3 Maio
2017
3ª Semana – Quarta-feira
Lectio
Primeira leitura: Actos 8, 1b-8
Naquele tempo, Saulo aprovava também a morte
de Estêvão. No mesmo dia, uma terrível perseguição caiu sobre a igreja de
Jerusalém. À excepção dos Apóstolos, todos se dispersaram pelas terras da
Judeia e da Samaria. 2Entretanto, homens piedosos sepultaram Estêvão e fizeram
por ele grandes lamentações.
3Quanto a Saulo, devastava a Igreja: ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e entregava-os à prisão.
Filipe leva o Evangelho à Samaria – 4Os que tinham sido dispersos foram de
aldeia em aldeia, anunciando a palavra da Boa-Nova. 5Foi assim que Filipe desceu a uma cidade da Samaria e aí começou a pregar Cristo. 6Ao ouvi-lo falar e ao vê-lo realizar milagres, as multidões aderiam unanimemente à pregação de Filipe. 7De facto, de muitos possessos saíam espíritos malignos, soltando grandes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados. 8E houve grande alegria naquela cidade.
3Quanto a Saulo, devastava a Igreja: ia de casa em casa, arrastava homens e mulheres e entregava-os à prisão.
Filipe leva o Evangelho à Samaria – 4Os que tinham sido dispersos foram de
aldeia em aldeia, anunciando a palavra da Boa-Nova. 5Foi assim que Filipe desceu a uma cidade da Samaria e aí começou a pregar Cristo. 6Ao ouvi-lo falar e ao vê-lo realizar milagres, as multidões aderiam unanimemente à pregação de Filipe. 7De facto, de muitos possessos saíam espíritos malignos, soltando grandes gritos, e numerosos paralíticos e coxos foram curados. 8E houve grande alegria naquela cidade.
Depois do martírio de Estêvão, veio a
perseguição da Igreja. Lucas conta que, à excepção dos Apóstolos, «todos se
dispersaram pelas terras da Judeia e da Samaria» (v. 1). Assim começa uma nova
fase na vida da frágil comunidade cristã: a sua difusão fora de Jerusalém. São
particularmente atingidos os seguidores de Estêvão, os helenistas, que se
dispersam pela Judeia e pela Samaria, dando início à corrida da Palavra pelo
mundo, «até aos confins da terra». Entretanto, Saulo devasta a Igreja. Mas ela
expande-se entre aqueles que estão fora do judaísmo: «Os que tinham sido
dispersos foram de aldeia em aldeia, anunciando a Palavra da Boa Nova» (Act 8,
4). Distingue-se outro diácono, Filipe, que, como Estêvão, e como os Apóstolos,
prega a Boa Nova e faz milagres. Assim, enquanto a Igreja está de luto pela
morte de Estêvão, também se enche de alegria com a acção de Filipe e de outros
discípulos anónimos, que pregam o nome de Jesus na Samaria. A fé cristã
alarga-se a um novo espaço geográfico e cultural. É o mundo que se renova,
graças ao contacto com a Palavra que se difunde.
Evangelho: João 6, 35-40
Naquele tempo, Jesus respondeu aos judeus: «Eu
sou o pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais
terá sede. 36Mas já vo-lo disse: vós vistes-me e não credes. 37Todos os que o
Pai me dá virão a mim; e quem vier a mim Eu não o rejeitarei, 38porque desci do
Céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E a
vontade daquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele
me deu, mas o ressuscite no último dia. 40Esta é, pois, a vontade do meu Pai:
que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e Eu o
ressuscitarei no último dia.»
«Eu sou o pão da vida» (v. 35). À maneira
sapiencial, Jesus apresenta-se como o revelador da verdade, o mestre divino que
veio para alimentar os homens. Jesus é personificação da revelação, ou
revelação personificada. Utiliza o simbolismo do pão e do maná para descrever a
sua própria revelação e o significado da sua pessoa. Mas
a multidão não quer entender, não reconhece
Jesus como Filho de Deus. Então Jesus denuncia-lhe a incredulidade.
