seja um só Deus com Ele. “o Filho Único de Deus,
gerado do Pai antes de todos os séculos, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus
verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. O Espírito foi
prometido pelo Filho aos apóstolos: Antes da Páscoa Jesus nos ensina que
mandará O Paráclito para os auxiliar na sua tarefa de continuar a missão que
Ele havia iniciado no mundo. Esse Espírito que ilumina as mentes, é
também defensor ou consolador, invisível, mas que esteve, está e sempre estará
conosco. Foi Ele que iluminou os profetas falando ao povo de Deus pelas suas
bocas. É Ele que continua assistindo e iluminando a Igreja de Cristo nos
dias de hoje, a superar os momentos difíceis da sua caminhada, e a divulgar a
palavra de Deus a todos quantos quiserem ouvi-la.
O Espírito de Deus é invisível semelhante como o ar que inspiramos. O ar está
em toda a parte, nós não o vemos mais sentimos a sua presença, ou a sua
carência. Se fecharmos todas as portas em um ambiente cheio de gente, como em
uma sala de aula em um dia de inverno por exemplo, poderemos sentir a falta da
renovação do ar, poderemos sentir o peso de uma ar impuro pelo gás carbônico
expelido pelos pulmões das pessoas ali presentes. É uma situação de perigo de
asfixia, pois num ambiente fechado, estaremos inspirando o que saiu de
dentro do outro, o que foi expelido pelo pulmão do outro.
Não vemos, mas sentimos o ar que nos envolve, assim como não vemos o Espírito
de Deus, mas sentimos a sua presença. E o lugar em que esse fenômeno
acontece com mais força, é dentro da Igreja, especialmente no sacrário e na
hora da missa, principalmente no momento da consagração. Tudo isso nós
percebemos pelos olhos da fé. Quem tem pouca fé, quase nem percebe. Porém quem
tem uma fé grande, perceberá de forma também grande.
O Espírito de verdade está em ação desde a criação do mundo. Como já
dissemos, foi Ele quem falou através dos profetas e agora estará junto aos
discípulos, com eles e neles para ensiná-los e conduzi-los à verdade,
assim com está nos missionários da Igreja de hoje, iluminando-os,
protegendo-os, confortando-os, etc.
Caríssimos. Contemplar este mistério, é o processo mental mais
profundo e impenetrável do fenômeno psicológico denominado FÉ. A nossa fé,
para a nossa paz da alma e no convívio social.
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Mas não se consegue a paz pela eliminação dos conflitos, o que é feito
pela opressão, e pela força geradora de mais violência. Também não se pode entender
como PAZ, a ausência de conflitos, mas sim, a sua superação com
técnicas que atinjam as suas raízes, as suas causas, ou seja, mediante a
educação, a evangelização feita por uma catequese atual e atuante, e pela
solidariedade. Solidariedade essa que leva à plena comunhão com Cristo na
Eucaristia, onde os cristãos se saúdam com o beijo fraterno.
Portanto, todo sofrimento que agora já se espalha por vários lugares,
antes lugares de paz e tranquilidade, toda injustiça, todo pecado, a violência
espalhada no mundo e que brota da mente daqueles que se esqueceram de Deus,
tudo o que gera dor e morte é contrário ao projeto de Deus. Porque não
estar com ele é patrocinar a morte.
Irmãos, seremos julgados por todo esse estado de coisas. Tanto os infratores,
como nós que não catequisamos o suficiente para evitar que o mundo chegasse a
esse ponto. A bem da verdade, Deus não nos julga, não nos condena. As pessoas é
que se julgam ou se condenam, ao decidir trilhar caminhos outros que não
aqueles sugeridos por N.S. Jesus Cristo. Pessoas que ao se confrontarem com a
prática de Jesus e tomando partido a favor ou contra ele. Pois quem se
posiciona a favor, não é julgado; quem se posiciona contra já está julgado
porque não acreditou no Nome do Filho único de Deus.
Porém, aqueles que ficarem firmes até o fim, serão salvos. Que Deus nos dê essa
grande graça de sermos fiéis, não obstante as forças do mal invadirem os nossos
lares, e em toda parte. Vivamos o amor de Jesus. Esse amor que tem origem no
“amor de Deus”, que tomou a iniciativa, enviando por seu Filho ao mundo.
Esse
amor que deve continuar na nossa comunidade mediante “a comunhão do Espírito
Santo”, que atrai, organiza e dá força aos cristãos para agirem solidariamente
entre si, em perfeita harmonia. Pelo mistério do amor, que faz de diversas
pessoas um só ser, um só rebanho, Deus é comunidade através da Trindade Santa,
e nós também devemos sê-lo imitando a Cristo. O Deus trino forma uma
comunidade harmônica de vivência na paz, que deve ser copiada e imitada por nós
em nossa vida comunitária.
Essa perfeita harmonia trinitária deve ser o exemplo para as nossas comunidades
eclesiais de base. As quais devem se plasmar nas palavras de Paulo quando
escreveu aos Coríntios: Sejam alegres, trabalhem e estudem, se encham de
coragem apostólica e cultivem a concórdia, ou seja, concordem uns com os
outros, sejam portadores da paz e assim, somente assim, “o Deus do amor e da
paz estará convosco” (2Cor. 13,11).
A melhor forma de celebrar a festa da Santíssima Trindade, é nos convencer de
que se trata de um mistério da nossa fé, que nos foi deixado por aquele que
pode tudo, aquele que para Ele nada é impossível. Assim, se vivermos no amor
fraterno, um amor aberto, grande, generoso, sem medida e sem condições, aberto
ao perdão e à reconciliação, um amor que cria a vida e que vence a violência e
a morte. Assim, e somente dessa forma, entraremos em comunhão com o Deus que é
amor e comunhão em si mesmo, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Assim e só
assim conheceremos para valer a Deus, e estamos certamente dentro deste Plano
de amor trinitário projetado pelo Pai em união com o Filho e com o Espírito
Santo. Amém.
Tenham
um bom e santo domingo. José Salviano.
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