19 Novembro 2017
Ano A
33º DOMINGO DO TEMPO COMUM
33º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Tema do 33º
Domingo do Tempo Comum
A liturgia
do 33º Domingo do Tempo Comum recorda a cada cristão a grave responsabilidade
de ser, no tempo histórico em que vivemos, testemunha consciente, activa e
comprometida desse projecto de salvação/libertação que Deus Pai tem para os
homens.
O Evangelho apresenta-nos dois exemplos opostos de como esperar e preparar a última vinda de Jesus. Louva o discípulo que se empenha em fazer frutificar os “bens” que Deus lhe confia; e condena o discípulo que se instala no medo e na apatia e não põe a render os “bens” que Deus lhe entrega (dessa forma, ele está a desperdiçar os dons de Deus e a privar os irmãos, a Igreja e o mundo dos frutos a que têm direito).
Na segunda leitura, Paulo deixa claro que o importante não é saber quando virá o Senhor pela segunda vez; mas é estar atento e vigilante, vivendo de acordo com os ensinamentos de Jesus, testemunhando os seus projectos, empenhando-se activamente na construção do Reino.
A primeira leitura apresenta, na figura da mulher virtuosa, alguns dos valores que asseguram a felicidade, o êxito, a realização. O “sábio” autor do texto propõe, sobretudo, os valores do trabalho, do compromisso, da generosidade, do “temor de Deus”. Não são só valores da mulher virtuosa: são valores de que deve revestir-se o discípulo que quer viver na fidelidade aos projectos de Deus e corresponder à missão que Deus lhe confiou.
O Evangelho apresenta-nos dois exemplos opostos de como esperar e preparar a última vinda de Jesus. Louva o discípulo que se empenha em fazer frutificar os “bens” que Deus lhe confia; e condena o discípulo que se instala no medo e na apatia e não põe a render os “bens” que Deus lhe entrega (dessa forma, ele está a desperdiçar os dons de Deus e a privar os irmãos, a Igreja e o mundo dos frutos a que têm direito).
Na segunda leitura, Paulo deixa claro que o importante não é saber quando virá o Senhor pela segunda vez; mas é estar atento e vigilante, vivendo de acordo com os ensinamentos de Jesus, testemunhando os seus projectos, empenhando-se activamente na construção do Reino.
A primeira leitura apresenta, na figura da mulher virtuosa, alguns dos valores que asseguram a felicidade, o êxito, a realização. O “sábio” autor do texto propõe, sobretudo, os valores do trabalho, do compromisso, da generosidade, do “temor de Deus”. Não são só valores da mulher virtuosa: são valores de que deve revestir-se o discípulo que quer viver na fidelidade aos projectos de Deus e corresponder à missão que Deus lhe confiou.
LEITURA I –
Prov 31,10-13.19-20.30-31
Leitura do
Livro dos Provérbios
Quem poderá
encontrar uma mulher virtuosa?
O seu valor é maior que o das pérolas.
Nela confia o coração do marido,
e jamais lhe falta coisa alguma.
Ela dá-lhe bem-estar e não desventura,
em todos os dias da sua vida.
Procura obter lã e linho
e põe mãos ao trabalho alegremente.
Toma a roca em suas mãos, seus dedos manejam o fuso.
Abre as mãos ao pobre e estende os braços ao indigente.
A graça é enganadora e vã a beleza;
a mulher que teme o Senhor é que será louvada.
Dai-lhe o fruto das suas mãos,
e suas obras a louvem às portas da cidade.
O seu valor é maior que o das pérolas.
Nela confia o coração do marido,
e jamais lhe falta coisa alguma.
Ela dá-lhe bem-estar e não desventura,
em todos os dias da sua vida.
Procura obter lã e linho
e põe mãos ao trabalho alegremente.
Toma a roca em suas mãos, seus dedos manejam o fuso.
Abre as mãos ao pobre e estende os braços ao indigente.
A graça é enganadora e vã a beleza;
a mulher que teme o Senhor é que será louvada.
Dai-lhe o fruto das suas mãos,
e suas obras a louvem às portas da cidade.
AMBIENTE
O “Livro dos
Provérbios” apresenta várias colecções de ditos, de sentenças, de máximas, de
provérbios (“mashal”) onde se cristaliza o resultado da reflexão e da
experiência (“sabedoria”) de várias gerações de “sábios” antigos (israelitas e
alguns não israelitas). O objectivo desses provérbios é definir uma espécie de
“ordem” do mundo e da sociedade que, uma vez apreendida e aceite pelo
indivíduo, o levará a uma integração plena no meio em que está inserido. Dessa
forma, o indivíduo poderá viver sem traumas nem sobressaltos que destruam a sua
harmonia interior e o incapacitem para dar o seu contributo à comunidade.
Ficará, assim, de posse da chave para viver em harmonia consigo mesmo e com os
outros, e assegurará uma vida feliz, tranquila e próspera.
