21 Setembro 2017
Lectio
Primeira
leitura: 1 Timóteo 4, 12-16
Caríssimo:
ninguém escarneça da tua juventude; antes, sê modelo dos fiéis, na palavra, na
conduta, no amor, na fé, na castidade. 13Enquanto aguardas a minha chegada,
aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino. 14Não descures o carisma que está
em ti, e que te foi dado através de uma profecia, com a imposição das mãos dos
presbíteros. 15Toma a peito estas coisas e persevera nelas, a fim de que o teu
progresso seja manifesto a todos. 16Cuida de ti mesmo e da doutrina, persevera
nestas coisas, porque, agindo assim, salvar-te-ás a ti mesmo e aos que te
ouvirem.
A
instituição eclesial é carismática. O ministério, em si, é já um carisma, isto
é, um «dom espiritual que (o ministro) recebeu e lhe foi concedido pela
intervenção profética, com a imposição das mãos do presbitério». No Antigo
Testamento, a imposição das mãos era usada para transmitir poderes ou encargos
(cf. Dt 34, 9). No Novo Testamento, para além do significado de bênção, de cura
o de dom do Espírito Santo a pessoas já baptizadas, tem o significado de
consagração de determinados indivíduos em vista de funções públicas (cf. Act 6,
6; 14, 23; 13, 3).
Além da consagração propriamente dita, há o conferir de um “carisma”, isto é, de um dom gratuito e permanente («que está em ti»), que pode enfraquecer ou mesmo extinguir-se se não for cuidado e alimentado. Em termos teológicos, é o que hoje se chama “graça sacramental”, aquela que dá as ajudas necessárias àquele que foi consagrado para um ministério na Igreja, em vista do cumprimento dos deveres do próprio estado.
Paulo recorda a Timóteo, homem tímido e reservado, que, quanto mais se esforçar por ser modelo de virtudes para os fiéis, maior autoridade terá sobre eles. Além disso, lembra que a salvação do apóstolo está condicionada à salvação dos outros (cf. v. 16), daqueles em favor dos quais exerce o seu ministério.
Além da consagração propriamente dita, há o conferir de um “carisma”, isto é, de um dom gratuito e permanente («que está em ti»), que pode enfraquecer ou mesmo extinguir-se se não for cuidado e alimentado. Em termos teológicos, é o que hoje se chama “graça sacramental”, aquela que dá as ajudas necessárias àquele que foi consagrado para um ministério na Igreja, em vista do cumprimento dos deveres do próprio estado.
Paulo recorda a Timóteo, homem tímido e reservado, que, quanto mais se esforçar por ser modelo de virtudes para os fiéis, maior autoridade terá sobre eles. Além disso, lembra que a salvação do apóstolo está condicionada à salvação dos outros (cf. v. 16), daqueles em favor dos quais exerce o seu ministério.
Evangelho:
Lucas 7, 36-50
Naquele
tempo, um fariseu convidou Jesus para comer consigo. Entrou em casa do fariseu,
e pôs-se à mesa. 37Ora certa mulher, conhecida naquela cidade como pecadora, ao
saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um frasco de alabastro
com perfume. 38Colocando-se por detrás dele e chorando, começou a banhar-lhe os
pés com lágrimas; enxugava-os com os cabelos e beijava-os, ungindo-os com
perfume. 39Vendo isto, o fariseu que o convidara disse para consigo: «Se este
homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a
tocar, porque é uma pecadora!» 40Então, Jesus disse-lhe: «Simão, tenho uma
coisa para te dizer.» «Fala, Mestre» – respondeu ele. 41«Um prestamista tinha
dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. 42Não
tendo eles com que pagar, perdoou aos dois. Qual deles o amará mais?» 43Simão
respondeu: «Aquele a quem perdoou mais, creio eu.» Jesus disse-lhe: «Julgaste
bem.» 44E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei
em tua casa e não me deste água para os pés; ela, porém, banhou-me os pés com
as suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos. 45Não me deste um ósculo;
mas ela, desde que entrou, não deixou de beijar-me os pés. 46Não me ungiste a
cabeça com óleo, e ela ungiu-me os pés com perfume. 47Por isso, digo-te que lhe
são perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas àquele a quem
pouco se perdoa pouco ama.» 48Depois, disse à mulher: «Os teus pecados estão
perdoados.» 49Começaram, então, os convivas a dizer entre si: «Quem é este que
até perdoa os pecados?» 50E Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em
paz.»
No evangelho
de hoje, cruzam-se dois temas de fundo: em tom polémico, a oposição de Jesus a
um fariseu; em tom de proposta, a relação entre Jesus e a pecadora. Mas,
observando melhor, vemos que os dois temas se cruzam e se iluminam mutuamente.
