28 Setembro 2017
Lectio
Primeira
leitura: Ageu 1, 1-4
No segundo
ano do reinado de Dario, no primeiro dia do sexto mês, a palavra do Senhor foi
dirigida, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Salatiel,
governador de Judá, e a Josué, filho de Joçadac, Sumo Sacerdote, nestes termos:
2«Eis o que diz o Senhor do universo: Este povo diz: ‘Não chegou ainda o
momento de reedificar o templo do Senhor.’» 3E a palavra do Senhor foi dirigida
por meio do profeta Ageu, nestes termos: 4«É então tempo para vós habitardes em
casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?»
Ageu,
profeta pós-exílico, é o primeiro dos chamados “profetas menores”. Não é que a
sua inspiração profética seja menor que a dos outros. Mas, tendo tido grande
importância na reconstituição de Israel como povo, é relativamente insignificante
para nós, o Novo Israel, pela extensão e pelo conteúdo da sua obra. A sua
mensagem está centrada na reconstrução do templo. Para que o povo seja
abençoado pelo Senhor, para que tenha uma vida rica de sentido, deve
empenhar-se na reconstrução do templo, causa da presença visível, sensível, de
Deus de Israel.
O seu primeiro oráculo, que hoje escutamos, é um insistente convite a que se termine as obras do templo. O profeta responde, certamente, às objecções dos que apontam as reais dificuldades da obra. O templo é mais importante que uma habitação cómoda e segura: «É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?» (v. 4). Sem o templo, falta algo de muito importante para a vida do povo.
O seu primeiro oráculo, que hoje escutamos, é um insistente convite a que se termine as obras do templo. O profeta responde, certamente, às objecções dos que apontam as reais dificuldades da obra. O templo é mais importante que uma habitação cómoda e segura: «É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?» (v. 4). Sem o templo, falta algo de muito importante para a vida do povo.
Evangelho:
Lucas 9, 7-9
Naquele
tempo, o tetrarca Herodes ouviu dizer tudo o que se passava; e andava perplexo,
pois alguns diziam que João ressuscitara dos mortos; outros, 8que Elias
aparecera, e outros, que um dos antigos profetas ressuscitara. 9Herodes disse:
«A João mandei-o eu decapitar, mas quem é este de quem oiço dizer semelhantes
coisas?» E procurava vê-lo.
Herodes está
perplexo: quem é Jesus de quem todos falam? Fazem-se diversas conjecturas: é
João ressuscitado, é Elias, é um profeta. O povo apercebe-se da grandeza de Jesus.
Mas erra ao compará-lo com figuras do passado. Jesus é uma novidade absoluta.
Para compreendê-lo é preciso olhar para Ele, e mais ninguém.
Herodes é um homem culto e prático. Quer encontrar Jesus e dar-se pessoalmente conta da sua identidade. Se fosse movido por boas intenções, como no caso de Zaqueu (cf. Lc 19, 3), seria uma atitude positiva. Mas não era esse o caso. Já o confessar a si mesmo, cinicamente e sem remorsos, ter matado João Baptista, para calar a sua voz incómoda, mostra como a sua vontade de ver Jesus era apenas curiosidade superficial. Tudo isso ficará claro na narrativa da paixão (cf. Lc 23, 8-10). Herodes representa o homem curioso que não quer tornar-se discípulo de Jesus, mas apenas quer ver fenómenos extraordinários, talvez até realizados por Jesus. É o prurido de ouvir novidades, que também Paulo condenará.
Herodes é um homem culto e prático. Quer encontrar Jesus e dar-se pessoalmente conta da sua identidade. Se fosse movido por boas intenções, como no caso de Zaqueu (cf. Lc 19, 3), seria uma atitude positiva. Mas não era esse o caso. Já o confessar a si mesmo, cinicamente e sem remorsos, ter matado João Baptista, para calar a sua voz incómoda, mostra como a sua vontade de ver Jesus era apenas curiosidade superficial. Tudo isso ficará claro na narrativa da paixão (cf. Lc 23, 8-10). Herodes representa o homem curioso que não quer tornar-se discípulo de Jesus, mas apenas quer ver fenómenos extraordinários, talvez até realizados por Jesus. É o prurido de ouvir novidades, que também Paulo condenará.