O livro apresenta-se como tendo sido composto por Salomão (cf. Prov 1,1), o rei “sábio”, conhecido pelos seus dotes de governação, pelos seus dons literários, por numerosas sentenças sábias (cf. 1 Re 3,16-28; 5,7; 10,1-9.23) e que se tornou uma espécie de “padrão” da tradição sapiencial… Na realidade, não podemos aceitar, de forma acrítica, essa indicação: a leitura atenta do livro revela que estamos diante de colecções de proveniência diversa, compostas em épocas diversas. Alguns dos materiais apresentados no livro podem ser do séc. X a.C. (época de Salomão; no entanto, isso não implica que venham do próprio Salomão); outros, no entanto, são bem mais recentes.
O texto que nos é hoje proposto aparece no final do Livro dos Provérbios. Apresenta-se literariamente como um “poema alfabético” (poema em que a primeira letra de cada verso segue a ordem das letras do alfabeto: a primeira palavra do primeiro verso começa com a letra “alef”, a primeira palavra do segundo verso começa com a letra “bet” e assim sucessivamente). Tema do poema: a mulher virtuosa.
Provavelmente, o Livro dos Provérbios foi usado como manual para a formação de jovens que frequentavam as escolas de “sabedoria”. Este poema, situado no final do livro, poderia ser a “instrução final”: antes de abandonar a escola e depois de haver assimilado os ensinamentos dos “sábios”, o aluno era instruído acerca da eleição da esposa.
O livro apresenta-se como tendo sido composto por Salomão (cf. Prov 1,1), o rei “sábio”, conhecido pelos seus dotes de governação, pelos seus dons literários, por numerosas sentenças sábias (cf. 1 Re 3,16-28; 5,7; 10,1-9.23) e que se tornou uma espécie de “padrão” da tradição sapiencial… Na realidade, não podemos aceitar, de forma acrítica, essa indicação: a leitura atenta do livro revela que estamos diante de colecções de proveniência diversa, compostas em épocas diversas. Alguns dos materiais apresentados no livro podem ser do séc. X a.C. (época de Salomão; no entanto, isso não implica que venham do próprio Salomão); outros, no entanto, são bem mais recentes.
O texto que nos é hoje proposto aparece no final do Livro dos Provérbios. Apresenta-se literariamente como um “poema alfabético” (poema em que a primeira letra de cada verso segue a ordem das letras do alfabeto: a primeira palavra do primeiro verso começa com a letra “alef”, a primeira palavra do segundo verso começa com a letra “bet” e assim sucessivamente). Tema do poema: a mulher virtuosa.
Provavelmente, o Livro dos Provérbios foi usado como manual para a formação de jovens que frequentavam as escolas de “sabedoria”. Este poema, situado no final do livro, poderia ser a “instrução final”: antes de abandonar a escola e depois de haver assimilado os ensinamentos dos “sábios”, o aluno era instruído acerca da eleição da esposa.
MENSAGEM
Quais são
então, na perspectiva dos “sábios” de Israel, as características da mulher
virtuosa?
Antes de mais, é a mulher que gere bem a casa e não deixa que nada falte. Ao constatar a boa ordem em que tudo caminha, por acção da esposa, o coração do marido descansa e confia (vers. 11-12).
Depois, é a mulher diligente, que trabalha a lã e o linho para que os seus familiares tenham agasalhos suficientes e que se encarrega de todos os trabalhos domésticos (vers. 13 e 19).
É, ainda, a mulher de coração generoso, que tem piedade do infeliz e que partilha generosamente o fruto do seu trabalho com o pobre que pede auxílio (vers. 20).
É, finalmente, a mulher que não se preocupa com a sua aparência, mas se preocupa em viver no temor do Senhor. Viver no “temor do Senhor” significa respeitar os mandamentos, obedecer a Jahwéh, aceitar com humildade e confiança a sua vontade, os seus planos e os seus projectos (vers. 30-31).
O retrato da mulher aqui esboçado está muito longe da noiva/esposa do Cântico dos Cânticos, que oferece ao amado a sua presença, o seu corpo e o seu amor. O ideal de mulher aqui apresentado é o da mãe de família que dirige com eficiência, com dedicação e com empenho a sua casa rural e que é co-responsável com o marido na administração da casa, dos bens e da propriedade.
Antes de mais, é a mulher que gere bem a casa e não deixa que nada falte. Ao constatar a boa ordem em que tudo caminha, por acção da esposa, o coração do marido descansa e confia (vers. 11-12).
Depois, é a mulher diligente, que trabalha a lã e o linho para que os seus familiares tenham agasalhos suficientes e que se encarrega de todos os trabalhos domésticos (vers. 13 e 19).
É, ainda, a mulher de coração generoso, que tem piedade do infeliz e que partilha generosamente o fruto do seu trabalho com o pobre que pede auxílio (vers. 20).
É, finalmente, a mulher que não se preocupa com a sua aparência, mas se preocupa em viver no temor do Senhor. Viver no “temor do Senhor” significa respeitar os mandamentos, obedecer a Jahwéh, aceitar com humildade e confiança a sua vontade, os seus planos e os seus projectos (vers. 30-31).
O retrato da mulher aqui esboçado está muito longe da noiva/esposa do Cântico dos Cânticos, que oferece ao amado a sua presença, o seu corpo e o seu amor. O ideal de mulher aqui apresentado é o da mãe de família que dirige com eficiência, com dedicação e com empenho a sua casa rural e que é co-responsável com o marido na administração da casa, dos bens e da propriedade.
