QUARTA FEIRA DA 3ª QUARESMA 02/03/2016
1ª Leitura Deuteronômio 4, 1.5-9
Salmo 147/147 b 12.a “Louva, ó Jerusalém, o Senhor”
Evangelho Mateus 5, 17-19
http://liturgia.cancaonova.com/liturgia/3a-semana-quaresma-quarta-feira-02032016/
Confesso que no método de catequese da "Decoreba", nunca
consegui tirar dez quando a catequista perguntava sobre os mandamentos de Deus
e depois sobre os cinco da Igreja e não tenho vergonha de dizer que, se for
responder ali na "lata", ainda vou me enroscar. Entretanto é bom que
se diga que o problema estava no método e não no conteúdo, claro que nos anos
60 esse método servia. Hoje é quase impossível continuar-se com essa catequese
conceitual e formulativa.
Quando a Igreja se preocupa hoje em rever e modificar o método de
catequese, adequando-o ao nosso contexto, ela não está "jogando fora"
todo o ensinamento doutrinal da Tradição, o conteúdo doutrinal, que, aliás, é
riquíssimo, continua o mesmo, a mudança está apenas no método, como apresentar
tudo isso as crianças e aos catecúmenos nesses tempos da pós modernidade.
O mesmo acontecia no tempo da vida pública de Jesus, quando os seus
opositores o acusavam de não seguir e obedecer a Sagrada Lei de Moisés e de
querer acabar com ela. No evangelho de hoje o evangelista Mateus coloca na boca
de Jesus a afirmação que quer recolocar as coisas nos seus devidos lugares
"Não vim para abolir a Lei e os Profetas, mas para levá-los á sua
perfeição".
Ninguém tem autoridade para alterar a lei, ou manipulá-la de acordo
com suas conveniências; possivelmente na comunidade de Mateus onde esse
evangelho foi refletido, haviam pessoas zelosas e bastante preocupadas com a
tradição apostólica que trazia em si a Tradição de Israel, a Lei e os Profetas.
O Cristianismo a princípio era uma seita dentro do Judaísmo e as coisas não
aconteceram da noite para o dia, foram muitos anos até que o Cristianismo
tivesse uma identidade própria. Com toda certeza a comunidade vivia esse
dilema: abrir-se totalmente para a Plenitude que é Jesus ressuscitado e a
novidade do evangelho, ou manter a raiz em Israel, seguindo a Lei de Moisés?
Hoje entendemos a importância e o valor do Antigo Testamento,
caminho seguro percorrido pelos Santos Homens e pelo Povo de Deus, para se
chegar a Jesus Cristo, desta forma nada se pode acrescentar e nem diminuir
neste legado de Fé da Antiga Aliança, o Novo Testamento ilumina o Antigo e o
Antigo ilumina o Novo, pensar que a História da Salvação tem o seu início na
Encarnação do Verbo, e desprezar a experiência de Fé de todos os que nos
antecederam, seria o mesmo que destruir o alicerce, as vigas mestras de uma
construção, onde o Edifício virá abaixo...(Diácono José da Cruz – Paróquia
Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)
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