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domingo, 7 de janeiro de 2018
O Reino de Deus está próximo-Dehonianos
8 Janeiro 2018Tempo Comum
– Anos Pares I Semana – Segunda-feiraLectioPrimeira
leitura: 1 Samuel 1, 1-81*Havia em
Ramataim um homem de Suf, nas montanhas de Efraim, chamado Elcana, filho de
Jeroam e neto de Eliú, da família de Toú e do clã de Suf, de Efraim. 2*Tinha
duas mulheres, uma chamada Ana e outra Penina. Esta tinha filhos; Ana, porém,
não tinha nenhum. 3*Todos os anos, este homem subia da sua cidade a Silo, para
adorar o SENHOR do universo e oferecer-lhe um sacrifício. Aí se encontravam os
dois filhos de Eli, Hofni e Fineias, sacerdotes do SENHOR. 4Cada vez que Elcana
oferecia um sacrifício, dava a porção correspondente à sua mulher Penina, bem
como aos seus filhos e filhas. 5*Mas dava uma porção dupla a Ana, porque a
amava mais, embora o SENHOR a tivesse tornado estéril. 6Além disso, a sua rival
afligia-a duramente, humilhando-a, por o SENHOR a ter feito estéril. 7*Isto
repetia-se todos os anos, quando Ana subia ao templo do SENHOR; Penina zombava
dela. Ana chorava e não comia. 8Seu marido dizia-lhe: «Ana, por que choras? Por
que não comes? Por que estás triste? Não valho para ti tanto como dez filhos?»Os livros de
Samuel são talvez os mais modernos de toda a Sagrada Escritura. Neles, Deus
faz-se presente ao homem, ao homem concreto, ao homem pecador mas também
generoso, com todas as contradições que o caracterizam. Deus já não se revela
directamente. Mas está presente na piedade de David, na sua generosidade, no
seu arrependimento. O homem é sacramento de Deus. Este humanismo caracteriza os
livros de Samuel e o seu exemplo é o rei David, rodeado por uma coroa de outras
personalidades concretas: Samuel, Saúl, Jónatas… Deus parece intervir quando
parece que tudo tinha acabado. Israel fora derrotado, e parecia não haver
salvação possível. Mas Deus continuava presente e activo no silêncio, no
escondimento. A nação iria ressurgir. A mensagem da derrota será confiada a uma
criança levada pela mãe para o templo. Mas a mesma criança terá por missão
anunciar e preparar uma nova era. Samuel há-de ungir o primeiro rei de Israel.
Ana conceberá e dará à luz um filho. Depois do pranto, virá a oração e a escuta
da mesma por Deus. Samuel será uma das maiores figuras vetero-testamentárias de
Jesus, no Qual se hão-se realizar as promessas de Deus.
Evangelho:
Mc 1, 14-20
14Depois de
João ter sido preso, Jesus foi para a Galileia, e proclamava o Evangelho de
Deus, 15*dizendo: «Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo:
arrependei-vos e acreditai no Evangelho.» 16*Passando ao longo do mar da
Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram
pescadores. 17E disse-lhes Jesus: «Vinde comigo e farei de vós pescadores de
homens.» 18Deixando logo as redes, seguiram-no. 19Um pouco adiante, viu Tiago,
filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco a consertar as redes,
e logo os chamou. 20E eles deixaram no barco seu pai Zebedeu com os
assalariados, e partiram com Ele.«Acreditai
no Evangelho». Estas palavras mostram que Jesus exige ao discípulo uma atitude
nova e radical. Vão na mesma linha as duas cenas de vocação. Os discípulos são
chamados a um novo êxodo, a um caminho inaudito do evangelho: «Vinde comigo»;
«Deixando logo as redes, seguiram-no». Todo este dinamismo parte do olhar e do
chamamento de Jesus. Não parte de uma iniciativa voluntarista, moralista ou
generosa do homem. Não é o homem que parte ao encontro de Deus. É Deus que vem
ao encontro do homem. A Encarnação torna-se possível o seguimento, o caminhar
com Jesus, o Filho de Deus feito homem. O seguimento de Jesus implica «deixar»
algumas pessoas, algumas coisas, alguns projectos pessoais, o que sempre requer