Ao fariseu, Jesus quer ensinar que uma pessoa não se considera só a partir do
exterior, ou das suas experiências passadas. Uma mulher, notoriamente pecadora,
é sempre capaz de tomar um novo rumo. Precisa apenas de encontrar irmãos, não
hipercríticos e invejosos, mas alguém que a compreenda e redima. Jesus veio
para isso! À mulher, Jesus quer ajudar a compreender que a vida vale, não pela
soma das experiências passadas, ainda por cima negativas e deletérias, mas pelo
encontro central e decisivo com a Sua pessoa, que não é só capaz de compreender
e de perdoar, mas também de resgatar e de renovar. Foi para isso que Ele veio!
A nós, destinatários do Evangelho, Jesus quer fazer-nos compreender que é a fé que nos salva: a fé n´Ele, verdadeiro homem, amigos dos homens, sobretudo dos pecadores, e verdadeiro Deus, feito homem, feito amigo dos publicanos, dos pecadores e das meretrizes, Deus capaz de remeter todos os nossos pecados, um Deus com uma palavra consoladora e eficaz para cada um de nós: «A tua fé salvou‑te. Vai em paz.» (v. 50).
A nós, destinatários do Evangelho, Jesus quer fazer-nos compreender que é a fé que nos salva: a fé n´Ele, verdadeiro homem, amigos dos homens, sobretudo dos pecadores, e verdadeiro Deus, feito homem, feito amigo dos publicanos, dos pecadores e das meretrizes, Deus capaz de remeter todos os nossos pecados, um Deus com uma palavra consoladora e eficaz para cada um de nós: «A tua fé salvou‑te. Vai em paz.» (v. 50).
Meditatio
A primeira
leitura leva-nos a rezar pelos sacerdotes, para que estejam cada vez mais
conscientes do carisma da ordenação sacerdotal, o estimem e o cuidem na
intimidade com Deus e no serviço aos irmãos: «Não descures o carisma que está
em ti, e que te foi dado através de uma profecia, com a imposição das mãos dos
presbíteros» (v. 14). Mas também é importante rezar pelos fiéis, para que
prezem o carisma do sacerdócio, apoiem aqueles que o receberam com a sua
oração, com a sua amizade, com a partilha dos bens necessários para a sua
subsistência.
No evangelho, Jesus, depois de ter curado o servo do centurião e ressuscitado o filho da viúva de Naim, realiza uma cura existencial, dando o perdão a uma pecadora desconhecida. Neste texto, convém sublinhar um ponto em que nem sempre reparamos, porque não compreendemos bem a palavra do Senhor: o amor de Deus chega sempre primeiro de que tudo quanto possamos fazer.
O fariseu Simão está cheio de si. Não reconhece os dons de Deus e até está convencido de que Lhe pode dar alguma coisa. Não ama a Deus. A pecadora, pelo contrário, sabe ter recebido muito, porque a sua dívida era grande. Perdoada por Jesus, pode amar muito. É este o sentido da parábola. Quem é que ama mais? Aquele a quem Deus mais perdoou. Isto não significa, como por vezes se diz, que a pecadora obteve o perdão dos pecados por ter amado muito. É tudo o contrário. O seu amor é sinal de que recebeu o grande dom de Deus, o per-dão. O problema do fariseu era: «Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a tocar, porque é uma pecadora!» (v.
39). Ora Jesus não reconheceu na mulher apenas «uma pecadora»; reconheceu nela «uma pecadora perdoada», ao verificar o seu grande amor. Antes há o perdão de Deus, que nos faz compreender o seu infinito amor e suscita a resposta do nosso amor. A afirmação, «aquele a quem pouco se perdoa pouco ama» (v. 47), confirma a primeira. Não somos nós que amamos por primeiro, mas é Deus. O nosso primeiro dever é reconhecer o seu amor no perdão e em todos os outros dons que nos faz. Se assim não fizermos, cairemos no erro do fariseu, que pensava ser ele a dar a Deus, sem nos darmos conta do seu amor, e sem O amarmos.
A experiência de fé do Pe. Dehon pode resumir-se a três breves fórmulas: «A presença activa» do amor de Cristo na sua vida (Cst 2); a sensibilidade «ao pecado como recusa do amor de Cristo» (Cst 4); a vontade de dar uma resposta ao «amor não acolhido» com «uma união íntima ao Coração de Cristo que provém da intimidade do coração» (Cst 4-5) . Esta experiência de fé está naturalmente centrada no culto ao Coração de Cristo, no amor oblativo, na reparação, na imolação, no apostolado, com todas as cambiantes, muito importantes, do amor puro, do abandono, da vida de vítima… Mas o fundamento dessa experiência de fé é a «presença activa» do amor de Cristo na sua vida (Cst 2).
