03-05-2017
Jo 14,6-14
Bom dia!
Notaram que pulamos de João 3 para João 14? Isso
acontece geralmente quando vivemos um tempo de comemoração. Hoje lembramos São
Tiago e São Felipe. Salve!
Sem polemizar, mas esse é um dos trechos do evangelho que nossos
irmãos protestantes justificam sua forma peculiar de profetizar a fé e suas ações,
ou seja, uma relação criada sem intermediários com Deus e é claro que não
estamos aqui pra delinear linhas e laudas sobre o que é correto para essa ou
aquela igreja, mas o fato que esse entender parcial, também tem levado muita
gente a se afastar DA CASA DE DEUS.
Esse evangelho é denso na interpretação visto que precisa estar o
mais próximo da íntegra e não somente em partes. Como assim?
Por exemplo, lemos apenas os versículos “sou o caminho, a verdade e
a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim”, “Senhor, mostre-nos o
Pai, e assim não precisaremos de mais nada”, “creiam pelo menos por causa das
coisas que eu faço” e “quem crê em mim fará as coisas que eu faço e até maiores
do que estas”. Eles em separado já representam a verdade, mas o texto na
íntegra propõe o ensinamento.
Como Tiago e Felipe também fragmentamos o ensinamento, pois se isso
não fosse verdade por que os discípulos deixaram Jesus sozinho a rezar? Por que
o abandonaram? Por que se esconderam? Fragmentos de ensinamento. Em pedaços
ouvimos apenas o que nos interessa. Isso é um traço humano.
Os versículos que separei justiçam, por si só, que Deus nos ouve,
que esta atento a minha oração onde quer que eu esteja, que tudo Nele eu posso
e que os milagres acontecerão, mas não queremos ouvir o ensinamento completo
que exorta que preciso ter e manter a fé, mudar de atitude e comprometer-se com
o próximo.
Reparem esse versículo em meio ao ensinamento: “(…) O PAI, QUE ESTÁ
EM MIM, É QUEM FAZ O SEU TRABALHO”.
Jesus deixa bem claro que é o portador do sonho de Deus para nós, e
que sua missão é ser canal da graça do Pai em meio aos irmãos. Em muitos
momentos, não somente nesse evangelho, fica evidente que, já que é interesse de
Deus, nada o impediria, ou seja, qualquer dificuldade seria (e será) transposta
mediante a vontade de Jesus (ou nossa) em prosseguir. Deus oferece as
ferramentas, mas o filho, de vontade própria, precisava ter a ação concreta.
Ele diz “peça e receberá”, “não tenhas medo”, “venha”, mas precisa
da ação concreta de cada um em acreditar e FAZER ACONTECER. Onde eu quero
chegar?
Cada vez mais vemos as pessoas FRAGMENTAS sendo cristãs apenas a
frente da TV. Participam de Missas, Novenas e Encontros “ao vivo” diretamente
do conforto do seu sofá, da sua cadeira… Temos locais que esse conforto
desmotivou as pessoas a ir à missa, estar com os irmãos, partilhar, emprestar
seu talento, dom ou carisma.
Justificam a violência das cidades, a falta de estacionamento nas
igrejas, não ter ar condicionado, a demora da homilia, “aquele padre chato”,
“Deus ouve minha oração em casa”, (…) para preferirem ficar em casa.
Claro que o conforto é bom e que a tecnologia também nos aproximou
de Deus, em especial nas formações, na reza do terço, nos momentos de oração
matinal, mas veja quantos grupos e pastorais sucumbem de ajuda, pois não
queremos sair de casa na hora da novela, “justificando” que já fiz meu
compromisso cristão ao assistir a missa pela manhã pela TV?
Penso que as homilias e ensinamentos dados na TV deveriam estimular
ou desafiar mais as pessoas a SER COMUNIDADE. Enquanto Jesus sofria seu
calvário, seus discípulos onde estavam? As coisas grandiosas que podemos fazer
e que Jesus menciona estão relacionadas no contato com as pessoas, OU SEJA, bem
além dos muros das nossas casas.
Os discípulos que hoje celebramos (que tomaram esse “pito” de Jesus
hoje) se transformaram em grandes divulgadores da Boa Nova, fato este que os
levou ao martírio. A ação concreta deles, em meio aos irmãos, trouxe o
entendimento completo do ensinamento de Jesus
Por fim deixo a reflexão final proposta pela CNBB para esse
evangelho:
“(…) Nós também participamos dessa comunhão NA MEDIDA EM QUE NOS
TORNAMOS ÍCONES de Cristo e A PARTICIPAÇÃO NESSA COMUNHÃO É QUE NOS GARANTE A
VIDA EM PLENITUDE, a vida eterna”.
Um imenso abraço fraterno
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