15 de Fevereiro - Segunda -
Evangelho - Mt 25,31-46
Do evangelho de hoje podemos deduzir que o Filho do Homem se declara Rei e juiz de todas as nações. É a glória devida a seu triunfo sobre a cruz. Pois ele é o Poder de Deus e a sua Sabedoria(1 Cor 1, 24).
Cristo Jesus ressuscitado vindo com poder e
grande glória (Lc 21, 27), assume as funções do verdadeiro Deus: Sua sentença é
definitiva: eterna como o fogo eterno preparado pelo pai para os anjos
rebeldes. Ele está rodeado de todos os seus anjos o qual indica ser superior a
eles (Hb 1, 3-4) embora segundo o que sabemos pelos padrões da época o homem
era inferior aos anjos (Hb 2, 7).
Trata-se de um juízo final, ou do início de uma
era histórica após a destruição de Jerusalém? No primeiro caso, Jesus- o Filho
do Homem- será o juiz definitivo como vemos no parágrafo 2. No segundo caso
indica quais entrarão a formar parte do novo reino entre os gentios. Os
escolhidos serão os misericordiosos que alcançarão misericórdia( Mt 5, 7) ou
seja os que agiram com compaixão com os necessitados. Quais são estes irmãos
mais pequenos?
A) Os escandalosos, que escandalizam os
pequeninos (Mt 18, 6) e que praticam a iniqüidade (13, 41) [não socorrendo os
necessitados] que serão lançados na fornalha ardente.
B) Os que recebem e ajudam os discípulos de Jesus
a quem basta dar um copo de água fria a um desses pequeninos por ser discípulo
(Mt 10, 42). Cremos que a segunda opinião não possa ser descartada em termos
absolutos, a primeira coincidindo com a tradição, é a mais segura.
Sobre o fogo preparado para o Diabo e os anjos,
devemos comentar que na época de Jesus não se esperava que o Diabo estivesse no
inferno, porque sabemos pelas palavras do próprio Jesus que viu Satanás cair do
céu como um relâmpago (Lc 10, 18). Portanto o inferno não era sua morada, mas o
fogo ou lago de fogo será o destino definitivo do Diabo (Ap 20, 10) ao qual
será lançado quem não for escrito no livro da vida(Ap 20, 15). Talvez isso
explique a influência do maligno em nossa história.
Embora castigo é um adjetivo de qualidade como
perpétuo, constante, sem início nem fim, tanto o castigo definido aqui oposto à
vida, como no Apocalipse chamando-o de segunda morte ( Ap 21, 8), indicam um
período sem fim. Podemos dizer que reflete perfeitamente Daniel 12, 2. A
condenação não é por atos de perversidade mas de omissão. Talvez porque os
primeiros já estavam incluídos na mentalidade antiga. Os segundos eram o grande
pecado e ainda são dos batizados chamados discípulos de Cristo. Por outra parte
o evangelho de hoje serve para responder à pergunta: Como poderão salvar-se os
que não conhecem Jesus ou consideram verdadeira a sua própria religião?
Obviamente a fé será substituída pelas obras de misericórdia, necessárias
também entre os cristãos porque a fé só está morta (Tg 2, 17) e Paulo afirma
que a que tem valor é a fé que atua mediante o amor (Gl 5, 6).
Senhor Pai Santo, Deus eterno e todo poderoso
unidos na caridade, celebramos a morte do vosso Filho, proclamamos com fé a sua
ressurreição e aguardamos com firme esperança, a sua vinda gloriosa no fim dos
tempos. Amém.
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