ACTUALIZAÇÃO
Considerar
as seguintes questões:
• Mais do
que uma mulher virtuosa ideal, o “sábio” autor do texto que nos é proposto
exalta todos aqueles – mulheres e homens – que conduzem a sua vida de acordo
com os valores do trabalho, do empenho, do compromisso, da generosidade, do
“temor de Deus”. São estes valores, na opinião do autor, que nos asseguram uma
vida feliz, tranquila e próspera. Numa época em que a cultura do “deixa andar”,
da desresponsabilização, do egoísmo se afirma cada vez mais, este texto
constitui uma poderosa interpelação… Na verdade, por que caminhos é que
chegamos à vida e à felicidade?
• O nosso
texto sugere também uma reflexão sobre as nossas prioridades… Da mulher
virtuosa diz-se que não se preocupa com os valores efémeros (a aparência), mas
que se
preocupa com os valores eternos (o “temor de Deus”). Quais são as prioridades da nossa vida? Quais são os valores em que apostamos a nossa existência? Os nossos valores fundamentais são valores que nos trazem felicidade duradoura?
preocupa com os valores eternos (o “temor de Deus”). Quais são as prioridades da nossa vida? Quais são os valores em que apostamos a nossa existência? Os nossos valores fundamentais são valores que nos trazem felicidade duradoura?
• A
referência à generosidade para com o pobre e o necessitado é questionante… Como
é que consideramos e tratamos aqueles irmãos que nos batem à porta, a pedir um
pedaço de pão, um pouco de atenção, ou ajuda para deslindar um qualquer
problema burocrático? Temos o coração aberto aos irmãos e pronto para ajudar,
ou fechamo-nos à caridade, à partilha, ao dom?
• A
referência ao “temor de Deus” como valor primordial na vida da mulher ou do
homem “sábio” e virtuoso também merece a nossa consideração. No Antigo
Testamento, o “temor de Deus” é a qualidade do homem ou da mulher que ama Deus,
que procura conhecer os seus planos e projectos e que cumpre – com obediência
radical e com total confiança – a vontade de Deus. Esta dependência de Deus –
diz-nos um “sábio” de Israel – não diminui a nossa liberdade, nem atenta contra
a nossa realização; pelo contrário, é condição essencial para a realização
plena do homem.
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 127
Refrão:
Ditoso o que segue o caminho do Senhor.
Feliz de ti
que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem.
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem.
Tua esposa
será como videira fecunda,
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira,
ao redor da tua mesa.
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira,
ao redor da tua mesa.
Assim será
abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém,
todos os dias da tua vida.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém,
todos os dias da tua vida.
LEITURA II –
1 Tes 5,1-6
Leitura da
Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses
Irmãos:
Sobre o tempo e a ocasião, não precisais que vos escreva,
pois vós próprios sabeis perfeitamente
que o dia do Senhor vem como um ladrão nocturno.
E quando disserem: «Paz e segurança»,
é então que subitamente cairá sobre eles a ruína,
como as dores da mulher que está para ser mãe,
e não poderão escapar.
Mas vós, irmãos, não andeis nas trevas,
de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão,
porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia:
nós não somos da noite nem das trevas.
Por isso, não durmamos como os outros,
mas permaneçamos vigilantes e sóbrios.
Sobre o tempo e a ocasião, não precisais que vos escreva,
pois vós próprios sabeis perfeitamente
que o dia do Senhor vem como um ladrão nocturno.
E quando disserem: «Paz e segurança»,
é então que subitamente cairá sobre eles a ruína,
como as dores da mulher que está para ser mãe,
e não poderão escapar.
Mas vós, irmãos, não andeis nas trevas,
de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão,
porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia:
nós não somos da noite nem das trevas.
Por isso, não durmamos como os outros,
mas permaneçamos vigilantes e sóbrios.
AMBIENTE
Já vimos, no
passado domingo, que um dos problemas fundamentais para os tessalonicenses
residia na compreensão dos acontecimentos ligados à parusia (regresso de Jesus,
no final dos tempos).
Paulo e as primeiras gerações cristãs acreditavam que o “dia do Senhor” (o dia da intervenção definitiva de Deus na história, para derrotar os maus e para conduzir os bons à vida plena e definitiva) surgiria num espaço de tempo muito curto e que os membros da comunidade ainda assistiriam ao triunfo final de Jesus. No entanto, os dias foram passando e, provavelmente, faleceu algum membro da comunidade. Por isso, os tessalonicenses perguntavam: qual será a sorte dos cristãos que morreram antes da segunda vinda de Cristo? Como poderão eles sair ao encontro de Cristo vitorioso e entrar com Ele no Reino de Deus se já estão mortos?
A estas questões Paulo respondeu já no texto que nos foi proposto no passado domingo… Mas, no texto de hoje, Paulo continua a sua reflexão sobre o “dia em que o Senhor virá” e sobre a forma como os cristãos o devem preparar.
Paulo e as primeiras gerações cristãs acreditavam que o “dia do Senhor” (o dia da intervenção definitiva de Deus na história, para derrotar os maus e para conduzir os bons à vida plena e definitiva) surgiria num espaço de tempo muito curto e que os membros da comunidade ainda assistiriam ao triunfo final de Jesus. No entanto, os dias foram passando e, provavelmente, faleceu algum membro da comunidade. Por isso, os tessalonicenses perguntavam: qual será a sorte dos cristãos que morreram antes da segunda vinda de Cristo? Como poderão eles sair ao encontro de Cristo vitorioso e entrar com Ele no Reino de Deus se já estão mortos?
