25- Segunda - Evangelho
- Mc 16,15-18
Ide
pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho.
Hoje
nós celebramos com alegria a festa da Conversão de S. Paulo apóstolo. Ele
nasceu em Tarso, na Cilícia, que pertence à atual Turquia. Na primeira Leitura
da Missa de hoje, o próprio Paulo narra a sua conversão:
“Eu
sou judeu, nascido na Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade de Jerusalém.
Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos
antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus”. Persegui até a morte
aqueles que seguiam este Caminho, prendendo homens e mulheres.
Disso
são minhas testemunhas o Sumo Sacerdote e todo o conselho dos anciãos. Eles
deram-me cartas de recomendação... Fui para Damasco, a fim de prender todos (os
cristãos) que encontrasse e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem
castigados.
Ora,
aconteceu que na viagem, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao
redor de mim. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que
me persegues?’ Eu perguntei: ‘Quem és tudo, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou
Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’. Então perguntei: ‘Que devo
fazer, Senhor?’ O Senhor me respondeu: ‘Levanta-te e vai para Damasco. Ali te
explicarão tudo o que deves fazer’.
Como
eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco
guiado pela mão dos meus companheiros. Um certo Ananias veio encontrar-me e
disse: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista!’ No mesmo instante recuperei a
vista e pude vê-lo. Ele então me disse: ‘O Deus de nossos antepassados escolheu-te
para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires a sua própria voz.
Porque tu será a sua testemunha diante de todos os homens. E agora, o que estás
esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados,
invocando o nome dele”.
Daí
par frente, tudo o que Paulo fez partiu dessa experiência de ser amado por
Jesus. Ele disse: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20).
Ele tinha convicção de que Cristo morreu por amor a ele. Portanto a sua fé era
uma experiência de amor.
Paulo
era um homem forte e combativo, que soube manejar a espada da palavra. “Apesar
de ter sofrido maus tratos e ultrajes em Filipos... o nosso Deus nos deu
coragem e segurança para vos anunciar o seu Evangelho... Aliás, sabeis muito
bem que nunca bajulamos ninguém, nem fomos movidos por alguma ambição
disfarçada” (1Ts 2,2.5).
Para
ele, a verdade era por demais grande e sagrada, e não a sacrificava por nada. A
verdade que ele descobriu no encontro com o Ressuscitado merecia, por ela, toda
luta, toda perseguição, todo sofrimento. Mas o que mais o motivava era a
certeza de ser amado por Jesus.
S.
Paulo era um homem livre. Para ele, o que vale é o amor. “Ama, e faze o que
queres” (Santo Agostinho). Quem ama a Cristo como Paulo amava, pode realmente fazer
o que quiser, porque o amor liga a nossa vontade à vontade de Cristo.
No
caminho de Damasco, Cristo fala a Paulo: “Por que me persegues?” Jesus se
identifica com a Igreja. Ele se tornou carne, e a Igreja continua sendo a sua
carne. A partir dessa experiência, Paulo vê a Igreja como Corpo de Cristo.
Servir à Igreja é servir a Cristo.
Veja
o que Paulo disse sobre o testemunho: “Não te envergonhes de testemunhar a
favor de Nosso Senhor Jesus Cristo... pois Deus nos chamou com uma vocação
santa, não em atenção às nossas obras, mas por causa do plano salvífico e da
sua graça, que nos foi dada no Cristo Jesus” (2Tm 1,8-9).
Paulo
era um homem coerente com as suas idéias. Instruído por seu professor Gamaliel,
ele achava que o cristianismo era um mal. Por isso o perseguiu. E como não
sabia fazer nada mais ou menos, perseguiu a Igreja de corpo e alma. Quando,
iluminado por Cristo, percebeu que o cristianismo era um bem, dedicou-se,
também de corpo e alma, a esta nova religião. O mundo precisa de gente assim,
que põe em prática as suas convicções, sejam elas quais forem. Há pessoas que
acreditam em um caminho, mas seguem outro. A esses Cristo quer “vomitá-los de
sua boca”.
Havia,
certa vez, um rapaz q estava levando vida errada. O pai lhe dava conselhos, mas
pouco adiantava. Um dia, o pai conseguiu convencê-lo a ir conversar com o avô,
que era um homem sensato, carregado de experiência e sabedoria e muito
respeitado pelo neto. O moço obedeceu e foi.
O
pai telefonou ao seu pai, pedindo que desse uns conselhos para o neto. Quando
ele chegou, os avós o receberam muito bem, depois o avô o convidou para ir ao
fundo do quintal. Lá havia dois cães amarrados. Um era super bravo e o outro
era amigo, e até gostava de ser acariciado. O avô então disse: “Como você vê,
um desses cachorros é mau e o outro é bom. Qual dos dois vencerá? O rapaz, sem
entender direito a pergunta, arriscou: “Acho que é o manso, não é?” O avô, que
já esperava a resposta, discordou e justificou. Ele disse: “Não, meu filho.
Vencerá aquele que for melhor alimentado.”
A
partir da comparação, o avô falou sobre os diversos alimentos, intelectuais,
morais e religiosos. Precisamos recebê-los, se quisermos ter um futuro feliz.
A
conversão de S. Paulo foi instantânea, porque foi uma graça especial de Deus.
Mas a nossa conversão não é assim. Ela é lenta e vai depender dos alimentos que
dermos para o “homem velho” e o “homem novo” que está dentro de nós.
“Quando
se completou o tempo previsto, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher...
e assim todos nós recebemos a dignidade de filhos de Deus” (Gal 4,4-5). Era
assim que Paulo via o papel da Virgem Maria no plano da salvação. Que ela e ele
nos ajudem a amar muito a Cristo e a ser suas testemunhas.
Ide
pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho.
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