domingo, 9 de junho de 2019

-SANTÍSSIMA TRINDADE-Jo 16,12-15-José Salviano.


SANTÍSSIMA TRINDADE

Evangelho-Jo 16,12-15; Pr 8,22-31; Sl 8; Rom 5,1-5

-SANTÍSSIMA TRINDADE- Jo 16,12-15--José Salviano.

 

EVANGELHO

 

  O mistério da Trindade Santa não pode ser entendido pela razão ou pela inteligência, humana, mas sim, pela FÉ. Sem fé não é possível compreender e aceitar o mistério de um Deus Uno e Trino.  Pela inteligência o ser humano não tem condições de penetrar nos mistérios de Deus, de conhecer a sua essência, de entender plenamente como Deus é.
            Porém, pelos olhos da fé, pela vontade e pela capacidade de amar que nos foi dado pelo próprio Deus, nós temos condições de perceber de forma  incompleta, a grandeza e a imensa bondade daquele que criou e governa tudo que existe. Na verdade, Deus é tão misterioso e grandioso, que se nós o compreendêssemos, Ele não seria Deus.
            Durante toda a história, muitos sábios tentaram explicar o mistério de Deus e seu relacionamento entre o Filho e o Espírito Santo. Mas infelizmente, toda essa tentativa não passou de um esforço superficial que passou por muito longe daquilo que se pretendia atingir. Pois é um mistério, e como o nome diz, mistério não se pode desvendar, é incompreensível à capacidade humana.  Está fora do alcance da nossa mente, está além da nossa capacidade intelectual, é inatingível para as nossa faculdades mentais.
            Então, aquele homem de pouca fé disse: Olha... eu creio em Deus e até em Jesus. Mas essa conversa de três deuses em uma só pessoa...
            Ah! Então você acredita em Jesus? Ótimo. Já é meio caminho andado para aceitar e acreditar na Santíssima Trindade.  Porque, usando um raciocínio lógico, começamos perguntando quem foi que disse que existem três pessoas?  Foi o próprio Deus através do seu Filho, Jesus Cristo, que é o próprio Deus encarnado que veio ao mundo, e provou que era Deus através dos inúmeros milagres que fez.
            Assim, Jesus  que era o Filho, fez diversas referências ao Pai. O Pai que me enviou...   Eu e o Pai somos um...  E foi Jesus quem prometeu enviar o Espírito Santo aos apóstolos, e o enviou.
            Jesus é o Verbo que no início estava junto de Deus e que é Deus. O Filho é consubstancial ao Pai, ou seja um só Deus com Ele. “o Filho Único de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai”. O Espírito foi prometido pelo Filho aos apóstolos: Antes da Páscoa Jesus nos ensina que mandará O Paráclito para os auxiliar na sua tarefa de continuar a missão que Ele havia iniciado no mundo.  Esse Espírito que ilumina as mentes, é também defensor ou consolador, invisível, mas que esteve, está e sempre estará conosco. Foi Ele que iluminou os profetas falando ao povo de Deus pelas suas bocas.  É Ele que continua assistindo e iluminando a Igreja de Cristo nos dias de hoje, a superar os momentos difíceis da sua caminhada, e a divulgar a palavra de Deus a todos quantos quiserem ouvi-la.
            O Espírito de Deus é invisível semelhante como o ar que inspiramos. O ar está em toda a parte, nós não o vemos mais sentimos a sua presença, ou a sua carência. Se fecharmos todas as portas em um ambiente cheio de gente, como em uma sala de aula em um dia de inverno por exemplo, poderemos sentir a falta da renovação do ar, poderemos sentir o peso de uma ar impuro pelo gás carbônico expelido pelos pulmões das pessoas ali presentes. É uma situação de perigo de asfixia,  pois num ambiente fechado, estaremos inspirando o que saiu de dentro do outro, o que foi expelido pelo pulmão do outro.
            Não vemos, mas sentimos o ar que nos envolve, assim como não vemos o Espírito de Deus, mas sentimos a sua presença.  E o lugar em que esse fenômeno acontece com mais força, é dentro da Igreja, especialmente no sacrário e na hora da missa, principalmente no momento da consagração.  Tudo isso nós percebemos pelos olhos da fé. Quem tem pouca fé, quase nem percebe. Porém quem tem uma fé grande, perceberá de forma também grande.
