Quarta-feira, 31 de Outubro
Lc 13,22-30
Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita.
Neste Evangelho, alguém pergunta a Jesus sobre o número dos que se
salvam. Na resposta, Jesus vai ao mais importante, que são as exigências para
se salvar. É preciso esforço e uma vida austera, simbolizada pela porta
estreita.
A salvação depende da nossa vontade, uma vez que Deus dá a todos as
graças suficientes para que se salvem. Mas precisamos colaborar e fazer a nossa
parte, o que não é fácil. O Reino de Deus não é para os acomodados ou covardes,
mas para os esforçados e corajosos.
Precisamos lutar contra os desejos imoderados, e os nossos instintos,
que nos puxam para o mal, pois a nossa natureza foi ferida pelo pecado.
Precisamos lutar contra o egoísmo, que bate de frente com o mandamento
do amor. Lutar contra o comodismo, vivendo como se o céu já fosse aqui na
terra. Tudo isso é “porta larga”, que não conduz à salvação.
“Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti...’ Ele,
porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que
praticais a injustiça!’”
A prática da justiça é fundamental para se salvar. A virtude da justiça
consiste em respeitar o direito dos outros, dando a cada um aquilo que é seu.
Não adianta comermos e bebermos diante de Jesus, nem ouvi-lo nas praças, se não
somos justos, honestos e verdadeiros, e se não cumprimos os nossos deveres.
Esta é a porta estreita que nos leva ao Céu.
A vida cristã é realmente uma porta estreita. Por exemplo, as suas leis
sobre o casamento, o uso do sexo, o perdão, o amor aos inimigos, a ajuda aos
que precisam, a partilha dos bens com os necessitados... Não é fácil praticar a
justiça e a honestidade, vivendo em um mundo que segue o caminho contrário.
Viver em Comunidade, junto com pessoas às vezes difíceis e complicadas,
é também uma porta estreita.
Há pessoas que, atendendo ao apelo da Santa Igreja, tornam-se
“discípulas e missionárias de Jesus Cristo, para que as pessoas tenham mais
vida nele.”
“Há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos”. Vamos
“entrar pela porta estreita”, a fim de não termos decepções mais tarde.
Edel Quim nasceu na Irlanda, no começo do Séc. XX. Era uma garota muito
bonita.
Desde que fez a primeira comunhão, ela recebia freqüentemente a
Eucaristia. Ainda bem jovem, entrou na Legião de Maria, onde caminhou a passos
largos na fé e na santidade.
Apesar de cobiçada por muitos rapazes, Edel decidiu não se casar, a fim
de se dedicar tempo integral à Legião de Maria.
Em 1936, quando tinha 29 anos, Edel foi enviada para a África, a fim de
difundir por lá a Legião de Maria. Conseguiu implantar o movimento em seis
Países africanos: Quênia, Tanganica, Uganda, Niassalândia, Zanzibar e na ilha
Maurícia.
Depois de dez anos na África, quando se preparava para iniciar a Legião
em Nairobi, Edel contraiu a Tuberculose, que naquele tempo não tinha cura.
Mesmo doente, a sua alegria e o seu entusiasmo não diminuíram.
Após sua morte, os legionários do Kênia foram a Nairobi e, com muita
facilidade, implantaram a Legião naquele País.
Podemos dizer que Edel Quim assemelhou-se muito a Jesus, dando também a
vida pelos irmãos. Aconteceu com ela o que Jesus disse: “Quem me come viverá
por mim”.
Ela imitou também a Mãe de Jesus, já que o seu grupo chama-se Legião de
Maria. Maria Santíssima e Edel Quim, rogai por nós!
Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita.
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