A estas questões Paulo respondeu já no texto que nos foi proposto no passado domingo… Mas, no texto de hoje, Paulo continua a sua reflexão sobre o “dia em que o Senhor virá” e sobre a forma como os cristãos o devem preparar.
MENSAGEM
A primeira
questão que o nosso texto põe é a da eventual data do “dia do Senhor”. Paulo
tem alguma indicação concreta acerca disso? É possível prever uma data?
Não. Paulo está convicto de que esse acontecimento se dará proximamente; no entanto, a data exacta continua desconhecida e imprevista.
Por isso, os crentes devem estar atentos para não serem surpreendidos. Para descrever a “surpresa de Deus”, Paulo utiliza duas imagens bem significativas: Deus surpreende-nos como um ladrão que chega de noite, quando ninguém está à espera (vers. 2); e Deus é como as dores de parto que surgem de repente (vers. 3). Em consequência, a vida cristã deve estar marcada por uma atitude de preparação e de vigilância.
Para além da questão da data, o que é importante é que os cristãos vivam de forma coerente com a opção que fizeram no dia do seu Baptismo. Os crentes têm de viver de maneira diferente dos não crentes, pois os horizontes de uns e de outros são diferentes… Os não crentes vivem mergulhados na noite e nas trevas, estão adormecidos, atordoam-se com a bebida; vivem no presente, absolutamente despreocupados em relação ao futuro, de olhos postos no horizonte terreno. Os crentes são filhos da luz e do dia, estão vigilantes, mantêm-se sóbrios; vivem de olhos postos no futuro, à espera que chegue a vida verdadeira, plena, definitiva que Deus lhes vai oferecer.
Na verdade, a vida dos crentes é mais bela e significativa, porque está cheia de esperança. No entanto, é preciso dar corpo à esperança esperando, fiéis e vigilantes a chegada do Senhor.
Não. Paulo está convicto de que esse acontecimento se dará proximamente; no entanto, a data exacta continua desconhecida e imprevista.
Por isso, os crentes devem estar atentos para não serem surpreendidos. Para descrever a “surpresa de Deus”, Paulo utiliza duas imagens bem significativas: Deus surpreende-nos como um ladrão que chega de noite, quando ninguém está à espera (vers. 2); e Deus é como as dores de parto que surgem de repente (vers. 3). Em consequência, a vida cristã deve estar marcada por uma atitude de preparação e de vigilância.
Para além da questão da data, o que é importante é que os cristãos vivam de forma coerente com a opção que fizeram no dia do seu Baptismo. Os crentes têm de viver de maneira diferente dos não crentes, pois os horizontes de uns e de outros são diferentes… Os não crentes vivem mergulhados na noite e nas trevas, estão adormecidos, atordoam-se com a bebida; vivem no presente, absolutamente despreocupados em relação ao futuro, de olhos postos no horizonte terreno. Os crentes são filhos da luz e do dia, estão vigilantes, mantêm-se sóbrios; vivem de olhos postos no futuro, à espera que chegue a vida verdadeira, plena, definitiva que Deus lhes vai oferecer.
Na verdade, a vida dos crentes é mais bela e significativa, porque está cheia de esperança. No entanto, é preciso dar corpo à esperança esperando, fiéis e vigilantes a chegada do Senhor.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão,
ter em conta os seguintes dados:
• A questão
fundamental que os cristãos devem pôr, a propósito da segunda vinda do Senhor,
não é a questão da data, mas é a questão de como esperar e preparar esse
momento. Paulo deixa claro que o que é preciso é estar vigilante. “Estar
vigilante” não significa ficar a olhar para o céu à espera do Senhor,
esquecendo e negligenciando as questões do mundo e os problemas dos homens; mas
significa viver, no dia a dia, de acordo com os ensinamentos de Jesus,
empenhando-se na transformação do mundo e na construção do Reino.
• A certeza
da segunda vinda do Senhor dá aos crentes uma perspectiva diferente da vida, do
seu sentido e da sua finalidade… Para os não crentes, a vida encerra-se dentro
dos limites estreitos deste mundo e, por isso, só interessam os valores deste
mundo; para os crentes, a verdadeira vida, a vida em plenitude, está para além
dos horizontes da história e, por isso, é preciso viver de acordo com os
valores eternos, os valores de Deus. Assim, na perspectiva dos crentes, não são
os valores efémeros, os valores deste mundo (o dinheiro, o poder, os êxitos
humanos) que devem constituir a prioridade e que devem dominar a existência,
mas sim os valores de Deus. Quais são os valores que eu considero prioritários
e que condicionam as minhas opções?
• A certeza
da segunda vinda do Senhor aponta também no sentido da esperança. Os cristãos
esperam, em s
erena expectativa, a salvação que já receberam antecipadamente com a morte de Cristo, mas que irá consumar-se no “dia do Senhor”. Os crentes são, pois, homens e mulheres de esperança, abertos ao futuro – um futuro a conquistar, já nesta terra, com fé e com amor, mas sobretudo um futuro a esperar, como dom de Deus.
erena expectativa, a salvação que já receberam antecipadamente com a morte de Cristo, mas que irá consumar-se no “dia do Senhor”. Os crentes são, pois, homens e mulheres de esperança, abertos ao futuro – um futuro a conquistar, já nesta terra, com fé e com amor, mas sobretudo um futuro a esperar, como dom de Deus.
