15 Dezembro 2017
Tempo do
Advento Segunda Semana – Sexta-feira
Lectio
Primeira
leitura: Isaías 48, 17-19
17Eis o
que diz o Senhor, teu redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor teu Deus,
que te dou lições para teu bem, que te guio pelo caminho que deves seguir.
18Ah! Se tivesses atendido ao que Eu mandava! O teu bem-estar seria como um
rio, a tua felicidade como as ondas do mar.19A tua posteridade seria como a
areia, como os seus grãos, os frutos do teu ventre. O teu nome não seria
aniquilado, nem destruído diante de mim.
o Deutero-
Isaías concentra-se na revelação do Senhor como Deus de Israel e oferece-nos
uma espécie de "rosário" dos nomes de Deus: Redentor, Santo de Israel
(título repetido 7 vezes: 41, 14; 43, 3.14; 47,4; 48, 17; 49, 7; 54,5). A
salvação, que manifesta a santidade de Deus, também se realiza por meio do
ensino do coração do povo, possibilitando-lhe viver a Aliança e conhecer o
plano de amor salvífico gratuito, que Deus tem para toda a humanidade, e que é
razão última da criação do mundo (v. 17).
O profeta
faz também uma espécie de balanço da história passada da Aliança: a palavra de
Deus não foi escutada; a Lei não foi observada; por isso é que Israel está tão
longe da prosperidade que a Aliança comportava. Mas, agora, Deus volta a
dar-lhe a sua Palavra eficaz, de modo que a obediência a ela possa ter efeitos
profundos e duradoiros e conduza Israel a uma vida na justiça oferecida por
Deus (v. 18), garantindo o cumprimento da promessa feita aos Pais (v. 19; cf.
Gn 12, 2-3; 22, 17).
Evangelho:
Mateus 11,16-19
Naquele
tempo, disse Jesus à multidão: 16«Com quem poderei comparar esta geração? É semelhante
a crianças sentadas na praça, que se interpelam umas às outras, 17dizendo:
‘Tocámos flauta para vós e não dançastes; entoámos lamentações e não batestes
no peito!’ 18Na verdade, veio João, que não come nem bebe, e dizem dele: ‘Está
possesso!’ 19*Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ~í está um
glutão e bebedor de vinho, amigo de cobradores de impostos e pecadores!’ Mas a
sabedoria foi justificada pelas suas próprias obras.»
Jesus acentua a incapacidade dos seus contemporâneos para compreenderem a bondade do tempo presente, uma vez que não estão abertos ao novo. Por isso, são como crianças que não sabem lamentar-se nem divertir-se. A parábola apresenta-nos dois grupos de miúdos que contrastam entre si: o segundo grupo perdeu interesse
Jesus acentua a incapacidade dos seus contemporâneos para compreenderem a bondade do tempo presente, uma vez que não estão abertos ao novo. Por isso, são como crianças que não sabem lamentar-se nem divertir-se. A parábola apresenta-nos dois grupos de miúdos que contrastam entre si: o segundo grupo perdeu interesse
pelo jogo,
e amuou, ainda antes de o iniciar (vv. 16-17). Os contemporâneos de João
Baptista e de Jesus comportaram-se do modo idêntico, devido à má vontade.
Em Mateus,
a sentença final dá resposta a esta reacção oposta de estilos de devoção: o
estilo sábio de Deus foi reconhecido por aqueles que tomaram seriamente em
consideração o seu modo de agir. O que Jesus pretende é agitar as consciências
dos seus ouvintes e convidá-los a acolher a "desconhecida hora de
Deus". As palavras sobre o Baptista terminam com um apelo a uma
compreensão de fé que leve a optar pelo projecto salvífico de Deus,
sintonizando com o seu modo de agir e de se revelar na história.
Meditatio
O Advento
ensina-nos a desejar e a acolher o Senhor. Mas é preciso estar disposto a
acolhê-lo como Ele se apresentar, e não segundo os nossos sonhos e critérios.
Caso contrário, jamais O acolheremos, porque Ele gosta de nos surpreender
sempre. Se não Se apresenta como sonhávamos, melhor, porque os nossos sonhos
fecham-nos em nós mesmos, enquanto que a Sua presença real e concreta nos faz
sair de nós e nos põe em relação com o Pai.
Há que
estar pronto para reconhecer a hora de Deus. Isso significa, em primeiro lugar,
renunciar a entrincheirar-nos em desculpas que apenas mascaram o nosso
desinteresse e a nossa resistência ao convite à conversão, que incessantemente
nos é dirigido pela Palavra de Deus. As recorrentes advertências dos profetas
exortam¬nos a caminhar na justiça e numa fé operante e sincera.
Mas a hora
de Deus não é só a da penitência e da mudança de vida. É também a da alegria
trazida pelo Evangelho de Jesus. A alegria evangélica nascerá em nós se
soubermos reconhecer que Ele não se envergonhou de ser chamado «amigo dos
pub/icanos e dos pecedores- O perdão que nos anuncia não é uma palavra vazia ou
uma notícia genérica sobre a boa disposição de Deus em relação a nós. É o
evento perturbante da sua vinda, o seu querer fazer festa connosco, pecadores.
