Domingo, 4 de junho de 2017.
Evangelho de São Jo 20, 19-23.
A Solenidade de Pentecostes recorda o dia em que a comunidade
fundada por Jesus sobre os apóstolos é revestida pela força do Espírito Santo
para ser testemunha do Senhor ressuscitado. Inicia a Igreja missionária de
Jesus que deveria anunciar o Evangelho a todos os povos, raças, nações.
Celebramos nessa festa a plena realização do mistério Pascal. O
Espírito de Jesus ressuscitado torna-se o grande dom da Igreja, a comunidade
será agora missionária pelo testemunho e pela palavra.
Celebramos Pentecostes cinquenta dias após a Páscoa, daí o
significado da palavra pentecostes, que no início era festa agrícola. Depois
passou a significar a libertação do povo hebreu e, com o surgimento do
cristianismo, o sopro de Deus que une na diversidade os seus discípulos e os
envia para a missão.
Jesus antes de morrer prometeu não abandonar, não deixar órfãos
seus discípulos. Em Jo 14,1-26 Jesus diz: “Não fiquem tristes e preocupados. Confiem
também em mim... Se vocês me amam de verdade, obedeçam os meus mandamentos.
Então, eu pedirei ao Pai, e Ele dará a vocês outro Paráclito (ajudante,
protetor, defensor, advogado), para que permaneça sempre com vocês. Ele é o
Espírito da verdade que o mundo não pode acolher, porque não o vê, nem o
conhece. Vocês, porém, o conhecem, por que Ele mora em vocês e vive em vocês...
Eu não os deixarei órfãos, mas voltarei... O Paráclito, o Espírito Santo que o
Pai vai enviar em meu nome, Ele ensinará a vocês todas as coisas e Fará vocês
se lembrarem de tudo o que eu lhes disse.”
Ainda Jesus dizia: Esperem
que se realize a promessa do Pai, da qual vocês já ouviram falar: Dentro de poucos dias vocês serão batizados
no Espírito Santo... O Espírito Santo descerá sobre vocês e dele receberão
força para SEREM MINHAS TESTEMUNHAS até os confins da Terra.
Depois que Jesus voltou para o Pai (ascensão), os apóstolos,
discípulos, algumas mulheres e principalmente Maria ficaram ali em Jerusalém,
numa casa, no andar de cima, (lugar onde Jesus comeu com eles a última ceia) trancados,
com medo das autoridades religiosas e
políticas que poderiam querer prendê-los porque eles eram seguidores de Jesus.
Maria teve um papel muito importante nesse episódio, manteve todos unidos, com
esperança que a promessa de Jesus se realizaria. Manteve-os unidos em oração e no amor, meditando
as Palavras de Jesus, recordando o que Ele tinha falado e aguardando que se
realizasse a promessa de Jesus: a vinda do Espírito Santo. E nesse clima de
UNIÃO, ORAÇÃO e AMOR entre eles, foi que o Espírito Santo veio em forma de
línguas de fogo, símbolo da comunicação. O fogo que queima o coração de amor a
Jesus e o ardor missionário que leva adiante a missão confiada por Jesus.
Pentecostes no NT é a
celebração da vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de
Cristo. Também houve manifestação de Deus com força e poder: vento, barulho
forte, línguas de fogo, como houve no Sinai.
No AT o Espírito de Deus era simbolizado pelo fogo e pelo vento. Em
Pentecostes, o Espírito Santo apareceu também sob esses símbolos. Como
aconteceu no monte Sinai quando Deus deu a Lei: fogo, vento, trovões,
relâmpagos – formas de manifestar o poder e a presença de Deus.
Nesse dia de Pentecostes com a força do Espírito Santo nasceu a
Igreja missionária, o novo povo de Deus, onde ninguém é excluído, onde
todos são irmãos. A antiga festa das colheitas se transformara em festa da
colheita de almas para Jesus, pois muitos começaram aderir a Cristo, muitos
se convertiam e eram batizados. A Igreja guiada pelo Espírito Santo foi até os
confins da terra levando a Palavra de Deus e anunciando o seu Reino.
O Espírito Santo sempre esteve presente na Igreja guiando-a,
soprando n’Ela para que continuasse sua missão de ser fiel a Jesus, ao seu
Evangelho. Nos tempos que a Igreja viveu um período de escuridão o Espírito
Santo iluminou-a para voltar às raízes do Evangelho. Há dois mil anos, o
Espírito Santo continua sendo derramado sobre a Igreja e iluminando-a para
ajudá-la a caminhar mais na luz de Jesus. O mesmo Espírito derramado sobre os
apóstolos é derramado sobre nós no nosso Batismo e na Crisma, precisamos
reavivar a chama desses sacramentos todos os dias da nossa vida.
Se nós formos dóceis ao Divino Espírito, nos tornamos testemunhas
de Cristo, seremos morada do Espírito. “Se alguém me ama, guardará a minha
palavra e meu Pai o amará, e viremos a ele, e nele faremos morada.” (Jo 14,23).
Esta é a promessa do Senhor: Ser morada do Espírito Santo.
Foi pelo Divino Espírito Santo que Deus se encarnou no seio de
Maria Santíssima, trazendo Jesus ao mundo para nossa salvação. É o mesmo
Espírito sempre presente na vida de Jesus. É o mesmo Espírito de Deus que mora
em nós (1Cor 3,16), que nos impulsiona a sermos santos. Foi Jesus quem pediu
isso: “Sejam santos, como santo é seu Pai que está no céu”. O Espírito Santo é
o encarregado da nossa santificação. É ele que santifica as almas que se abrem
à sua ação, que desejam amar a Deus e ao próximo cada vez mais.
O Espírito Santo é Amor, é o nosso Santificador, o nosso Consolador,
ele é o Paráclito (nosso advogado), é
aquele que nos Ilumina, nos Guia, e nos leva a amar. O Espírito de Verdade e de
Caridade nos recorda tudo aquilo que Jesus disse, nos faz entrar sempre mais
plenamente no sentido das suas palavras.
O Espírito Santo nos renova e nos recria para fazer novas todas as
coisas, colocando em comum nossa diversidade de dons.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Amei sua reflexão!
ResponderExcluirEu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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