ALELUIA – Jo
15,4a.5b
Aleluia.
Aleluia.
Permanecei
em Mim e Eu permanecerei em vós, diz o Senhor.
Quem permanece em Mim dá fruto abundante.
Quem permanece em Mim dá fruto abundante.
EVANGELHO –
Mt 25,14-30
Evangelho de
Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele
tempo,
Disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola:
«Um homem, ao partir de viagem,
chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens.
A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um,
conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu.
O que tinha recebido cinco talentos
fê-los render e ganhou outros cinco.
Do mesmo modo,
o que recebera dois talentos ganhou outros dois.
Mas, o que recebera dois talentos ganhou outros dois.
Mas, o que recebera um só talento
foi escavar na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos
e foi ajustar contas com eles.
O que recebera cinco talentos aproximou-se
e apresentou outros cinco, dizendo:
‘Senhor, confiaste-me cinco talentos:
aqui estão outros cinco que eu ganhei’.
Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel.
Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes.
Vem tomar parte na alegria do teu senhor’.
Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse:
‘Senhor, confiaste-me dois talentos:
aqui estão outros dois que eu ganhei’.
Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel.
Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes.
Vem tomar parte na alegria do teu senhor’.
Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse:
‘Senhor, eu sabia que és um homem severo,
que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste.
Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra.
Aqui tens o que te pertence’.
O senhor respondeu-lhe: ‘Servo mau e preguiçoso,
sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei;
devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro
e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu.
Tirai-lhe então o talento e dai-o àquele que tem dez.
Porque, a todo aquele que tem,
dar-se-á mais e terá em abundância;
mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado.
Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores.
Aí haverá choro e ranger de dentes’».
Disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola:
«Um homem, ao partir de viagem,
chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens.
A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um,
conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu.
O que tinha recebido cinco talentos
fê-los render e ganhou outros cinco.
Do mesmo modo,
o que recebera dois talentos ganhou outros dois.
Mas, o que recebera dois talentos ganhou outros dois.
Mas, o que recebera um só talento
foi escavar na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos
e foi ajustar contas com eles.
O que recebera cinco talentos aproximou-se
e apresentou outros cinco, dizendo:
‘Senhor, confiaste-me cinco talentos:
aqui estão outros cinco que eu ganhei’.
Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel.
Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes.
Vem tomar parte na alegria do teu senhor’.
Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse:
‘Senhor, confiaste-me dois talentos:
aqui estão outros dois que eu ganhei’.
Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel.
Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes.
Vem tomar parte na alegria do teu senhor’.
Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse:
‘Senhor, eu sabia que és um homem severo,
que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste.
Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra.
Aqui tens o que te pertence’.
O senhor respondeu-lhe: ‘Servo mau e preguiçoso,
sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei;
devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro
e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu.
Tirai-lhe então o talento e dai-o àquele que tem dez.
Porque, a todo aquele que tem,
dar-se-á mais e terá em abundância;
mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado.
Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores.
Aí haverá choro e ranger de dentes’».
AMBIENTE
Mais uma
vez, o Evangelho apresenta-nos um extracto do “discurso escatológico” (cf. Mt
24-25), onde Mateus aborda o tema da segunda vinda de Jesus e define a atitude
com que os discípulos devem esperar e preparar essa vinda.
A catequese que Mateus apresenta neste discurso tem em conta as necessidades da sua comunidade cristã. Estamos no final do séc. I (década de 80). Os cristãos, fartos de esperar a segunda vinda de Jesus, esqueceram o seu entusiasmo inicial… Instalaram-se na mediocridade, na rotina, no comodismo, na facilidade. As perseguições que se adivinham provocam o desânimo e a deserção… Era preciso reaquecer o entusiasmo dos crentes, redespertar a fé, renovar o compromisso cristão com Jesus e com a construção do Reino.
É para responder a este contexto que Mateus reelabora o “discurso escatológico” de Marcos (cf. Mc 13) e compõe, com ele, uma exortação dirigida aos cristãos. Lembra-lhes que a segunda vinda do Senhor está no horizonte final da história humana; e que, até lá, os crentes devem “pôr a render os seus talentos”, vivendo na fidelidade aos ensinamentos de Jesus e comprometidos com a construção do Reino.
A parábola que hoje nos é proposta fala de “talentos” que um senhor distribuiu pelos servos. Um “talento” significa uma quantia muito considerável… Corresponde a cerca de 36 quilos de prata e ao salário de aproximadamente 3.000 dias de trabalho de um operário não qualificado.
A catequese que Mateus apresenta neste discurso tem em conta as necessidades da sua comunidade cristã. Estamos no final do séc. I (década de 80). Os cristãos, fartos de esperar a segunda vinda de Jesus, esqueceram o seu entusiasmo inicial… Instalaram-se na mediocridade, na rotina, no comodismo, na facilidade. As perseguições que se adivinham provocam o desânimo e a deserção… Era preciso reaquecer o entusiasmo dos crentes, redespertar a fé, renovar o compromisso cristão com Jesus e com a construção do Reino.
