Domingo, 23 de julho de 2017.
Evangelho de Mt 13,14-43.
O mundo em que vivemos é um
campo de semeaduras diferentes e contrastantes, no qual cresce o Reino de Deus.
Mas o que é o Reino de Deus? Jesus não o define, mas conta parábolas para
explicar o que é, e, como é o Reino.
Ele fala do trigo e do joio.
Ambos quando pequenos são muito parecidos, a diferença só será nítida na época
da colheita, pois os frutos são diferentes. Os grãos do joio são impróprios
para comer. Ele é uma erva daninha que nasce no meio da plantação, não serve
para nada a não ser para ser queimado.
Uma preocupação dos discípulos
e nossa também, porque Deus permite que os maus continuem existindo? Muitos judeus
esperavam que, quando Deus viesse salvar o seu povo, fosse começar pela
destruição de todos os maus. Essa ideia também nos domina, por que Deus permite
que continuem existindo os maus? Nós sempre nos colocamos entre os bons, não é
mesmo? Por que Deus não converte todo o mundo logo de uma vez? Jesus conta uma
historinha para dizer que com o Reino de Deus acontece o mesmo que numa
plantação.
Jesus veio trazer a salvação,
mas nem todos aceitam a proposta do Reino, uns aceitam, outros o aceitam mais
ou menos. Por isso Jesus não quer acabar agora com os maus, essa não é solução.
Porque os homens podem mudar e Deus tem paciência: os que hoje se recusam a
aceitar o Reino podem aceitá-lo amanhã. Deus espera a decisão de cada um, não
força ninguém. Tem paciência e é capaz de nos ir conquistando pouco a pouco.
Assim como o joio e o trigo as
pessoas aparentemente são semelhantes. Somente pelas obras se identifica quem é
bom e quem não é bom. Todo ser humano experimenta em sua vida o bem e o mal. Todos os homens já praticaram o bem e o
mal. Saber viver bem é uma sabedoria que ao longo da vida vamos aprendendo nos
caminhos do Senhor Jesus Ressuscitado.
A parábola do joio e do trigo nos ensina
que a paciência precisa estar presente na nossa vida todos os dias. A paciência
é uma virtude difícil, mas necessária para ser feliz. Deus é paciente conosco, clemente,
amoroso, misericordioso e fiel. Jesus nos ensina que a paciência é a virtude
que nos ajuda a manter firme nossa fé e vencer todos os obstáculos da nossa
vida a cada dia.
Nós precisamos ser tolerantes com o
próximo, se não somos, mostra que dentro de nós o joio está crescendo, não
estamos produzindo frutos de amor, mas de impaciência, até de violência.
Impaciência e violência é fruto do joio semeado no coração. Cortar o joio é uma
ação de Deus e não nossa. Aos discípulos de Jesus não cabe fazer justiça com as
próprias mãos, compete semear...
A parábola da semente de mostarda
trabalha com os termos menor e maior. A semente de mostarda é figura de coisa pequena e de pouco valor. No
entanto, a pequena semente crescerá, será árvore. O Reino de Deus também parece
coisa de pouca importância, aparentemente fraca. Mas é uma força que nada e
ninguém poderá impedir de conseguir os
seus fins. A semente viva, por menor que seja, lançada à terra germina por uma
força interior. Assim também o Reino de Deus. Não é uma força que se possa
medir pelo sucesso aparente, mas é uma força que vem de Deus. Vai conquistando
cada vez mais pessoas para uma maneira nova de viver.
Assim será com o Reino de Deus, a
pequena semente crescerá, será árvore, será o lugar de encontro para todos que
procuram o Senhor. O Reino irá atingir os homens de todos os tempos e de todas
as raças, fará com que todos reencontrem a casa do Pai.
Jesus chama nossa atenção para outro
aspecto do Reino. Fala do fermento. A parábola do fermento contrapõe o pouco ao muito. Um pouquinho de
fermento, em comparação com a grande quantidade de massa faz a massa crescer,
ficar macia e gostosa. O fermento além de desaparecer na massa não deixa gosto.
O Reino de Deus está no meio de nós, isto é, a
presença de Deus no mundo. A certeza da presença próxima de Deus é uma força
transformadora. Transforma o ser humano a partir de dentro. Faz um homem novo.
Como o fermento que transforma toda a massa, o
Reino de Deus transforma a vida inteira das pessoas, renovando-a. Quem o acolhe
com fé e confiança, experimenta a alegria incomparável do amor de Deus, que
perdoa e reconcilia.
Nós cristãos devemos ser como o fermento, com a força da Fé, fazer
crescer todos que estão convivendo conosco, nossa família, amigos, comunidade,
a fim de colaborar com o crescimento do Reino. O cristão é que tem que
transformar o mundo com a graça de Deus. Ser fermento é levar as pessoas
crescerem na fé, no amor, no estudo da Palavra e se tornar discípulos de Jesus.
O Reino de Deus atinge o interior de cada um de nós. Se aceitarmos
esse Reino, somos realmente transformados, somos feitos realmente filhos de
Deus. Uma vez transformados, podemos transformar os outros.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
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