Meditatio
O livro do
profeta Ageu, apesar de não ter para nós, novo povo de Deus, a importância que
teve para o antigo povo de Deus, conserva ainda aspectos de grande actualidade.
A mensagem do profeta está centrada na reconstrução do templo, habitação de
Deus no meio do seu povo.
Como lemos no livro de Esdras, Ciro permitiu o regresso dos exilados a Jerusalém. Passados muitos anos, já no tempo de Dário, o povo vivia em boas casas, mas tinha descuidado a reconstrução do templo, a morada do Senhor. Surge, então, o profeta Ageu, que clama: «É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?» (v. 4). Esta advertência do profeta é uma boa ocasião para fazermos um exame de consciência e verificarmos se não caímos, também nós, na tentação de nos interessarmos primeiro pela nossa “casa”, deixando ao abandono a casa de Deus. A casa de Deus, hoje, é a Igreja. Também ela precisa de cuidados, de serviços feitos com zeloso e coragem, de testemunhos entusiastas e perseverantes. O aviso do profeta, que encontrou eco no coração de tantos santos e santas, por exemplo, em Francisco de Assis, continua actual: «Subi à montanha, trazei madeira e reedificai a casa; ela me será agradável e nela serei glorificado» (1, 8).
Há que trabalhar na Igreja, para que, cada vez mais, resplandece no mundo como sinal e instrumento da salvação realizada por Jesus Cristo. Trabalhar pela Igreja, segundo os carismas e os ministérios de cada um, não é tarefa fácil. Mas é, sem dúvida, apaixonante. Dá sentido à vida. Por isso, tantos irmãos e irmãs se entregaram e entregam a ela, muitas vezes a vida inteira. Pensemos nos sacerdotes, nos religiosos e religiosas, nos missionários e missionárias, em tantos leigos e leigas comprometidos ao serviço do povo de Deus. Infelizmente, talvez sobretudo nos países de antiga tradição cristã, são ainda muitos aqueles que se contentam com uma religiosidade descomprometida, que apenas procura o sensacionalismo, que não passa de conversa inútil e superficial, semelhante à de Herodes Antipas.
Seguir Jesus implica compromisso pessoal para que se realize o seu projecto de reunir o povo de Deus para o tempo da salvação. Peçamos ao Senhor a graça de um zelo ardoroso em servi-lo. Que não nos limitemos a buscar os nossos interesses.
«Longe de nos alhear dos homens, a nossa profissão dos conselhos evangélicos torna-nos mais solidários com a sua vida. Na nossa maneira de ser e de agir, pela participação na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo, devemos testemunhar eficazmente que é o Reino de Deus e a sua justiça que se devem procurar antes de tudo e acima de tudo (cf. Mt 6,33). «E não se julgue que os religiosos, pela sua consagração, se alheiam dos homens ou se tornam inúteis à sociedade terrena. Pois, embora algumas vezes não se ocupem directamente dos seus contemporâneos, têm-nos presentes, de modo mais profundo, nas entranhas de Cristo e colaboram espiritualmente com eles, a fim de que a edificação da cidade terrena se alicerce sempre no Senhor e para Ele se oriente, não suceda trabalharem em vão os construtores» (LG 46) (Cst 38).