            O Espírito de verdade  está em ação desde a criação do mundo. Como já dissemos, foi Ele quem falou através dos profetas e agora estará junto aos discípulos, com eles e neles para ensiná-los e conduzi-los à verdade, assim com está nos missionários da Igreja de hoje, iluminando-os, protegendo-os, confortando-os, etc.
Caríssimos. Contemplar este mistério, é o processo mental  mais profundo e impenetrável do fenômeno psicológico denominado FÉ. A nossa fé, para a nossa paz da alma e no convívio social.
            Mas não se consegue a paz pela eliminação  dos conflitos, o que é feito pela opressão, e pela força geradora de mais violência. Também não se pode entender como PAZ,  a  ausência de conflitos, mas sim, a sua superação com técnicas que atinjam as suas raízes, as suas causas, ou seja, mediante a educação, a evangelização feita por uma catequese atual e atuante, e pela solidariedade. Solidariedade essa  que leva à plena comunhão com Cristo na Eucaristia, onde os cristãos se saúdam com o beijo fraterno.
            Portanto, todo  sofrimento que agora já se espalha por vários lugares, antes lugares de paz e tranquilidade, toda injustiça, todo  pecado, a violência espalhada no mundo e que brota da mente daqueles que se esqueceram de Deus, tudo o que gera dor e morte é contrário ao projeto de Deus. Porque não  estar com ele é patrocinar a morte.
            Irmãos, seremos julgados por todo esse estado de coisas. Tanto os infratores, como nós que não catequisamos o suficiente para evitar que o mundo chegasse a esse ponto. A bem da verdade, Deus não nos julga, não nos condena. As pessoas é que se julgam ou se condenam, ao decidir trilhar caminhos outros que não aqueles sugeridos por N.S. Jesus Cristo. Pessoas que ao se confrontarem com a prática de Jesus e tomando partido a favor ou contra ele. Pois quem se posiciona a favor, não é julgado; quem se posiciona contra já está julgado porque não acreditou no Nome do Filho único de Deus.
            Porém, aqueles que ficarem firmes até o fim, serão salvos. Que Deus nos dê essa grande graça de sermos fiéis, não obstante as forças do mal invadirem os nossos lares, e em toda parte. Vivamos o amor de Jesus. Esse amor que tem origem no “amor de Deus”, que tomou a iniciativa, enviando por seu Filho ao mundo.
Esse amor que deve continuar na nossa comunidade mediante “a comunhão do Espírito Santo”, que atrai, organiza e dá força aos cristãos para agirem solidariamente entre si, em perfeita harmonia. Pelo mistério do amor, que faz de diversas pessoas um só ser, um só rebanho, Deus é comunidade através da Trindade Santa, e nós também devemos sê-lo imitando a Cristo. O Deus trino forma uma comunidade harmônica de vivência na paz, que deve ser copiada e imitada por nós em nossa vida comunitária.
            Essa perfeita harmonia trinitária deve ser o exemplo para as nossas comunidades eclesiais de base. As quais devem se plasmar nas palavras de Paulo quando escreveu aos Coríntios: Sejam alegres, trabalhem e estudem, se encham de coragem apostólica e cultivem a concórdia, ou seja, concordem uns com os outros, sejam portadores da paz e assim, somente assim, “o Deus do amor e da paz estará convosco” (2Cor. 13,11).

           A melhor forma de celebrar a festa da Santíssima Trindade, é nos convencer de que se trata de um mistério da nossa fé, que nos foi deixado por aquele que pode tudo, aquele que para Ele nada é impossível. Assim, se vivermos no amor fraterno, um amor aberto, grande, generoso, sem medida e sem condições, aberto ao perdão e à reconciliação, um amor que cria a vida e que vence a violência e a morte. Assim, e somente dessa forma, entraremos em comunhão com o Deus que é amor e comunhão em si mesmo, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Assim e só assim conheceremos para valer a Deus, e estamos certamente dentro deste Plano de amor trinitário projetado pelo Pai em união com o Filho e com o Espírito Santo. Amém.


Tenham um bom e santo domingo.  José Salviano.



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