É para responder a este contexto que Mateus reelabora o “discurso escatológico” de Marcos (cf. Mc 13) e compõe, com ele, uma exortação dirigida aos cristãos. Lembra-lhes que a segunda vinda do Senhor está no horizonte final da história humana; e que, até lá, os crentes devem “pôr a render os seus talentos”, vivendo na fidelidade aos ensinamentos de Jesus e comprometidos com a construção do Reino.
A parábola que hoje nos é proposta fala de “talentos” que um senhor distribuiu pelos servos. Um “talento” significa uma quantia muito considerável… Corresponde a cerca de 36 quilos de prata e ao salário de aproximadamente 3.000 dias de trabalho de um operário não qualificado.
MENSAGEM
A “parábola
dos talentos” conta que um “senhor” partiu em viagem e deixou a sua fortuna nas
mãos dos seus servos. A um, deixou cinco talentos, a outro dois e a outro um.
Quando voltou, chamou os servos e pediu-lhes contas da sua gestão. Os dois
primeiros tinham duplicado a soma recebida; mas o terceiro tinha escondido
cuidadosamente o talento que lhe fora confiado, pois conhecia a exigência do
“senhor” e tinha medo. Os dois primeiros servos foram louvados pelo “senhor”,
ao passo que o terceiro foi severamente criticado e condenado.
Provavelmente a parábola, tal como saiu da boca de Jesus, era uma “parábola do Reino”. O amo exigente seria Deus, que reclama para Si uma lealdade a toda a prova e que não aceita meias tintas e situações de acomodação e de preguiça. Os servos a quem Ele confia os valores do Reino devem acolher os seus dons e pô-los a render, a fim de que o Reino seja uma realidade. No Reino, ou se está completamente comprometido, ou não se está.
Depois, Mateus pegou na mesma parábola e situou-a num outro contexto: o da vinda do Senhor Jesus, no final dos tempos… A vinda do Senhor é uma certeza; e, quando Ele voltar, julgará os homens conforme o comportamento que tiverem assumido na sua ausência.
Nesta versão da parábola, o “senhor” é Jesus que, antes de deixar este mundo, entregou bens consideráveis aos seus “servos” (os discípulos). Os “bens” são os dons que Deus, através de Jesus, ofereceu aos homens – a Palavra de Deus, os valores do Evangelho, o amor que se faz serviço aos irmãos e que se dá até à morte, a partilha e o serviço, a misericórdia e a fraternidade, os carismas e ministérios que ajudam a construir a comunidade do Reino… Os discípulos de Jesus são os depositários desses “bens”. A questão é, portanto, esta: como devem ser utilizados estes “bens”? Eles devem dar frutos, ou devem ser conservados cuidadosamente enterrados? Os discípulos de Jesus podem – por medo, por comodismo, por desinteresse – deixar que esses “bens” fiquem infrutíferos?
Na perspectiva da nossa parábola, os “bens” que Jesus deixou aos seus discípulos têm de dar frutos. A parábola apresenta como modelos os dois servos que mexeram com os “bens”, que demonstraram interesse, que se preocuparam em não deixar parados os dons do “senhor”, que fizeram investimentos, que não se acomodaram nem se deixaram paralisar pela preguiça, pela rotina, ou pelo medo.
Por outro lado, a parábola condena veementemente o servo que entregou intactos os bens que recebeu. Ele teve medo e, por isso, não correu riscos; mas não só não tirou desses bens qualquer fruto, co
mo também impediu que os bens do “senhor” fossem criadores de vida nova.
Através desta parábola, Mateus exorta a sua comunidade no sentido de estar alerta e vigilante, sem se deixar vencer pelo comodismo e pela rotina. Esquecer os compromissos assumidos com Jesus e com o Reino, demitir-se das suas responsabilidades, deixar na gaveta os dons de Deus, aceitar passivamente que o mundo se construa de acordo com valores que não são os de Jesus, instalar-se na passividade e no comodismo, é privar os irmãos, a Igreja e o mundo dos frutos a que têm direito.
O discípulo de Jesus não pode esperar o Senhor de mãos erguidas e de olhos postos no céu, alheado dos problemas do mundo e preocupado em não se contaminar com as questões do mundo… O discípulo de Jesus espera o Senhor profundamente envolvido e empenhado no mundo, ocupado em distribuir a todos os homens seus irmãos os “bens” de Deus e em construir o Reino.
Provavelmente a parábola, tal como saiu da boca de Jesus, era uma “parábola do Reino”. O amo exigente seria Deus, que reclama para Si uma lealdade a toda a prova e que não aceita meias tintas e situações de acomodação e de preguiça. Os servos a quem Ele confia os valores do Reino devem acolher os seus dons e pô-los a render, a fim de que o Reino seja uma realidade. No Reino, ou se está completamente comprometido, ou não se está.
Depois, Mateus pegou na mesma parábola e situou-a num outro contexto: o da vinda do Senhor Jesus, no final dos tempos… A vinda do Senhor é uma certeza; e, quando Ele voltar, julgará os homens conforme o comportamento que tiverem assumido na sua ausência.