E não é uma festa que podemos adiar para amanhã, como gostariam de fazer os
miúdos caprichosos da parábola evangélica, porque é para nós, hoje!
Que o
Senhor que nos livre do espírito de crítica que tudo recusa, que sempre
encontra razões para não aceitar, para não acolher a vida como ela se
apresenta, as pessoas como são. Que o Senhor nos dê verdadeiro espírito de
acolhimento, espírito de benevolência para acolhermos a todos, espírito que nos
faça ver em tudo o que é bom, o que podemos aproveitar para o serviço do
Senhor, o que nos faz progredir no
amor.
amor.
Para os
cristãos, e particularmente para os religiosos, é um perigo grave encerrar-nos
no egoísmo pessoal e comunitário, fechando-nos a Deus e aos irmãos. Essa
atitude seria negação do amor e da disponibilidade para acolher a Cristo, onde
quer que se manifeste. Muitas vezes manifesta-se nos irmãos, particularmente
nos carenciados e oprimidos.
Por isso
as Constituições afirmam correctamente: "A comunidade deixa-se interpelar
pelos homens no meio dos quais vive" Cst. 61); "A nossa vida
religiosa … é constantemente interpelada. Somos obrigados a repensar e a
reformular a sua missão e as suas formas de presença e de testemunho … exige o
encontro frequente com o Senhor na oração, a conversão permanente ao Evangelho
e a disponibilidade de coração e de atitudes, para acolher o Hoje de Deus"
(Cst. 144).
Oratio
Senhor,
hoje, sinto-me interpelado a pensar e a reflectir sobre mim mesmo. Sei que há
tempo para chorar e tempo para dançar. Mas descubro que, muitas vezes, sou
pouco sábio, e sou muito distraído e incapaz de reconhecer a tua hora na minha
vida. Queria ser eu a marcar o tempo e o modo como Te apresentas na minha vida.
Por isso, comporto-me como os miúdos caprichosos de que falas no evangelho. Por
isso, temo tornar-me vítima da obstinação, e não conseguir julgar correctamente
os sinais da tua presença na minha vida, na vida da minha comunidade, na vida
da Igreja, na vida do mundo.
Não
desistas de dirigir a tua Palavra ao meu coração obstinado e endurecido, para
que saiba compreender o teu plano sobre mim e atinja a verdadeira sabedoria.
Repreende-me, ainda que duramente, quando quiseres que eu escute os apelos de
João Baptista à penitência e à convers&
atilde;o. Ajuda-me a reconhecer que é este o tempo da graça, o tempo em que me ensinas para meu bem e me guias pelo caminho que devo percorrer. Amen.
atilde;o. Ajuda-me a reconhecer que é este o tempo da graça, o tempo em que me ensinas para meu bem e me guias pelo caminho que devo percorrer. Amen.
Contemplatio
Jesus
sofreu também a calúnia. Foi rejeitado pelos homens, que escondiam a cara
afastando-se d’ Ele como se corassem ao reconhecê-lo. Foi falsamente acusado
como jamais alguém depois d’ Ele o foi. Chamaram-n’O Samaritano e fizeram
correr o boato de que estava possuído pelo demónio. Era, dizia-se, «um bom
comedor e bebedor de vinho, um amigo dos publicanos e dos pecadores». Era um
impostor, um sedutor, um sedicioso. Ser suspeito e acusado de pecado foi para o
Salvador uma indizível humilhação.
O padre falsamente acusado sofre também horrivelmente.
O padre falsamente acusado sofre também horrivelmente.
Os que
acusavam Jesus e queriam precipitá-lo da rocha abaixo e matá-lo, tinham sido
cumulados dos seus benefícios. Todo o padre deve estar pronto a sofrer a mesma
ingratidão.
Quantos
bons padres, cuja conduta é criticada, censurada, acusada, condenada
abertamente ou em segredo! Mesmo os seus amigos se afastam deles. Mesmo os seus
irmãos no sacerdócio, mesmo os seus superiores talvez dêem crédito à calúnia.
São nisto, como na sua dignidade e no seu ministério, a imagem viva do
Salvador.
Enfim, o
divino Mestre morreu debaixo de uma verdadeira tempestade de falsas acusações.
Tinha sido abandonado mesmo pelos seus amigos.
«Meus
amados, diz S. Pedro, não vos surpreendais com o fogo ardente que serve para
vos provar, mas participando assim nos sofrimentos de Cristo, alegrai-vos e no
momento da revelação da sua glória participareis também na sua alegria … » (lPd
4, 12). (Leão Dehon, OSP 2, p. 601s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
(«Eu sou o Senhor teu Deus, que te guio pelo caminho que deves segui!») (Is 48, 17).
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
(«Eu sou o Senhor teu Deus, que te guio pelo caminho que deves segui!») (Is 48, 17).
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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