19 de julho -- Quarta - Evangelho - Mt 11,25-27
Bom
dia!
“(…)
Aos ‘puros de coração’ é prometido que verão a Deus face a face e serão
semelhantes a Ele (263). A pureza do coração é condição prévia para a visão.”.
(Catecismo da igreja Católica § 2519)
Era
uma vez (…). Adoro isso!
Certa
vez, em uma manhã de inverno, o tempo pouco a pouco tomava novas atitudes.
Árvores balançando, galhos e folhas se desprendiam, poeira e terra começavam a
circular com o vento, (…) Uma pessoa olhando de sua janela imaginou: O frio
estava chegando!
Aos
poucos o vento aumentava e consigo também o número de folhas secas. Não tardou
muito e a chuva começou a cair. Não era uma chuva muito forte, mas os ventos a
fazia robustecer. Antenas balançavam, telhas voavam, (…) incrivelmente uma
criança, não preocupada com os chuviscos, via naquele tempo uma oportunidade de
soltar sua pipa nova. Enquanto alguns lamentavam as percas, ele permanecia
soberano no meio do vendaval.
Amarrou
a linha da pipa na grade da sua casa, correu para dentro de casa e voltou com
uma vassoura e mesmo contra o vento, tentava varrer as folhas que enchiam sua
calçada.
-
Guri bobo! Vai trabalhar dobrado! Pensou o homem de sua janela!
O
vento passou e com ele a chuva também.
-
Nossa quanta folha na frente de casa! – disse o homem.
E
lá estava ele em frente a sua casa varrendo as folhas que o vento trouxe.
Reclamando e resmungando ia varrendo aquelas folhas, mas algo não estava por
todo perdido. Ele via aquele menino do vendaval ainda varrendo as folhas. E com
uma vontade de sair vitorioso do acontecido, o homem seguiu até o menino e
perguntou com tom de deboche:
-
É guri (…), não adiantou varrer sua casa durante o vendaval, não é? Ainda tem
folhas na frente de sua casa! Se seu desejo era economizar tempo, não deu
certo!
-
Não moço! Eu não estava varrendo lá em casa não! Eu estava tentando evitar que
elas fossem pra sua casa, pois ao vê-lo na janela, imaginei que estava
preocupado com isso e de lá o senhor não podia ver o que eu estava vendo. A
corrente de ar girava e levava tudo da rua na direção da sua porta (…) – e
continuou:
-Mas
isso não importa agora, pois já acabei! Que ajuda? Disse o menino.
Envergonhado
disse que não era necessário e agradeceu com um sorriso amarelo.
O
menino deixou a vassoura dentro de casa, desamarrou a linha da pipa e voltou a
brincar. O homem virou-se para o garoto e perguntou:
-
Porque você não recolheu a pipa? Você podia tê-la perdido! O menino prontamente
respondeu:
-
Senhor! Eu tenho 12 anos e ouço muito os conselhos dos meus pais. Meu pai disse
que quando abandonamos o que gostamos em beneficio do outro, Deus nos
recompensa! Eu poderia até perder a pipa, mas não pagaria o bem que fiz; Já
minha mãe, que não estudou muito, diz que mesmo que surja um furação, um
vendaval, (…), não podemos desistir ou abandonar o que gostamos; meu irmão mais
velho, diz que eu me tornaria um bom “soltador” de pipa no dia que conseguisse
mantê-la no ar durante uma chuva (…).
O
homem resignou-se com a sabedoria do menino e disse:
-Quero
conhecer sua família menino, pois tenho 50 e ainda não aprendi nada sobre a
vida!
“(…)
Lembro-me dos dias de outrora, penso em tudo aquilo que fizestes, reflito nas
obras de vossas mãos. Estendo para vós os braços; minha alma, como terra árida,
tem sede de vós. Apressai-vos em me atender, Senhor, pois estou a ponto de
desfalecer. Não me oculteis a vossa face, para que não me torne como os que
descem à sepultura. Fazei-me sentir, logo, vossa bondade, porque ponho em vós a
minha confiança. Mostrai-me o caminho que devo seguir, porque é para vós que se
eleva a minha alma. Livrai-me, Senhor, de meus inimigos, porque é em vós que
ponho a minha esperança. Ensinai-me a fazer vossa vontade, pois sois o meu
Deus. Que vosso Espírito de bondade me conduza pelo caminho reto”. (Salmo 142,
5-10)
Essa
estória suscitou em meu coração, creio eu que alem dos nossos ouvidos, ela
tenha um destino certo, ou seja, alguém precisava ouvir isso.
Um
imenso abraço fraterno.
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