Nesta versão da parábola, o “senhor” é Jesus que, antes de deixar este mundo, entregou bens consideráveis aos seus “servos” (os discípulos). Os “bens” são os dons que Deus, através de Jesus, ofereceu aos homens – a Palavra de Deus, os valores do Evangelho, o amor que se faz serviço aos irmãos e que se dá até à morte, a partilha e o serviço, a misericórdia e a fraternidade, os carismas e ministérios que ajudam a construir a comunidade do Reino… Os discípulos de Jesus são os depositários desses “bens”. A questão é, portanto, esta: como devem ser utilizados estes “bens”? Eles devem dar frutos, ou devem ser conservados cuidadosamente enterrados? Os discípulos de Jesus podem – por medo, por comodismo, por desinteresse – deixar que esses “bens” fiquem infrutíferos?
Na perspectiva da nossa parábola, os “bens” que Jesus deixou aos seus discípulos têm de dar frutos. A parábola apresenta como modelos os dois servos que mexeram com os “bens”, que demonstraram interesse, que se preocuparam em não deixar parados os dons do “senhor”, que fizeram investimentos, que não se acomodaram nem se deixaram paralisar pela preguiça, pela rotina, ou pelo medo.
Por outro lado, a parábola condena veementemente o servo que entregou intactos os bens que recebeu. Ele teve medo e, por isso, não correu riscos; mas não só não tirou desses bens qualquer fruto, co
mo também impediu que os bens do “senhor” fossem criadores de vida nova.
Através desta parábola, Mateus exorta a sua comunidade no sentido de estar alerta e vigilante, sem se deixar vencer pelo comodismo e pela rotina. Esquecer os compromissos assumidos com Jesus e com o Reino, demitir-se das suas responsabilidades, deixar na gaveta os dons de Deus, aceitar passivamente que o mundo se construa de acordo com valores que não são os de Jesus, instalar-se na passividade e no comodismo, é privar os irmãos, a Igreja e o mundo dos frutos a que têm direito.
O discípulo de Jesus não pode esperar o Senhor de mãos erguidas e de olhos postos no céu, alheado dos problemas do mundo e preocupado em não se contaminar com as questões do mundo… O discípulo de Jesus espera o Senhor profundamente envolvido e empenhado no mundo, ocupado em distribuir a todos os homens seus irmãos os “bens” de Deus e em construir o Reino.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão,
considerar os seguintes dados:
• Antes de mais,
é preciso ter presente que nós, os cristãos, somos agora no mundo as
testemunhas de Cristo e do projecto de salvação/libertação que o Pai tem para
os homens. É com o nosso coração que Jesus continua a amar os publicanos e os
pecadores do nosso tempo; é com as nossas palavras que Jesus continua a
consolar os que estão tristes e desanimados; é com os nossos braços abertos que
Jesus continua a acolher os imigrantes que fogem da miséria e da degradação; é
com as nossas mãos que Jesus continua a quebrar as cadeias que prendem os
escravizados e oprimidos; é com os nossos pés que Jesus continua a ir ao
encontro de cada irmão que está sozinho e abandonado; é com a nossa
solidariedade que Jesus continua a alimentar as multidões famintas do mundo e a
dar medicamentos e cultura àqueles que nada têm… Nós, cristãos, membros do
“corpo de Cristo”, que nos identificamos com Cristo, temos a grave
responsabilidade de O testemunhar e de deixar que, através de nós, Ele continue
a amar os homens e as mulheres que caminham ao nosso lado pelos caminhos do
mundo.
• Os dois
“servos” da parábola que, talvez correndo riscos, fizeram frutificar os “bens”
que o “senhor” lhes deixou, mostram como devemos proceder, enquanto caminhamos
pelo mundo à espera da segunda vinda de Jesus. Eles tiveram a ousadia de não se
contentar com o que já tinham; não se deixaram dominar pelo comodismo e pela
apatia… Lutaram, esforçaram-se, arriscaram, ganharam. Todos os dias, há
cristãos que têm a coragem de arriscar. Não aceitam a injustiça e lutam contra
ela; não pactuam com o egoísmo, o orgulho, a prepotência e propõem, em troca,
os valores do Evangelho; não aceitam que os grandes e poderosos decidam os
destinos do mundo e têm a coragem de lutar objectivamente contra os projectos
desumanos que desfeiam esta terra; não aceitam que a Igreja se identifique com
a riqueza, com o poder, com os grandes e esforçam-se por torná-la mais pobre,
mais simples, mais humana, mais evangélica; não aceitam que a liturgia tenha de
ser sempre tão solene que assuste os mais simples, nem tão etérea que não tenha
nada a ver com a vida do dia a dia… Muitas vezes, são perseguidos, condenados,
desautorizados, reduzidos ao silêncio, incompreendidos; muitas vezes, no seu
excesso de zelo, cometem erros de avaliação, fazem opções erradas… Apesar de
tudo, Jesus diz-lhes: “muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas
pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu Senhor”.