Como lemos no livro de Esdras, Ciro permitiu o regresso dos exilados a Jerusalém. Passados muitos anos, já no tempo de Dário, o povo vivia em boas casas, mas tinha descuidado a reconstrução do templo, a morada do Senhor. Surge, então, o profeta Ageu, que clama: «É então tempo para vós habitardes em casas confortáveis, enquanto esta casa está em ruínas?» (v. 4). Esta advertência do profeta é uma boa ocasião para fazermos um exame de consciência e verificarmos se não caímos, também nós, na tentação de nos interessarmos primeiro pela nossa “casa”, deixando ao abandono a casa de Deus. A casa de Deus, hoje, é a Igreja. Também ela precisa de cuidados, de serviços feitos com zeloso e coragem, de testemunhos entusiastas e perseverantes. O aviso do profeta, que encontrou eco no coração de tantos santos e santas, por exemplo, em Francisco de Assis, continua actual: «Subi à montanha, trazei madeira e reedificai a casa; ela me será agradável e nela serei glorificado» (1, 8).
Há que trabalhar na Igreja, para que, cada vez mais, resplandece no mundo como sinal e instrumento da salvação realizada por Jesus Cristo. Trabalhar pela Igreja, segundo os carismas e os ministérios de cada um, não é tarefa fácil. Mas é, sem dúvida, apaixonante. Dá sentido à vida. Por isso, tantos irmãos e irmãs se entregaram e entregam a ela, muitas vezes a vida inteira. Pensemos nos sacerdotes, nos religiosos e religiosas, nos missionários e missionárias, em tantos leigos e leigas comprometidos ao serviço do povo de Deus. Infelizmente, talvez sobretudo nos países de antiga tradição cristã, são ainda muitos aqueles que se contentam com uma religiosidade descomprometida, que apenas procura o sensacionalismo, que não passa de conversa inútil e superficial, semelhante à de Herodes Antipas.
Seguir Jesus implica compromisso pessoal para que se realize o seu projecto de reunir o povo de Deus para o tempo da salvação. Peçamos ao Senhor a graça de um zelo ardoroso em servi-lo. Que não nos limitemos a buscar os nossos interesses.
«Longe de nos alhear dos homens, a nossa profissão dos conselhos evangélicos torna-nos mais solidários com a sua vida. Na nossa maneira de ser e de agir, pela participação na construção da cidade terrena e na edificação do Corpo de Cristo, devemos testemunhar eficazmente que é o Reino de Deus e a sua justiça que se devem procurar antes de tudo e acima de tudo (cf. Mt 6,33). «E não se julgue que os religiosos, pela sua consagração, se alheiam dos homens ou se tornam inúteis à sociedade terrena. Pois, embora algumas vezes não se ocupem directamente dos seus contemporâneos, têm-nos presentes, de modo mais profundo, nas entranhas de Cristo e colaboram espiritualmente com eles, a fim de que a edificação da cidade terrena se alicerce sempre no Senhor e para Ele se oriente, não suceda trabalharem em vão os construtores» (LG 46) (Cst 38).
Oratio
Senhor,
infunde em mim o teu Espírito, para que ame o teu templo, a tua Igreja. Quando
me parecer ofuscada por defeitos e pecados, que não a despreze, mas ponha mãos
à obra de a reedificar, como fez outrora Francisco de Assis. Com o auxílio da
tua graça, quero, como ele, reparar as ruínas da tua casa, esquecendo os meus
próprios interesses e sonhos. Ensina-me, Senhor, a não buscar sinais
prodigiosos, mas a contentar-me com a Palavra, que cada dia me ofereces, para
meditar e rezar. Que em tudo e sempre, eu procure a tua gl&oa
cute;ria. Amen.
cute;ria. Amen.
Contemplatio
Grande
santo, S. Leão Magno, conduzi-me pelos vossos caminhos. Fazei-me saborear o
amor de Nosso Senhor, especialmente nos mistérios da Incarnação, da paixão e da
Eucaristia. Ensinai-me a humildade, o zelo, o amor pela Igreja. Mas sobretudo
obtende-me a graça de uma união mais íntima com Nosso Senhor no espírito de
amor e de reparação. (Leão Dehon, OSP 3, p. 436).
Actio
Repete
frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Reedificai a casa; nela serei glorificado» (Ag 1, 8).
«Reedificai a casa; nela serei glorificado» (Ag 1, 8).
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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