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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Deus não precisaria de nós-Alexandre Soledade


SEGUNDA – DIA 25 - Evangelho - Lc 8,16-18


Alexandre Soledade




Bom dia!
Tenho refletido muito esse evangelho e por vezes me questiono quanto a minha conduta. Explico…
Como outros tantos cristãos, nos assoberbamos de trabalhos dentro da igreja e é nesse ponto que me interrogo: Será que estar atuante em tantas áreas é o correto, pois ao ocupar um espaço talvez não permita que outros surjam? Mas como não questionar a situação que a messe continua a crescer, mas os operários não?
É um fato que grande parte das pastorais se “especializou” em “pescar o peixe que esta dentro do aquário”, ou seja, aquele que já esta aqui dentro; outro fato é que falar de Deus para quem já o conhece, creio que não seja uma tarefa tão árdua como é ser luzeiro no mundo. Falar de Deus talvez não seja tão complexo como viver sua palavra todos os dias, cansado, voltando do longo dia de trabalho, sem descanso…
Mas se paro, como fica aquele que aprendeu a me procurar?
O capitão do barco quando avista o farol sabe que duas coisas existem ali: Um caminho seguro e um perigo eminente (rochas, corais, pouca profundidade) ou o farol foi por acaso construído apenas para iluminar o mar? Surge então a grande dúvida: Será que um farol pode estar em todo lugar ao mesmo tempo?
A indagação surge do fato que por maior que seja meu, o seu, o nosso empenho, possivelmente será pequeno mediante a crescente messe. Nosso esforço parece sempre andar em progressão aritmética (PA) e a messe em geométrica (PG).
Quantos servos, filhos de Deus, pais, mães, (…) se sentem assim? Mas o estranho é que é nessa hora que Deus se supera em nós! “(…) PORQUE QUEM TEM RECEBERÁ MAIS; mas quem não tem, até o que pensa que tem será tirado dele”.
Deus na verdade não precisaria de nós, mas espera com muita ansiedade um gesto concreto de fé resiliente.
Resiliência deriva de uma propriedade química ou física em que uma substância tem, após estresse ou de uma adversidade, de conseguir se adaptar ou retornar ao estado original. Por analogia (comparação) imaginemos um fino galho de goiabeira que mesmo sobre forte peso, nega-se a quebrar. Fé resiliente é aquela que se nega a desistir e que após longo estresse é recompensada com os frutos.
Não! Não vale a pena desistir do projeto de Deus por falta de operários, pois se fomos edificados faróis para alguma coisa precisamos servir. O gesto de um único farol pode mudar a vida de um navio perdido no mar, claro que não salvaremos a todos. Ambicionamos a coisas muito grandes; reclamamos muito das coisas pequenas que somadas começam a nos pesar, mas preciso voltar a ver a gama de dons que Deus dá aos que estão assoberbados em Seu nome
“(…) Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes Se, pois, não tiverdes sido fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras”? (Lucas 16, 10-11)
Vamos continuar!
Um imenso abraço fraterno
 

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