18 de julho -- Terça - Evangelho - Mt 11,20-24
No dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas
com menos dureza do que vós.
Neste Evangelho, Jesus censura várias cidades onde
fez a maioria dos seus milagres e elas não se converteram. As cidades que ele
coloca na frente delas – Tiro, Sidônia e Gomorra – são conhecidas do povo como
locais de perdição e pecado. A advertência vale direto para nós, pois desde
crianças ouvimos a Palavra de Deus e tivemos conhecimento dos mandamentos.
As cidades censuradas – Coradzim, Betsaida e
Cafarnaum – foram os povos mais evangelizados por Jesus, e onde ele mais fez
milagres. Inclusive ele morou em Cafarnaum, durante um tempo, na casa de Pedro.
O povo dessas cidades será julgado com mais severidade porque, quando ouvimos a
Palavra de Deus, nós nos tornamos responsáveis por ela, o que não acontecia
antes de a ouvirmos. Portanto, ouvir a Palavra de Deus é coisa séria! Imagine
hoje, com os meios de comunicação, quantas contas temos a pagar!
Quanta gente nos ensinou o Evangelho, alguns talvez
até já morreram! Nossos pais e avós, catequistas, padres, agentes de
pastoral... Pessoas que deram a vida por nós! Claro que Deus vê tudo isso e
espera de nós a conversão. A conversão, mais que um ato isolado, é um modo de
viver que envolve a nossa vida toda. Ela teve um momento forte, mas, como o
pecador ronda sempre em volta de nós como um leão (1Pd 5,8), a conversão deve
ser traduzida em pequenos atos diários, como reação ao mal, busca do bem e
emprego dos meios de perseverança deixados por Jesus: Eucaristia, oração,
caridade, penitência...
“Caríssimo, exorto-te a reavivar o dom que Deus te
deu” (2Tm 1,6). Temos uma facilidade incrível em ver o cisco no olho do irmão e
não ver a trave que está no nosso olho.
Deus chamou o povo hebreu de “gente de cabeça dura”
(Ex 33,3). “Este povo é de cabeça dura!” (Dt 9,13). Que Deus não diga isso a
nosso respeito! Quem tem cabeça dura escuta mil vezes uma lição e não aprende.
“Procurai o senhor enquanto é possível encontrá-lo.
Chamai por ele agora que está perto” (Is 55,6). E Deus continua: “O meu pensamento
não é o pensamento vosso, vossos caminhos não são os caminhos meus. Tanto
quanto o céu está acima da terra, assim estão os meus caminhos acima dos
vossos” (Is 55,9).
Neste mês, entre outros, celebramos S. Camilo de
Lélis. Ele nasceu na Itália, em 1550. Quando adolescente, os pais faleceram e
ele se viu sozinho no mundo. Entregou-se à vida devassa e ao vício do jogo.
Ficou doente e, sem dinheiro, foi recolhido num hospital de caridade, em Roma.
A convivência com os religiosos e os bons conselhos que lhe davam fizeram com
que Camilo mudasse de vida. Depois de curado, continuou trabalhando no próprio
hospital, como enfermeiro. Ele via Jesus Cristo em cada doente. Sua preferência
era pelos mais pobres e por aqueles que eram rejeitados, devido ao mau cheiro
ou por medo de contágio.
Durante o ano santo de 1575, a peste encheu os
hospitais de Roma, a maioria gente pobre e sem nenhum recurso. Camilo
desdobrava-se no atendimento a eles. Um grupo de cristãos juntou-se a ele, e
daí nasceram os camilianos, religiosos, religiosas e leigos. S. Camilo faleceu
dia 14/06/1614, com 64 anos de idade.
Que São Camilo, junto com Maria Santíssima, a
Imaculada e a Rainha de todos os santos, intercedam por nós, para que sejamos
também abertos aos bons exemplos e aos conselhos das pessoas santas, e assim
nos convertamos dia a dia.
No dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas
com menos dureza do que vós.
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