A Igreja primitiva, que vivia um conflito com a Sinagoga, manifesta, por meio do evangelista, a sua profunda ligação ao Mestre, e a convicção de que o projecto de Deus se realiza no acolhimento que cada um dos crentes reserva a Jesus. Ele fez-se homem, não para fazer a sua vontade, mas a vontade d´Aquele que O enviou. O projecto de Deus tem em vista a salvação. Ao confiá-lo ao Filho, o Pai proclama que os homens se salvam em Jesus, sem que algum se perca: «a vontade daquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia» (v. 39). A expressão «último dia», em João, indica o dia em que termina a criação do homem e se realiza a morte de Jesus, o dia do triunfo final do Filho sobre a morte. Nesse dia, todos poderão saborear «a água do Espírito», dada à humanidade.
A Igreja primitiva, que vivia um conflito com a Sinagoga, manifesta, por meio do evangelista, a sua profunda ligação ao Mestre, e a convicção de que o projecto de Deus se realiza no acolhimento que cada um dos crentes reserva a Jesus. Ele fez-se homem, não para fazer a sua vontade, mas a vontade d´Aquele que O enviou. O projecto de Deus tem em vista a salvação. Ao confiá-lo ao Filho, o Pai proclama que os homens se salvam em Jesus, sem que algum se perca: «a vontade daquele que me enviou é esta: que Eu não perca nenhum daqueles que Ele me deu, mas o ressuscite no último dia» (v. 39). A expressão «último dia», em João, indica o dia em que termina a criação do homem e se realiza a morte de Jesus, o dia do triunfo final do Filho sobre a morte. Nesse dia, todos poderão saborear «a água do Espírito», dada à humanidade.
Meditatio
Depois da morte de Estêvão, aqueles que
comungavam do seu «extremismo», os que não aceitavam compromissos com o
judaísmo, são também perseguidos. Por enquanto, escapam à perseguição os
Apóstolos, talvez na esperança de que fosse encontrada uma solução para os
problemas com a tradição judaica.
A perseguição ajudou a Igreja a não adormecer e a reencontrar as suas raízes missionárias, que são o segredo da sua eterna juventude. Quantas vezes, se verificou essa verdade, ao longo da história! Quando os discípulos do Senhor parecem comodamente instalados, quando se consideram integrados num determinado contexto social, é o próprio Espírito a agitar o «lugar» com várias provações, incluindo a perseguição. Se a comunidade estiver viva, como estava em Jerusalém, a perseguição dará os seus frutos.
Jesus não despreza a vida corporal. Quantas vezes interveio para curar doentes e, até, ressuscitar mortos. Mas não pretende satisfazer apenas as nossas necessidades corporais. Quer dar-nos a vida em plenitude. O pão da terra conserva a vida, mas não nos faz ressuscitar. Jesus quer que participemos da sua ressurreição, porque é essa a vontade do próprio Pai: «Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.» (v. 40). Jesus abre-nos um caminho através da morte até à ressurreição.
Ao dar-nos o seu Corpo na Eucaristia, Jesus comunica-nos a sua vida de ressuscitado e alimenta-a em nós. A Eucaristia é penhor de ressurreição. Jesus abriu-nos o caminho da vida eterna porque se entregou à morte por nosso amor. Na oferta de Si mesmo, venceu a morte. Na Eucaristia, Jesus renova o dom de Si mesmo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós… Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» (Lc 22, 19-20). Receber a Eucaristia é receber Aquele que se ofereceu por nós até à morte e, portanto, receber a força para percorrer o mesmo caminho.
