26 de junho
Mt 7,1-5
Bom dia!
Um parêntese…
Costumo dizer que esse
evangelho talvez nem mais exista em algumas bíblias (ironia) por ver que na
realidade pouco o cumprimos na prática.
Por vezes já ouvi sendo usado
para justificar nossa própria inércia. “Como posso ajudar alguém se tenho
tantos problemas por resolver”? Outras ele saiu da nossa boca para evitar uma
correção… Quem nunca ouviu ou disse: “quem é você para me julgar”?
Um fato (ou seria uma
justificativa?): “cego não pode guiar outro cego”! Mas quem foi que disse que
somos por completos sem visão? Será que somos tão pobres que não podemos doar
algo e tão atarefados que não pudemos ceder algum tempo que “sobra” para os
outros? Éh!! Parece que o argumento caiu!
Em certo momento, num outro
Evangelho, Jesus disse que déssemos a Deus o que é de Deus e a César o que é de
César. Nesse trecho, tão conciso de sua mensagem, ele talvez nos tenha feito
uma proposta: Trocar o tempo gasto com as críticas maldosas, julgamentos e
inveja com coisas que de fato vão edificar. Jesus propõe a troca do JULGAMENTO
pelo ACOLHER.
“(…) Pedimo-vos, porém,
irmãos, corrigi os desordeiros, encorajai os tímidos, amparai os fracos e tende
paciência para com todos. Vede que ninguém pague a outro mal por mal. Antes,
procurai sempre praticar o bem entre vós e para com todos”. (I Tessalonicenses
5, 14-15)
No mundo que vivemos e
vivenciamos temos que CONCORDAR e aceitar que as teorias de Charles Darwin
estão corretas, ou seja, que ele (o mundo) valoriza muito a visão que o ser
mais adaptado irá prosperar e sobreviver. Um mundo onde é quase natural e
“ético” puxar o tapete, difamar, caluniar, ofender, (…), um mundo que vale de
tudo para se conseguir o que se deseja. É triste dizer isso, mas é onde vivemos
e provocado por nós.
Esse mundo que criamos nos
ensina a fechar os olhos ao idoso no ônibus para não ceder o lugar QUE É
RESERVADO PARA ELE; é esse mesmo pensamento que nos ensina a ver (ou seria
omitir) os nossos defeitos e observar os dos outros com uma lupa; que nos
acostumou a ver uma porção de gente desonesta pedindo novamente nosso voto e
passar quatro anos sem nos ouvir (hunf!).
Mas não é esse mundo que Jesus
nos convida a reconstruir…
“(…) Se é só para esta vida que
temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais
dignos de lástima”. (I Corintios 15, 19)
Somos chamados a sermos
diferentes e não iguais a esse modelo. Nosso chamado é para o irmão. As
críticas devem fazer parte da avaliação do nosso amadurecer, mas os julgamentos
nocivos devem ser descartados. O sujo falando do mal lavado é sinônimo de
hipocrisia!
Certa vez contei esse caso…
“(…) Indo para academia a noite
vi um senhor voltando do trabalho. Parecia ser um pedreiro, pois carregava num
carrinho de mão suas ferramentas. O cansaço estava claro em suas feições. Penso
que passará um dia inteiro ao sol e a seu lado, andava um cachorro vira-lata.
Parece loucura, mas imaginei a
vida daquele cachorro. Seguiu seu dono durante todo o dia e talvez tenha
dividido com ele alguma comida. O cachorro parecia ainda muito disposto, pois
fuçava tudo que via, mas não perdia de vista aquele que era seu dono.
Em um determinado momento o
cachorro ficou para trás distraído com um saco de lixo, o homem parou, assoviou
e o cachorro deixou o que estava fazendo e voltou para o caminho”.
Por vezes somos como aquele cachorro
e em outros momentos aquele homem cansado. Enquanto temos força devemos sempre
estar atentos para aqueles que nos cercam o dia inteiro não se distraiam com
algum lixo que encontre pela rua (erros, drogas, desvios,…).
Preste bem atenção: O homem não
julgou a distração do cachorro apenas o chamou de volta para o caminho.
Assoviar é chamar atenção e não fingir que não vê e justificar o cansaço para
não ter feito!.
“(…) O poder do Espírito e da
Palavra contagia as pessoas e as leva a escutar a Jesus Cristo, a crer n’Ele
como seu Salvador, a reconhecê-lo como quem dá o pleno significado a suas vidas
e a seguir seus passos. O anúncio se fundamenta no fato da presença de Cristo
Ressuscitado hoje na Igreja, e é fator imprescindível no processo de formação de
discípulos e missionários. Ao mesmo tempo, a formação é permanente e dinâmica,
de acordo com o desenvolvimento das pessoas e como serviço que são chamadas a
prestar, em meios às exigências da história”. (Documento de Aparecida §296)
Em comunidade passamos boa
parte do dia “partilhando da mesma comida”, mas é na hora do cansaço que vemos
que é de fato cristão, ou seja, mesmo querendo entregar os pontos, decidir
continuar caminhando e se importando.
Não pensei que essa cena tão
singela nos proporcionasse tamanha reflexão.
Um imenso abraço fraterno!
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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