31/fevereiro/2016
– 4o Domingo do tempo Comum
Evangelho: (Lc 4,
21-30)
Jesus
então começou a falar-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que
acabais de ouvir”. Todos se puseram a falar dele e, maravilhados das palavras
cheias de graça que saíam de sua boca, diziam: “Não é este o filho de José?”
Ele lhes disse: “Certamente me direis o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo;
tudo quanto ouvimos que fizeste em Cafarnaum, faze-o aqui em tua terra”. E
continuou: “Eu vos asseguro: nenhum profeta é bem recebido em sua própria
terra. Na verdade, eu vos digo: Muitas viúvas havia em Israel nos dias de
Elias, quando o céu se fechou por três anos e seis meses e houve grande fome em
todo o país. Mas Elias não foi enviado a nenhuma delas senão a uma viúva em
Sarepta de Sidônia. E havia muitos leprosos em Israel no tempo do profeta
Eliseu, mas nenhum deles foi curado senão Naamã, o sírio”.
Quando
ouviram isso, todos os que estavam na sinagoga ficaram furiosos. Levantaram-se,
arrastaram-no para fora da cidade e o conduziram até o alto do monte onde
estava construída a cidade, para dali o precipitarem. Mas, passando por meio
deles, Jesus foi embora
COMENTÁRIO
Aqui estamos novamente, para juntos meditarmos
a Palavra de fé e de esperança do Santo Evangelho. As Palavras de Jesus causam
admiração e, ao mesmo tempo, estranheza a ponto do povo querer linchá-lo. Este
evangelho é uma sequência do domingo anterior.
Lembra-se? Jesus estava na sinagoga, onde fez
uma leitura e, ao terminar de ler afirmou: "Hoje se cumpriu esta passagem
da Escritura". Seus amigos e conterrâneos elogiam a sabedoria e as
palavras de Jesus. Estavam admirados com o que viam, até que... lembraram-se de
algo muito importante:
Como puderam esquecer-se disso? Aquele que ali
estava dizendo maravilhas era alguém que conheciam desde sua infância. Nascido
em Nazaré, criado entre eles e filho de José, um humilde e pobre carpinteiro.
Depois que se lembraram disso suas palavras perderam a beleza, perderam a
credibilidade e Jesus foi rejeitado.
"Nenhum profeta é bem recebido em sua
pátria". Com essas palavras Jesus quer explicar o motivo pelo qual não faz
milagres em Nazaré. Sabia que se fizesse milagres seria questionado e
desprezado, pois para aquele povo, Ele era simplesmente o filho de um operário.
Ainda hoje é assim. Supervalorizamos o rico
forasteiro desconhecido e taxamos de incompetentes os pobres da região. Se não
estiver trajando terno e gravata, se não tiver título de doutor, se não usar
colarinho branco, não acreditamos em suas palavras nem no seu poder de
realização.
O fato de todos o conhecerem deveria ser um
motivo a mais para acreditarem nele, mas não é o que acontece. Jesus então se
recusa a fazer milagres para provar que é o Messias. Quando Jesus fala dos
milagres operados em favor de estrangeiros e não dos judeus, o povo sente
inveja e fica enfurecido.
Diante do povo enfurecido, Jesus tenta mostrar
que o que lhes falta é fé, por isso não recebem milagres. O milagre, a graça de
Deus não são coisas que compramos em lojas, elas são bênçãos que recebemos
gratuitamente através de orações e de ações, através da fé.
Deus sempre reserva para seus filhos o melhor,
tudo o que precisam e não o que querem. A graça, nem sempre se traduz em
milagres pomposos, em curas impossíveis e principalmente, não pode ser
entendida como estabilidade financeira e ausência de problemas.
Estão transformando a religião num grande e
lucrativo comércio. Tem muita gente por ai vendendo graças e bênçãos. É bom
lembrar que o dinheiro é capaz de comprar remédio, mas não a saúde; comprar
seguro de vida, mas não a vida.
Não é com milagres estrondosos que o Reino de
Deus se impõe, mas com amor, fraternidade, perdão e partilha. Jesus entregou-se
gratuitamente. Não cobrou nenhum centavo pelo milagre da libertação da
humanidade.
Essa é a missão do cristão. Gratuitamente deve
promover a paz, a libertação e a reconciliação. Jesus não veio para um grupo
seleto, veio para todos. O amor não tem preço, a única exigência é o coração
puro, simples e aberto.
(2474)
jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br
– 31/fevereiro/2016
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