Sexta-feira, 14 de Setembro
Jo 3,13-17
Alexandre Soledade
Bom dia!
Para nos localizarmos no contexto desse evangelho é preciso ler os
versículos abaixo
“(…) O povo veio a Moisés e disse-lhe: “Pecamos, murmurando contra o
Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós essas serpentes. Moisés
intercedeu pelo povo, e o Senhor disse a Moisés: ‘Faze para ti uma serpente
ardente e mete-a sobre um poste. Todo o que for mordido, olhando para ela, será
salvo’. Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um
poste. Se alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de
bronze, conservava a vida”. (Números 21, 7-9)
O povo andava pelo deserto murmurando contra Deus e contra Moisés. Se
observarmos friamente esse fato, é comum vê-lo ainda hoje.
Voltando… O povo estava muito perto de Canaã, mas precisava passar pela
terra de Edom, e como as cidades-estados tinham certa autonomia, eles
(Edomitas) não permitiram que o povo passasse por dentro do seu território,
restando assim dar um volta imensa para chegar a seu objetivo.
Somos assim também, ao ver um sonho tão próximo, um desejo antigo que
não se realiza por detalhes (…), ou como o povo de Israel, tendo que “optar”
por outro caminho; aceitar o insucesso. Situações como essas tendem a nos fazer
lamuriar, a questionar nossa fé, nosso empenho, (…) Apresentamos então a Deus
nossos frutos, nossas virtudes, nossa fidelidade, questionando-O por não
entender a dificuldade que estamos enfrentando mesmo sendo fieis.
Como sabiamente diz uma irmã de caminhada “O sofrimento revela o que há
de mais egoísta em nós”.
Qual seria o máximo de penúria que alguém poderia ser acometido? O que
há de mais valioso que um bandido possa nos roubar? O que a pior das moléstias
pode me tirar? Sim! A vida. E foi justamente ela que Ele deu na cruz! “(…)
Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele
que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna”.
Jesus por vezes citou que aquele que se apegasse a vida iria perdê-la.
Será que posso chamar de apego todas as vezes que resolvo caminhar sozinho, sem
orientação e por conta própria?
O trajeto feito pelo povo aliado a desobediência os levaram a uma região
repleta de serpentes onde muitos viram a falecer, mas aqueles que se mantiveram
firmes e firmavam seus olhos e sua segurança em Deus, mesmo de longe saiam vencedores.
Conhecemos pessoas, amigos, parentes (e às vezes nós mesmos) que, por
vontade própria, resolveram caminhar por caminhos cheios de perigos e
incertezas. Não estou falando dos desafios naturais como a busca de um emprego,
uma nova situação, (…); pessoas por quem rezamos e nos pés do Senhor colocamos
sua sorte e seu destino; irmãos que o mundo talvez já tenha dado por causa
perdida, criaturas que já tiveram seu julgamento feito e sentenciado por
nós. Mas uma coisa eles talvez não saibam “(…) Pois Deus mandou o seu
Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo”.
Jesus foi colocado onde todos pudessem Vê-lo a distancia, e onde hoje
Ele se encontra pode ser também ser encontrado a qualquer momento. Preciso me
empenhar mais a levar a mensagem da Boa Nova a todo coração com quem eu
conviver, pois esteja ele aflito ou esperançoso, não conseguirá fugir do seu
olhar.
“(…) Para onde irei, longe de vosso Espírito? Para onde fugir, apartado
de vosso olhar? Se subir até os céus, ali estareis; se descer à região dos
mortos, lá vos encontrareis também. Se tomar as asas da aurora, se me fixar nos
confins do mar, é ainda vossa mão que lá me levará, e vossa destra que me
sustentará. Se eu dissesse: Pelo menos as trevas me ocultarão, e a noite, como
se fora luz, me há de envolver. As próprias trevas não são escuras para vós, a
noite vos é transparente como o dia e a escuridão, clara como a luz”. (Salmo
138/139, 7-12)
Para se salvar era preciso olhar para serpente, mas hoje para ver Jesus
e sua salvação basta abrir o coração.
“(…) Todos os que crêem no Filho de Deus elevado entre o céu e a terra,
suspenso na cruz, recebem dele a vida eterna. A cruz, instrumento de suplício e
de maldição, torna-se, em Jesus Cristo, instrumento de salvação para todas as
pessoas. Por isso, somos convidados a nos associar à cruz de Cristo. Quando
falamos em união à cruz, logo pensamos em sofrimento, mas devemos pensar em
algo que é mais importante que o sofrimento: Jesus, no alto da cruz, não era
nada para si, mas todo para os outros, nos mostrando, assim, que cruz significa
não viver para nós mesmos, mas fazer da nossa vida um serviço a Deus e aos
irmãos e irmãs. A cruz só pode ser verdadeiramente compreendida sob o horizonte
do amor maior” (texto do site da CNBB)
Um imenso abraço fraterno
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