No evangelho, Jesus, depois de ter curado o servo do centurião e ressuscitado o filho da viúva de Naim, realiza uma cura existencial, dando o perdão a uma pecadora desconhecida. Neste texto, convém sublinhar um ponto em que nem sempre reparamos, porque não compreendemos bem a palavra do Senhor: o amor de Deus chega sempre primeiro de que tudo quanto possamos fazer.
O fariseu Simão está cheio de si. Não reconhece os dons de Deus e até está convencido de que Lhe pode dar alguma coisa. Não ama a Deus. A pecadora, pelo contrário, sabe ter recebido muito, porque a sua dívida era grande. Perdoada por Jesus, pode amar muito. É este o sentido da parábola. Quem é que ama mais? Aquele a quem Deus mais perdoou. Isto não significa, como por vezes se diz, que a pecadora obteve o perdão dos pecados por ter amado muito. É tudo o contrário. O seu amor é sinal de que recebeu o grande dom de Deus, o per-dão. O problema do fariseu era: «Se este homem fosse profeta, saberia quem é e de que espécie é a mulher que lhe está a tocar, porque é uma pecadora!» (v.
39). Ora Jesus não reconheceu na mulher apenas «uma pecadora»; reconheceu nela «uma pecadora perdoada», ao verificar o seu grande amor. Antes há o perdão de Deus, que nos faz compreender o seu infinito amor e suscita a resposta do nosso amor. A afirmação, «aquele a quem pouco se perdoa pouco ama» (v. 47), confirma a primeira. Não somos nós que amamos por primeiro, mas é Deus. O nosso primeiro dever é reconhecer o seu amor no perdão e em todos os outros dons que nos faz. Se assim não fizermos, cairemos no erro do fariseu, que pensava ser ele a dar a Deus, sem nos darmos conta do seu amor, e sem O amarmos.
A experiência de fé do Pe. Dehon pode resumir-se a três breves fórmulas: «A presença activa» do amor de Cristo na sua vida (Cst 2); a sensibilidade «ao pecado como recusa do amor de Cristo» (Cst 4); a vontade de dar uma resposta ao «amor não acolhido» com «uma união íntima ao Coração de Cristo que provém da intimidade do coração» (Cst 4-5) . Esta experiência de fé está naturalmente centrada no culto ao Coração de Cristo, no amor oblativo, na reparação, na imolação, no apostolado, com todas as cambiantes, muito importantes, do amor puro, do abandono, da vida de vítima… Mas o fundamento dessa experiência de fé é a «presença activa» do amor de Cristo na sua vida (Cst 2).
Oratio
Senhor,
dá-me a graça de saber reconhecer que o teu amor e a tua generosidade por mim,
precedem toda e qualquer resposta da minha parte. Dá-me a sabedoria do coração,
para que saiba reconhecer as visitas do teu perdão. Torna-me compreensivo e
misericordioso para com os irmãos. Que jamais os julgue a partir de
preconceitos ou simples critérios morais, mas os saiba olhar a partir da tua
perspectiva de Pai compassivo e misericordioso, a exemplo do teu Filho Jesus Cristo,
nosso Senhor. Amen.
Contemplatio
É no amor de
Deus que o amor do próximo tem a sua fonte. Se amamos a Deus, nosso Pai, daí se
seguirá que amaremos todos os seus filhos nossos irmãos. «Quem ama o Pai, diz
S. João, amará também aqueles que ele gerou» (Jo 5, 1). Ora, onde é que se terá
amado mais o Pai que em Nazaré! Jesus ama infinitamente o seu Pai, como é que
não amaria sem medida Maria e José que são tão caros ao seu Pai, e todos os
homens pelos quais o seu Pai o enviou à terra! Maria e José amam Jesus como ao
seu Deus, ao mesmo tempo que o amam como seu filho. Assim, neste santuário
abençoado de Nazaré, o amor vai sem cessar do coração de Jesus aos corações de
José e de Maria para voltar do coração da Mãe e do pai ao coração do Filho. E
este amor transbordante derrama-se sobre o próximo, sobre todos aqueles que
estão em relação com a Sagrada Família. (Leão Dehon, OSP 3, p. 198s.).
Actio
Repete
frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Não descures o carisma que está em ti,» (1 Tm 4, 14).
«Não descures o carisma que está em ti,» (1 Tm 4, 14).
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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