• O servo
que escondeu os “bens” que o Senhor lhe confiou mostra como não devemos proceder,
enquanto caminhamos pelo mundo à espera da segunda vinda de Jesus. Esse servo
contentou-se com o que já tinha e não teve a ousadia de querer mais;
entregou-se sem luta, deixou-se dominar pelo comodismo e pela apatia… Não
lutou, não se esforçou, não arriscou, não ganhou. Todos os dias há cristãos que
desistem por medo e cobardia e se demitem do seu papel na construção de um
mundo melhor. Limitam-se a cumprir as regras, ou a refugiar-se no seu cantinho
cómodo, sem força, sem vontade, sem coragem de ir mais além. Não falham, não
cometem “pecados graves”, não fazem mal a ninguém, não correm riscos;
limitam-se a repetir sempre os mesmos gestos, sem inovar, sem purificar, sem
nada transformar; não fazem, nem deixam fazer e limitam-se a criticar asperamente
aqueles que se esforçam por mudar as coisas… Não põem a render os “bens” que
Deus lhes confiou e deixam-nos secar sem dar frutos. Jesus diz-lhes: “servo mau
e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde não lancei;
devias, portanto, depositar o meu dinheiro no banco e eu teria, ao voltar,
recebido com juro o que era meu”.
ALGUMAS
SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 33º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA
MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 33º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 33º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. DURANTE A
CELEBRAÇÃO.
Aquilo que terá sido pensado e rezado em termos de “balanço de competência” ou de balanço dos talentos recebidos pode tornar-se oferenda. Aqueles que quiserem poderão escrever em pequenos papéis, oferecidos no momento da apresentação dos dons, duas palavras: uma, dizendo um “talento” recebido ou uma competência (habilidade, tempo livre…); outra, dizendo a maneira como ele “frutifica” (equipa de decoração da paróquia, visita aos doentes…).
Aquilo que terá sido pensado e rezado em termos de “balanço de competência” ou de balanço dos talentos recebidos pode tornar-se oferenda. Aqueles que quiserem poderão escrever em pequenos papéis, oferecidos no momento da apresentação dos dons, duas palavras: uma, dizendo um “talento” recebido ou uma competência (habilidade, tempo livre…); outra, dizendo a maneira como ele “frutifica” (equipa de decoração da paróquia, visita aos doentes…).
3. PALAVRA
DE VIDA.
Quantos homens, mulheres e crianças, em todo o mundo, mas também perto de nós, lançam SOS para que a sua vida seja salva, e que eles possam viver de pé, dignamente, humanamente! Jesus ouviu os seus gritos, escutou-os, respondeu-lhes com uma palavra, um olhar, um gesto, e era sempre para transmitir dignidade, confiança, saúde, paz. Fechamos hoje os nossos ouvidos? Agarramo-nos às nossas riquezas? E se fizéssemos um desvio no nosso caminho para nos aproximarmos, para nos fazermos próximo de todos aqueles que caíram na beira do caminho?
Quantos homens, mulheres e crianças, em todo o mundo, mas também perto de nós, lançam SOS para que a sua vida seja salva, e que eles possam viver de pé, dignamente, humanamente! Jesus ouviu os seus gritos, escutou-os, respondeu-lhes com uma palavra, um olhar, um gesto, e era sempre para transmitir dignidade, confiança, saúde, paz. Fechamos hoje os nossos ouvidos? Agarramo-nos às nossas riquezas? E se fizéssemos um desvio no nosso caminho para nos aproximarmos, para nos fazermos próximo de todos aqueles que caíram na beira do caminho?
4. UM PONTO
DE ATENÇÃO.
A oração do Pai Nosso… O Pai Nosso é muitas vezes uma oração mecânica, maquinal, rotineira. À força de tanto o recitar, não damos a devida atenção ao que dizemos. É preciso aproveitar uma celebração dominical para fazer reencontrar todo o seu valor: é a oração que Jesus formulou e ensinou aos seus discípulos. Cantado ou recitado, pode-se fazer uma breve introdução e deixar um breve tempo de silêncio antes de rezar o Pai Nosso. Recitação bem pausada, com as mãos erguidas ou unidas a quem está ao nosso lado…
A oração do Pai Nosso… O Pai Nosso é muitas vezes uma oração mecânica, maquinal, rotineira. À força de tanto o recitar, não damos a devida atenção ao que dizemos. É preciso aproveitar uma celebração dominical para fazer reencontrar todo o seu valor: é a oração que Jesus formulou e ensinou aos seus discípulos. Cantado ou recitado, pode-se fazer uma breve introdução e deixar um breve tempo de silêncio antes de rezar o Pai Nosso. Recitação bem pausada, com as mãos erguidas ou unidas a quem está ao nosso lado…
5. PARA A
SEMANA QUE SE SEGUE…
Fazer o ponto da situação sobre os nossos talentos… E se aproveitássemos a parábola de hoje para fazer o ponto da situação sobre os “talentos” que recebemos e aqueles que ganhámos? Discernir em conjunto pode ajudar a perceber estes frutos em Igreja e a dar graças por eles.
Fazer o ponto da situação sobre os nossos talentos… E se aproveitássemos a parábola de hoje para fazer o ponto da situação sobre os “talentos” que recebemos e aqueles que ganhámos? Discernir em conjunto pode ajudar a perceber estes frutos em Igreja e a dar graças por eles.
UNIDOS PELA
PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
Bom dia, que o espirito santo continue iluminando e nos dando para que possamos usar os nossos talentos para o bem comum. Bom final de semana na paz do Senhor.
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