Quarta - feira, 19
Setembro de 2012.
Evangelho: Lc 7, 31-35
Na reflexão de hoje Jesus faz uma crítica severa aos fariseus e aos doutores da
Lei. Eles acreditam apossar do Senhor, mas rejeitam os pobres. Dilatam palavras
maldosas sobre João Batista, chama-o de estar endemoniado, mas são os sabidos
desprezados e excluídos da sociedade dos fariseus que serão elevados para os
céus. Mas, afinal quem são as crianças que estão na praça, em plena festa de
casamento, e não dançam; ou quem está no velório e não choram!
Jesus fala diretamente para os homens
apossados da cidade grande, usam da simplicidade e da inocência do povo para
aumentar o poder, querem lucrar as costas do povo, ensinam os mandamentos do
Senhor a partir de sua pedagogia opressora, ou seja, julgam estar “com o Deus
na barriga”, mas pensam em si e não compatibilizam mudanças na sociedade.
Para Jesus não passam de “idiotas”, pois os “filhos da Sabedoria” são
os rejeitados.
Isto mesmo. Foram os rejeitados do
sistema, os excluídos de pés descalços, de costas açoitadas que aceitaram a
conversão de João Batista. Eles aderiram a proposta de amadurecer no Deus vivo
para esperar de alma limpa o Messias. Este daria um lugar seguro e muita
vontade para crescer na vida sem vendar os olhos. O povo empobrecido foi
agraciado por Jesus por compreender e comprometer-se com o projeto de Salvação,
pois almejava construir uma realidade embasada na vida do Mestre.
Entretanto, as pessoas instruídas,
sabedoras das palavras, aquelas que julgavam comungar a presença constante de
Senhor, não conseguiram enxergar o noivo na festa de casamento. Deixaram passar
o encanto do Reino pela ignorância e pela falta de perspicácia do olhar de
águia. Deixaram a avareza corroer todo o semblante do amor, da justiça e da
solidariedade.
Da mesma maneira o cristão de hoje distância do Reino da justiça pela idiotice ou pelo pragmatismo. Não volta
verdadeiramente para Deus e nem enxerga a festa acontecendo aos olhos por
insistir nas cores do mundo, na pornografia, na maldade e no ranço de uma vida
confortável. Muitas vezes enche o peito e solta gritos de tortura que amedronta
seus amigos somente para alcançar glórias e boas reputações. Contudo, o reino
fica à espera da boa vontade ou de um dia algo de ruim acontecer para voltar para
Deus.
Quem são as pessoas que oram, agem,
buscam novas transformações, criam mecanismo de superação da vida miserável?
Quem sãos as pessoas que doam sua vida pelo Reino? Quem são as pessoas que
abrem os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos para projetarem o Espírito
santificador em suas entranhas? Será que reconheceremos no cotidiano da vida?
João Batista foi fundamental para
alertar a vinda do Messias e procurava converter o povo com o batismo. Ele foi
fiel ao projeto do Pai que entregou sua cabeça numa bandeja para satisfazer o
desejo da filha da amante do Rei. Agora, se olharmos atentamente ao redor,
encontraremos pessoas dispostas, lutando para o crescimento do reino,
inseridos numa alcatéia de lobos famintos. São os corajosos que não
acovardaram nas palavras e priorizam suas vidas em favor dos pobres.
Portanto, Jesus dá uma lição nos
fariseus e doutores da lei, possibilitando uma mudança radical na atitude de
injustiça e malvadeza com o povo. Assim, o reino deverá ser vivido por todos na
amplitude do amor. Que assim seja, amém.
Claudinei M. Oliveira
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