A Eucaristia é dom total de Cristo, o centro da nossa vida pessoal e
comunitária, a nossa opção fundamental de vida, enquanto “nos consagra a Deus”, unindo-nos, pelo nosso baptismo e pela nossa profissão religiosa, ao Seu sacerdócio e ao Seu estado de v&iac
ute;tima (cf. Cst. 80-81): “Consagro-Me por eles, para que também eles sejam consagrados na verdade” (Jo 17, 19); “Consagra-os na Verdade” (Jo 17,
17). Por isso, a Eucaristia marca toda a nossa vida e toda a nossa acção: “A Eucaristia
reflecte-se em tudo o que somos e vivemos” (Cst. 81). Marca também a nossa missão ao serviço dos irmãos, especialmente dos mais pobres: “lança-nos, incessantemente, pelos caminhos do mundo ao serviço do Evangelho” (Cst. 82). E, quando surgem as dificuldades, as perseguições, é o Pão que nos dá força. Lembremos os efeitos da Eucaristia nos desanimados discípulos de Emaús.
A perseguição ajudou a Igreja a não adormecer e a reencontrar as suas raízes missionárias, que são o segredo da sua eterna juventude. Quantas vezes, se verificou essa verdade, ao longo da história! Quando os discípulos do Senhor parecem comodamente instalados, quando se consideram integrados num determinado contexto social, é o próprio Espírito a agitar o «lugar» com várias provações, incluindo a perseguição. Se a comunidade estiver viva, como estava em Jerusalém, a perseguição dará os seus frutos.
Jesus não despreza a vida corporal. Quantas vezes interveio para curar doentes e, até, ressuscitar mortos. Mas não pretende satisfazer apenas as nossas necessidades corporais. Quer dar-nos a vida em plenitude. O pão da terra conserva a vida, mas não nos faz ressuscitar. Jesus quer que participemos da sua ressurreição, porque é essa a vontade do próprio Pai: «Esta é, pois, a vontade do meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.» (v. 40). Jesus abre-nos um caminho através da morte até à ressurreição.
Ao dar-nos o seu Corpo na Eucaristia, Jesus comunica-nos a sua vida de ressuscitado e alimenta-a em nós. A Eucaristia é penhor de ressurreição. Jesus abriu-nos o caminho da vida eterna porque se entregou à morte por nosso amor. Na oferta de Si mesmo, venceu a morte. Na Eucaristia, Jesus renova o dom de Si mesmo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós… Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós» (Lc 22, 19-20). Receber a Eucaristia é receber Aquele que se ofereceu por nós até à morte e, portanto, receber a força para percorrer o mesmo caminho.
A Eucaristia é dom total de Cristo, o centro da nossa vida pessoal e
comunitária, a nossa opção fundamental de vida, enquanto “nos consagra a Deus”, unindo-nos, pelo nosso baptismo e pela nossa profissão religiosa, ao Seu sacerdócio e ao Seu estado de v&iac
ute;tima (cf. Cst. 80-81): “Consagro-Me por eles, para que também eles sejam consagrados na verdade” (Jo 17, 19); “Consagra-os na Verdade” (Jo 17,
17). Por isso, a Eucaristia marca toda a nossa vida e toda a nossa acção: “A Eucaristia
reflecte-se em tudo o que somos e vivemos” (Cst. 81). Marca também a nossa missão ao serviço dos irmãos, especialmente dos mais pobres: “lança-nos, incessantemente, pelos caminhos do mundo ao serviço do Evangelho” (Cst. 82). E, quando surgem as dificuldades, as perseguições, é o Pão que nos dá força. Lembremos os efeitos da Eucaristia nos desanimados discípulos de Emaús.
Oratio
Glória a Ti, Senhor Jesus Cristo, que lançaste
a cruz como ponte sobre a morte para que através dela passássemos da morte à
vida. Glória a Ti, Senhor Jesus Cristo, que assumiste um corpo de homem mortal
para o transformares em manancial de vida em favor de todos os mortais.
Enche-nos do teu Espírito para que, tornando-nos grão de trigo lançado à terra,
participemos na tua ressurreição e colaboremos no ressurgir Contigo da multidão
dos homens. Amen.
