NOSSO SENHOR JESUS CRISTO SENHOR DO UNIVERSO – Maria de Lourdes
Cury Macedo.
Domingo, 26 de novembro de 2017.
Evangelho de Mt 25, 31-46
A Solenidade de Cristo Rei encerra o ano litúrgico, por isso a
celebração desse dia é uma grande profissão de fé no Senhor da história que
caminha com seu povo. Celebramos também o dia do leigo e leiga, a fim de que
descubram seu lugar na comunidade cristã e seu papel na sociedade.
“No dia que celebramos a sua realeza, Jesus nos convida a olhar
para seus “irmãos menores”, impedidos de uma vida digna por causa das
injustiças e opressões que tornam nossa sociedade cada vez mais desigual. A
realeza de Cristo não estará completa enquanto seus “irmãos menores” não
tiverem liberdade e vida. A mudança dessa realidade depende da sensibilidade,
solidariedade e serviço dos que decidiram seguir o Mestre da Justiça”. (Pe. José
Bortolini).
Mais uma vez Jesus usa de parábola para falar do Reino de Deus. Ele
emprega a figura de ovelhas e cabritos. As ovelhas são mansas e pacíficas, representam
as pessoas boas e os cabritos como são irrequietos e violentos, simbolizam os
maus.
Jesus se refere ao Reino que está preparado desde a criação do
mundo, esse Reino significa a saída das trevas para a luz, da escravidão para a
liberdade dos filhos de Deus, do trabalho para o descanso eterno, da guerra
para a paz, da morte para a vida, da luta para o triunfo, da prova para a
recompensa, do vale de lágrimas para a felicidade sem fim, do exílio para a
pátria, da terra para o céu. Quem vai merecer tudo isso são os bons, todos que
amam e servem fielmente a Deus e morrem em sua graça, isto é, sem pecado
mortal. São Paulo em sua carta 1Cor2,9 diz citando Isaías: “Nem o olho viu, nem
o ouvido ouviu, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou
para aqueles que o amam”. Eles ficarão admirados quando o Senhor disser: “vinde
benditos do meu Pai”, pois ignoram ter ajudado o Filho do Homem na pessoa dos
empobrecidos. Mas o que Jesus nos ensina sempre que é preciso enxergar o rosto
de d’Ele nos nossos irmãos menores. Jesus se identifica com nossos irmãos, daí
surge o valor da caridade, porque o amor verdadeiro é manifestado no serviço
prestado ao próximo. Bem aventurados os que enxergam a face de Cristo no pobre
que passa fome ou sede, no pobre encarcerado, hospitalizado, no pobre
desprovido de roupa e de afeição.
Jesus se refere aos maus, aqueles que não servem a Deus, vão
merecer o inferno. Não é Deus quem condena ao inferno. É o homem que recusa a
amizade de Deus. O inferno é a privação de Deus. Faltando Deus, falta tudo, não
há nenhum bem. Aqui na terra temos a presença de Deus, em tudo vemos Deus, na
beleza das flores, na harmonia das cores, no ar que respiramos, na água que
fertiliza a terra sedenta e mata a nossa sede... Mas no inferno não, há a
privação de Deus, esse é o maior sofrimento, pois sem Deus nos falta tudo. Aqui
podemos nos referir ao “livre arbítrio”, depende apenas do ser humano escolher
Deus ou rejeitá-Lo. Recusar o amor e o perdão de Deus é um ato absolutamente
voluntário, a pessoa é que decide, escolhe como viver, de acordo com os
ensinamentos de Jesus ou contra eles.
Deus não quer a condenação de ninguém. Deus não condena ninguém, é
a pessoa que se condena quando vive no pecado, no desamor. Ao morrer o pecador
sente-se na necessidade de se separar de Deus, pois diante de Deus não pode
haver nada manchado, tudo tem que ser puro, alvo. É a própria pessoa que
procura a maldição e a condenação por seu modo de proceder.
O maior tormento do inferno não é o fogo, é a pena que está incluída
nestas palavras: “Afastai-vos de mim...” A separação eterna de Deus... Agora,
que não podemos conhecer Deus tal como Ele é, e que não podemos nos dar conta
da necessidade que temos dele, não conseguimos compreender o que significam
estas palavras e o quanto é terrível a separação eterna.
Não podemos duvidar da existência do céu e do inferno, Deus revelou
isso muitas vezes, prometendo aos bons a vida eterna e ameaçando os maus com a
perdição eterna. Sem dúvida o inferno é um mistério e fica mais complicado
ainda, quando muitos o fantasiam com sua ignorância. O céu é, antes de tudo,
uma graça. É também uma herança que nos é dada como filhos adotivos, coerdeiros
com Cristo (Rm 8,17), é também um prêmio ou recompensa de nossas boas obras.
Diante dos textos tão claros da Escritura, não se pode negar a existência da
glória eterna e do inferno.
Enquanto estamos nesse mundo o bem e o mal, convivem juntos, como o
trigo e o joio, e às vezes é difícil distinguir um do outro, mas chegará o
momento da separação no dia do juízo final, para que brilhe a justiça de Deus,
para que a virtude seja premiada e o erro, o pecado receba o que merece.
Tudo o que fizermos ao próximo, imagem de Deus, aparecerá no último
dia. O que fizermos de bom, grande será nossa recompensa. Fiquemos vigilantes e
preparemo-nos para aquele dia, porque ele virá.
Que o Cristo Rei do universo nos ajude a participar da sua missão
sacerdotal, profética e de rei-pastor que é o serviço aos irmãos. Jesus, rei
que serve na humildade e no amor ajude-nos a seguir suas pegadas. Que Jesus o
bom pastor não deixe faltar nada a nós e aos nossos irmãos. Deus seja louvado!
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Nenhum comentário:
Postar um comentário