algum sacrifício. Mas é possível, porque o olhar de Jesus precede a tomada
dessas decisões. Jesus que passa, vê e chama é a estrutura que possibilita
abandonar tudo e segui-l´O. Jesus vem ao nosso encontro para mudar o nosso
destino.MeditatioUm início
infeliz não deve levar ao desânimo, mas à esperança. Deus é capaz de
transformar em alegria as situações mais tristes. A esterilidade de Ana, que
lhe causava tanto sofrimento interior e exterior, que fazia dela uma mulher sem
futuro, tornou-se fecundidade feliz. Deus só permite o sofrimento para nos dar
bens maiores. Os sofrimentos de Ana eram agravados pela zombaria da sua rival,
que com ela ia ao templo. Também hoje encontramos pessoas que, cumprindo
escrupulosamente os deveres cultuais, não têm igual cuidado nas relações com os
irmãos, particularmente com os que sofrem, avivando-lhes as feridas e os
sofrimentos. Elcaná, pelo contrário, experimentando no templo a misericórdia e
a ternura de Deus, empenha-se em reproduzi-la no seu âmbito familiar e consola
a esposa amada. O tempo novo inaugurado pelo Senhor requer comportamentos
novos, marcados pela misericórdia. A conversão a que Jesus apela passa também
por aí: «arrependei-vos e acreditai no Evangelho» (v. 15). Jesus afirma que
«Reino de Deus está próximo» e não que já chegou. Também não fala de batalhas e
de vitórias, mas de conversão e de fé. Quem O escuta e se aproxima d´Ele, entra
no Reino; quem não se converte, quem não se volta para Deus, e permanece
agarrado às suas ideias sobre o Reino, permanece fora dele. Também nós corremos
o risco de nos iludirmos, confundindo o Reino de Deus com vitórias fáceis sobre
as dificuldades, com a plena satisfação de todos os nossos desejos. Mas Jesus
avisa-nos: «O Reino de Deus não é questão de comida ou bebida, mas de caridade,
paz e alegria no Espírito Santo». Para entrar nele, é preciso converter-se e
acreditar. Acreditar é uma experiência de vida, é aderir com toda a nossa
pessoa a Cristo, porque o Evangelho, antes de ser um livro, uma doutrina, é
para nós uma pessoa: Jesus Cristo. O lugar teológico da conversão é o nosso
coração, biblicamente entendido como o eu profundo, onde se tomam as decisões
existenciais pelo bem e pelo mal, por Cristo ou contra Ele.OratioSenhor, o
mistério do Natal tornou mais próximo o teu reino, ajudou a nossa fé, porque o
teu Filho Jesus se fez nosso companheiro, nosso irmão, convidando-nos com maior
insistência a converter-nos e a acreditarmos. Agora está presente no meio de
nós o teu Reino, isto é, a caridade, a alegria, a paz. Que nos pode impedir de encontrá-lo?
É verdade que ainda não é a sua manifestação plena; mas o Reino de Deus já se
dilata dentro de nós para nossa alegria. Que, também entre os povos e nações
cresça a justiça, a paz e a alegria. Amen.ContemplatioO Salvador
não vinha oferecer-nos um só meio de salvação, o baptismo, Ele que dizia a S.
Pedro que era preciso perdoar setenta vezes sete. Ele também, depois de S. João
Baptista, prega a penitência: «Os temp os cumpriram-se, dizia, o Reino de Deus
chega! Fazei penitência e crede no Evangelho» (Mc 1, 14). A penitência e a fé
não são apenas a condição para entrar na Igreja, mas também para aí viver e
perseverar nas vias da salvação. Jesus diz aos discípulos de Emaús: «Era
preciso que o Cristo sofresse e ressuscitasse, e que a penitência fosse pregada
em toda a parte em seu nome para a remissão dos pecados» (Lc 24, 46). O reino
de Cristo sobre a terra é o reino da penitência: penitência para a primeira
conversão, penitência para toda a remissão dos pecados (Leão Dehon, OSP 4, p.
217s.).ActioRepete
frequentemente e vive hoje a palavrra «Reino de Deus está próximo» (Mc 1, 15).| Fernando
Fonseca, scj |
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