Contemplatio
Nosso Senhor quis mostrar-nos ele mesmo no
maná uma figura da Eucaristia. Fê-lo longa e claramente. É que o maná era bem
uma figura providencial do pão eucarístico. Todo o capítulo VI de S. João no-lo
explica.
Foi em Cafarnaúm, no grande dia de Páscoa, no dia seguinte à multiplicação dos pães. «Em verdade, diz Nosso Senhor, vós procurais-me, porque fostes saciados, procurai antes um alimento que vive para sempre. – Os nossos pais comeram o maná caído do céu no deserto, disseram, e no entanto morreram! – Em verdade, diz Nosso Senhor, o maná não era senão uma figura; o verdadeiro pão do céu, o meu Pai vo-lo dá agora.
Sou eu que sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome nem sede; posso saciar a fome de uma alma ávida de felicidade». – Depois Nosso Senhor explica-lhes que alimenta as nossas almas pela fé e pela graça e que nos alimentará pela Eucaristia.
«Eu sou o pão da vida, diz-lhes, e este pão é a minha carne que será entregue por vós. Sim, devereis comer a minha carne e beber o meu sangue para terdes a vida eterna. A minha carne será um elemento de ressurreição. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanecerei com ele e ele em mim».
Eis, portanto, Senhor, porque destes o maná ao vosso povo no deserto. Este pão branco, que tinha todos os mais doces sabores e que alimentava todo o vosso povo, era uma esplêndida figura da Eucaristia.
A Igreja nos repete todos os dias: «destes-nos um pão do céu, que tem para nós todos os encantos».
O pão misterioso que fortifica o profeta Elias, era também uma bela figura da
Eucaristia.
Elias fugia da cólera de Jezabel. Esgotado de fadiga no deserto, invocava a morte. Adormeceu. Um anjo trouxe-lhe um pão miraculoso e acordou-o. Elias comeu e encontrou-se tão forte para caminhar durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte Horeb, onde Deus se manifestou a ele.
O pão eucarístico será também para nós uma força sem limites (Leão Dehon,
OSP 4, p. 226s.).
Foi em Cafarnaúm, no grande dia de Páscoa, no dia seguinte à multiplicação dos pães. «Em verdade, diz Nosso Senhor, vós procurais-me, porque fostes saciados, procurai antes um alimento que vive para sempre. – Os nossos pais comeram o maná caído do céu no deserto, disseram, e no entanto morreram! – Em verdade, diz Nosso Senhor, o maná não era senão uma figura; o verdadeiro pão do céu, o meu Pai vo-lo dá agora.
Sou eu que sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome nem sede; posso saciar a fome de uma alma ávida de felicidade». – Depois Nosso Senhor explica-lhes que alimenta as nossas almas pela fé e pela graça e que nos alimentará pela Eucaristia.
«Eu sou o pão da vida, diz-lhes, e este pão é a minha carne que será entregue por vós. Sim, devereis comer a minha carne e beber o meu sangue para terdes a vida eterna. A minha carne será um elemento de ressurreição. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanecerei com ele e ele em mim».
Eis, portanto, Senhor, porque destes o maná ao vosso povo no deserto. Este pão branco, que tinha todos os mais doces sabores e que alimentava todo o vosso povo, era uma esplêndida figura da Eucaristia.
A Igreja nos repete todos os dias: «destes-nos um pão do céu, que tem para nós todos os encantos».
O pão misterioso que fortifica o profeta Elias, era também uma bela figura da
Eucaristia.
Elias fugia da cólera de Jezabel. Esgotado de fadiga no deserto, invocava a morte. Adormeceu. Um anjo trouxe-lhe um pão miraculoso e acordou-o. Elias comeu e encontrou-se tão forte para caminhar durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte Horeb, onde Deus se manifestou a ele.
O pão eucarístico será também para nós uma força sem limites (Leão Dehon,
OSP 4, p. 226s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Eu sou o pão da vida» (Jo 6, 35).
«Eu sou o pão da vida» (Jo 6, 35).
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