08
de outubro - Segunda Feira
SEGUNDA FEIRA DA 27ª SEMANA DO TC 08/10/2012
1ª Leitura Gálatas 1, 6-12
Salmo 110 ( 111) , 5b “Será lembrada eternamente a
sua aliança ó Senhor” - Diac. José da Cruz
Evangelho
Lucas 10, 25-37
Esse Doutor da Lei tinha uma régua de referência,
que julgava perfeita e completa, e não estava a fim de mudá-la, o evangelista
frisa bem que a pergunta era para por Jesus á prova, isso é, ele queria saber se Jesus tinha algo de
novo que fosse mais relevante e perfeito do que a lei, seu coração estava
fechado para a Boa Nova, pois sabia que nada estava acima da lei.
Para sua surpresa Jesus cita a Lei, que para ele era
sagrada, onde está explícito o amor a Deus em primeiro lugar, e o segundo que é
semelhante ao próximo. Tem-se as impressão de que a partir daí o Doutor da Lei
foi mais sincero, pois a sua pergunta procedia. A Lei determinava amar ao
próximo, a quem está mais perto, esposa, esposo, filhos, parentes. Parece que
isso deixava o coração daquele Doutor da Lei um tanto inquieto, talvez ele
quisesse amar um pouco mais, a outras pessoas fora desse círculo seleto. Mas quem?
Presume-se que Jesus também começou a gostar da
conversa, e não vai só responder quem é o próximo, mas sim no principal “O que
é amar o próximo”. Amar o próximo que nem sempre nos retribui, que não é digno
do nosso amor, que não vai muito com a nossa cara, que não comunga da nossa
mesma ideologia, que não é da nossa igreja ou do nosso grupo, o próximo que
pensa totalmente diferente de nós, do próximo que parece desejar o nosso
mal....Dom próximo que parece ser arrogante e metido, que não olha na nossa
cara....Esse mesmo!
E então vem essa parábola revolucionária para um
Judeu, poderíamos até dizer, Provocante. Percebam como o quadro se inverte,
agora é Jesus que provoca o Doutor da Lei. Um Sacerdote e um Levita são
referências sagradas para todo judeu, são pessoas selecionadas pela Lei,
mediadores entre o Sagrado e o Humano, e que pelas funções sagradas que
desempenhavam no templo, estavam mais próximas de Deus do que o resto da
comunidade. Já o Samaritano...pessoa desprezível, de outra religião, contrária
a Religião da Aliança, que dos Judeus só tinha o desprezo e o escárnio, a ponto
do judeu mudar o seu caminho e direção, caso estivesse para cruzar com o
Samaritano.
E foi esse Samaritano, odiado de coração por todo
Judeu piedoso, que Jesus coloca como “mocinho” da parábola, o texto frisa muito
bem que o Samaritano, diante do homem gravemente ferido, vítima de assaltantes
cruéis (naquele tempo já tinha) estava ali á beira do caminho, e ele ao passar
Viu-o e moveu-se de compaixão...Ver o outro e não permanecer indiferente á sua
dor, ao seu sofrimento, não passar “batido” pelas pessoas da família ou da
comunidade, ou seja lá quem for..... Compaixão significa sofrer junto, gemer
junto, chorar junto, sentir as mesmas dores junto. Quando se sente compaixão do
outro, a gente supera qualquer barreira, seja ela de ordem social, moral ou até
mesmo religiosa, a gente vai além dos limites estabelecidos. Isso é amor ao
próximo.
O próprio Doutor da Lei, agora convencido de que
Jesus tinha realmente algo novo a ensinar, se convence disso quando o Senhor
lhe pergunta “Qual desses foi o próximo daquele homem?”. Prestemos atenção na resposta do Doutor da
Lei, ainda marcada pelo preconceito, não disse “Foi o Samaritano...”, mas pelo
menos reconhece nessa ação uma virtude “Aquele que usou de misericórdia para
com ele”.
E Jesus, percebendo que o Doutor da Lei estava mais
manso e mais aberto á sua Palavra, ordenou “Vai, e faze tu o mesmo”.Não se sabe
se o Doutor da Lei cumpriu essa ordem, mas com certeza, em Jesus ele viu a
beleza da Lei de Deus, que tem n o centro o amor sem limites, que ama quando vê
as necessidades do próximo.
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