Comentários Prof.Fernando* 22º Dom.Tpo.Com/15ºpós-Pentec.
Batismo de TAINÁ, 28 ag.2016
A festa e os convidados
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Neste domingo é dia do batismo de minha sobrinha-neta, Tainá. Pensei que
o comentário do evangelho do dia serve para meditarmos juntos tanto no Batismo
quanto na mensagem de Lucas cap.14. Como não posso estar presente neste
interior paulista, uns 300 km da capital perto de muita água de muitos rios (o
que já nos remete ao Batismo/mergulho na águas da Vida) fico imaginando a festa
e a reunião de famílias. Lá moram os do lado paterno da pequena Tainá. Para lá
já foram os familiares do lato materno. Pai, mãe, avós, tios, primos – um dia
de festa para ninguém esquecer.
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Fico pensando ao mesmo tempo na festa onde Jesus anunciou a parábola que
ajuda a descrever a Boa Notícia que vem anunciando. No caso (Lucas14) é um
banquete em casa de uma influente personalidade religioso-política na região (“um
importante fariseu”). O Mestre de Nazaré observa a disputa pelos primeiros
lugares e aproveita para para propor a conhecida parábola de alguém que “se
ficar no seu canto” acaba sendo chamado para tomar um lugar mais eminente. Depois
Jesus se dirige ao dono da festa e dá este recado (para todos nós): ao dar a
festa “não convidar amigos, irmãos,
parentes ou vizinhos ricos porque eles vão retribuir o convite. Mas, quando se
dá um banquete, é melhor convidar, antes, os pobres, os estropiados, coxos e
cegos deste mundo porque esses não têm como retribuir (mas ressuscitar –isto é,
passar além da morte recuperando a Vida – será nossa melhor retribuição).
A parábola da gratuidade divina
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As palavras do Mestre não tem nada a ver com a reunião de famílias, de parentes
e amigos para a festa do batizado da Tainá!!! A parábola deve ser lida no contexto
de muitas outras que aparecem no evangelho de Lucas, de Mateus ou de Marcos, no
contexto do anúncioda “Boa Notícia” (= Eu-angélio) trazida por Jesus de Nazaré
ao seu povo há 2000 anos e às sucessivas gerações que escutaram e transmitiram
a outras a mesma notícias, chegando até nós hoje.
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1) Esta parábola não era uma aula de etiqueta ou boas maneiras dada por
Jesus para o convívio social. “Ir sentar-se no último lugar” não é pregação
sobre a “humildade” (normalmente é a interpretação imediata). Claro que pode
ser também lido o tema da humildade. Mas, na verdade, a lição aqui é: parem de se
achar melhor de todos; parem de perder tempo na ansiedade de “aparecer” ou
“ficar famoso” para ser incensado na mídia. Isso pode ser um plano para ganhar
dinheiro (para ficar famoso tem de participar do Big Brother, ou ser ótimo atleta
ou falar meia-dúzia de bobagens no congresso ou ... virar terrorista e suicida.
Mas isso não é um projeto de vida.
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2) O núcleo da parábola é: o anfitrião é o Pai que convida para
participar do “Banquete” do seu “Reino” os que ele ama: dele recebemos a Vida
“de graça”, não por sermos bons ou justos. Porque os seres humanos são, antes
de mais nada, pobres, estropiados e cegos (“pecadores” na linguagem bíblica). Mas –
mesmo assim – amados.
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Por isso pensei: a leitura de hoje é também a leitura do Batismo de
Tainá. Além da festa, da alegria dos pais, madrinha, padrinho; além da reunião
animada de parentes e amigos, o Batismo é uma Celebração. Que não quer dizer
que a criança agora é um filho ou filha de Deus (antes não era?). Mas é precisamente
a declaração solene e pública de que acreditamos que Deus é amor (“Creio em
Deus Pai, Criador do céu e da terra; e em seu Filho - e no Espírito que nos é
dado - na comunhão dos filhos do mesmo Pai - na ressurreição ou superação de
nossa frágil condição no tempo-espaço para a plenitude (eterna) da Vida.
Batismo é Deus que nos “mergulhou” nas águas da vida, para de dentro da
História humana nos erguer. Esse levantar-se diariamente – se compreendemos
como ele nos “convidou para um Banquete” – então devemos também distribuir o
mesmo tipo de amor: dando prioridade aos mais carentes ou frágeis. Afinal, pai
e mãe da Tainá fazem isso. E dizem ao mundo: vale a pena cuidar de uma filha.
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Tainá está hoje nos dizendo: Deus nos “mergulhou” nas águas da vida para
na História que vivemos nos “ressuscitar” cada dia. Se compreendemos a
parábola, também devemos distribuir o mesmo tipo de amor: convidar os mais
carentes ou mais frágeis. Afinal, pai e mãe da Tainá dão testemunho de que vale
a pena cuidar de uma filha.
oooooooooo ( * ) Prof. (Edu/Teo/Fil,1975-2012)
fesomor2@gmail.com
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