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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar. Padre Queiroz


Terça-feira, 23 de outubro
Lc 12,35-38

Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar.
Neste Evangelho, Jesus nos faz um apelo à vigilância. “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas”. Os orientais usam roupas largas, precisando então, para o trabalho, amarrá-las à cintura. Portanto, o sentido é a espera atenta e já preparado para trabalhar. Lâmpadas acesas é a graça de Deus, na qual precisamos sempre andar, pois não sabemos o dia nem a hora da chegada do Reino de Deus.
A redenção é comparada com uma festa de casamento, na qual Jesus, como Deus, é o noivo e nós a noiva. Mas este casamento (a redenção) só acontece concretamente para nós se estivermos atentos e sempre preparados.
Na parábola, quando o senhor bate na porta, não dá mais tempo de se preparar. O mesmo acontece conosco: quando o Senhor Deus bater à nossa porta, não haverá mais tempo de nos prepararmos. Daí a necessidade da vigilância constante, nas vinte e quatro horas do dia, nos sete dias da semana, nos 365 dias do ano, sempre.
Isso não é fácil, mas compensa, porque, se o Senhor nos encontrar preparados, a situação vai se inverter: nós seremos os “senhores” e ele o servo nosso. “Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se à mesa e, passando, os servirá”. Que coisa bonita! Mostra que Jesus não está interessado em nada, a não ser na nossa salvação. Como ele mesmo disse: “Quem é maior, o que está à mesa, ou aquele que serve? Não é o que está à mesa? Eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27).
Existem até religiões que dizem saber quando o Senhor virá, ou quando será o fim do mundo. Mas Jesus disse várias vezes que ninguém tem condições de saber isso. O que precisamos é atender ao seu apelo e viver sempre preparados.
Não podemos ficar nem um minuto com a nossa lâmpada apagada, pois a qualquer momento poderá acontecer a chegada do Reino de Deus. O nosso encontro com Deus acontece não só na nossa morte, mas de muitas outras formas. A vida é cheia de momentos altos, em que devemos dar um forte testemunho. E isso acontece de repente. Por isso que os santos diziam: “Eu temo o Senhor que passa”. Ou “Quando Jesus passar eu quero estar no meu lugar”.
A nossa vida futura é muito mais importante que esta, por isso precisamos pensar um pouco nela e viver sempre preparados.
A vigilância é também atitude própria de quem ama. É a lâmpada acesa do amor que nunca se apaga. Quantas mães, esposos e namorados passam o dia e a noite olhando pela janela para ver se seu amado ou a sua amada está chegando! O nosso amor a Deus vai nessa linha, e muito mais.
Havia, certa vez, uma casa bonita, mas o quintal deixava muito a desejar. Era um terreno abandonado, maltratado, oferecendo um aspecto desolador.
Numa manhã de feriado, o marido, sem ter o que fazer, pensou: Já que minha esposa foi visitar seus pais, eu vou melhorar esse quintal. Pegou a enxada, cavou fundo, revirou a terra, quebrou os torrões, misturou com adubo... No dia seguinte, ao voltar do trabalho, traria sementes de verduras e estaria pronta a horta.
A esposa voltou à noite e nada viu. Mas no outro dia cedo, ao ver o terreno preparado, teve uma idéia: plantar flores. Correu ao mercado, plantou sementes e as plantou. O marido, por sua vez, plantou as sementes de verduras. Sem saber os planos um do outro, ficaram esperando os resultados.
Quando as verduras começaram a pintar de verde a terra, apareceram os pesinhos de flor. O marido pensou ser uma praga, por isso arrancou tudo. Com igual raciocínio, a mulher arrancou as verduras. E continuaram esperando... mas nada!
No lar em que o casal não tem diálogo acontece isso de muitas formas diferentes, principalmente na educação dos filhos. O que um faz o outro tira, dando tudo errado. E o prejuízo é muito maior que perder umas sementes.
O amor matrimonial é como uma plantinha, que deve ser regada todos os dias pela oração e pelo diálogo. Que o Senhor não nos pegue de surpresa!
Maria Santíssima era vigilante; ela tinha a atenção amorosa de quem se prepara para o encontro com um grande amor. Por isso, no fim de sua vida terrena nem precisou morrer e já passou direto para a convivência com a Santíssima Trindade, já que ela é filha de Deus Pai, esposa de Deus Espírito Santo e mãe de Deus Filho. Vamos pedir a Maria que nos ajude a ser vigilantes.
Felizes os empregados que o senhor encontrar acordados quando chegar.

Padre Queiroz

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