17 de Julho-2020-Ano
Evangelho Mt 12,1-8
-Jesus coloca a vida acima da Lei-José Salviano
A Lei do descanso sabático era seguida pelos judeus de forma
obsessiva. Já não se tratava de uma obediência
a Deus, mais sim, de um verdadeiro
fanatismo.
Para Jesus a vida é mais
importante do que a lei. Isto significa, que,
em caso de perigo de vida, é
prioritário defender a vida, antes que
cumprir a lei.
Os discípulos estavam com fome, e longe de qualquer habitação. E ao passar pela plantação de trigo, foram
impulsionados pelo instinto de sobrevivência a apanhar algumas espigas para
matar a fome de imediato.
Repare que os judeus não os criticaram nem os acusaram de estar
roubando trigo, mais sim, de estar
fazendo algo proibido em dia de sábado,
ou seja, trabalhando, colhendo trigo no dia do descanso obrigatório por lei.
Era, pois, um fato cultural,
que se podia comer produtos das
plantações em caso de fome imediata
e aguda. Deste que não fosse praticado nenhum ato de vandalismo na propriedade alheia. Isto tendo em
vista as condições de pobreza em
que se vivia a maioria do povo daquele
lugar, devido as más condições climáticas.
A intenção dos discípulos
não era de roubar, mais sim, de matar a
própria fome.
Portanto, as nossas ações podem ser pecado, ou não.
Dependendo das nossas intensões.
Pois uma mesma ação pode também ser inspirada por
várias intenções, como prestar um serviço para obter um favor, para satisfazer
a vaidade, com uma segunda intenção de
prejudicar futuramente alguém, etc..
Do mesmo modo, um serviço prestado tem por fim ajudar o
próximo, mas pode ser inspirado, ao mesmo tempo, pelo amor de Deus como fim
último de todas as ações aplicadas na sua execução.
Uma intenção boa, por exemplo: ajudar o próximo,
não se torna bom nem justo um comportamento em si mesmo desordenado, como dizer uma mentira, ou falar mal de outra
pessoa. Pois os fins não justificam os meios.
Os judeus pensaram em condenar Jesus para salvar o
povo, não se sabe bem do que... um absurdo!
Pois não se pode justificar a condenação dum inocente como meio legítimo
para salvar o povo. Pelo contrário, uma intenção má acrescentada, como por
exemplo, o elogio em boca própria, torna mau um ato que, em si, que poderia ser
bom, como o caso de uma doação, por exemplo.
A imputabilidade e responsabilidade dum ato podem ser diminuídas, e até anuladas, pela
fome, sede, pela ignorância, a inadvertência, a violência, o medo, os hábitos,
as afeições desordenadas e outros fatores psíquicos ou sociais.
Por tanto, os discípulos impulsionados pela fome, não pecaram ao
pegar espigas de trigo daquela plantação alheia. Eles não queriam prejudicar o dono daquela
plantação, não era a sua intenção.
Deste modo, o efeito daquele
ato, pode ser perfeitamente
tolerado, tendo em vista o seu estado de carência. Pois o efeito mau de um ato, pode ser
desculpado ou inimputável, devido ao estado de necessidade premente, como foi o
caso do texto do Evangelho de hoje.
Fica com Deus. José Salviano.
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