DIA DE SÃO LOURENÇO DIÁCONO MÁRTIR
10/08/2016
1ª Leitura 2Cor 9, 6-10
Salmo 111 (112) , 5 a “Feliz o
homem que se compadece e empresta”
Evangelho João 12, 24-26
“O Serviço que requer o
Rebaixamento”
A
palavra Diakonia, do grego, que significa servir, nasceu ainda em forma
embrionária na Igreja primitiva, conforme relato de Lucas em Atos 6. Muito
pouco se fala no Novo Testamento dos sete primeiros Diáconos da nossa Igreja, a
não ser Estevão, o proto mártir, e Felipe, que após a expulsão dos cristãos das
sinagogas, saiu pregar na Samaria e depois em outras regiões, inclusive sendo
ele o grande articulador do Cristianismo no mundo grego, pois neste evangelho
de hoje é ele que conduz os gregos até Jesus.
A
Diakonia, que começou com o autêntico espírito de serviço, foi passando por
transformações no seio da igreja e entre os séculos seguindo e terceiro, o
Diácono era papel de destaque enquanto principal colaborador do Bispo, que por
aquele tempo era quem presidia a “Fração do Pão”, ou em uma linguagem de hoje,
só o Bispo é que celebrava missa.E assim a diakonia, cada vez mais foi tendo
destaque no serviço do altar e na administração dos bens terrenos da Igreja e
daí, a concorrência, a busca de poder, contaminou o Diaconado que ao final do
século IV despareceu por completo da nossa Igreja.
Foi
o Concílio Vaticano II que restaurou o Diaconado Permanente fazendo com que a
Diakonia fosse resgatada, deixando de ser apenas um ministério transitório,
para ser um Sinal Sacramental do Serviço. O Diaconado Permanente é um Sinal
Sacramental de todas as diakonias presentes em nossas comunidades, não há
distinção entre a diakonia leiga e a do Diácono, uma supõe a outra, uma
sinaliza e torna a outra autêntica em si mesma.
O
evangelho de hoje, portanto, aponta para aquilo que é essencial no Diaconado: o
morrer para si mesmo, esvaziar-se de qualquer ambição, glória ou poder, servir
com alegria, generosidade e grande disposição. Morrer para si mesmo é não
clericalizar-se em excesso, não fazer questão de qualquer honraria ou
distinção, por causa do ministério, morrer para si mesmo é anunciar a Palavra e
esquecer-se de si mesmo. Morrer para si mesmo é não olhar para o Presbítero com
um ar inferior, e nem tão pouco olhar para o leigo com um ar superior.
Morrer
para si mesmo é manter a serenidade em toda e qualquer situação, é ser
paciencioso e compreensivo com quem quer que seja, é não fazer uso da sua
autoridade clerical, para dominar, se impor, ou obter qualquer benefício.
Morrer para si mesmo é abrir mão de celebrações da Palavra pomposas, onde se
exalta o próprio ego, é priorizar as comunidades pobres de bairros distantes,
com as quais o Cristo a quem se serve, se identifica mais.
Enfim,
o Diaconado é um tesouro inestimável pertencente ao Senhor, que se permite
guardá-lo na insignificância dos modestos vasos de barro, que são os nossos
Diáconos. E que São Lourenço nos ajude a todos quantos imerecidamente receberam
esse Santo Sacramento, a manter incólumes tal tesouro, pertencente ao Senhor, e
que refulge o seu maior brilho no amor que se traduz em serviço, na Dimensão da
Palavra, da Liturgia e da Caridade, colunas mestras que dão sustentabilidade a
toda e qualquer Diakonia. (Diácono José da Cruz - Paróquiia Nossa Senhora
Consolata - Votorantim SP - E-mail jotacruz3051@gmail.com.br)
Gostei, muito bem explicado, Deus abençoe!!!
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