Domingo, 12 de fevereiro de 2016.
Evangelho de São Mateus 5,17-37.
A lei do Reino de Jesus é a Lei do Amor. Ele veio pregar o amor, a
misericórdia, o perdão. “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado!” Esse
é o novo Mandamento de Jesus. Porque é chamado Novo, porque o amor é
para todos, não só para os da família, amigos, parentes, mas até para os
inimigos, para aqueles que nos ofendem, nos insultam, nos aborrecem, nos
prejudicam.
Nesse trecho do Evangelho, que é continuação das Bem Aventuranças, Jesus
nos diz: Eu não vim para abolir a Lei, mas para levá-la à perfeição”(Mt 5, 17).
O que é a Lei? O que são os Profetas? Por Lei e Profetas,
entendem-se dois conjuntos distintos de livros do Antigo Testamento. A Lei
refere-se aos escritos atribuídos a Moisés; os Profetas, como o próprio nome o
indica, são os escritos dos profetas e os livros sapienciais.
Jesus deixa claro que não veio para destruir a Lei Antiga de
Moisés, recebida das mãos de Deus, mas veio dar-lhe pleno cumprimento, veio
para aperfeiçoá-la, restaurá-la, para ensinar a cumpri-las de maneira mais
perfeita. Somos
convidados a refletir sobre qual deve ser a atitude do cristão diante da Lei de
Deus e as consequências que ela tem nas nossas opções de vida.
Jesus
diz: aquele que é fiel em observar os menores preceitos da lei e ensina os
outros a fazer o mesmo terá um grande premio
na glória. E quem com sua conduta despreza os mandamentos, por serem
insignificantes, este terá recompensa menor.
Naquele tempo os escribas eram os
doutores intelectuais, copiavam e explicavam as Escrituras, se julgavam donos
do saber e os melhores para interpretar as Escrituras, criticando os que a
descumpriam segundo as suas próprias interpretações e incluindo Jesus nas suas
críticas. Como pessoas esclarecidas, os escribas sabiam muito bem o que se
devia fazer, mas não o faziam e nem sempre ensinavam o que Deus pedia, exigindo
muito, com isso colocavam fardos pesados nos ombros do povo em relação ao
cumprimento das Leis, escravizando-os e controlando duramente a população. Eles
queriam ser considerados justos e observantes da Lei, mas por dentro, no íntimo
estavam cheios de vícios, eram hipócritas, soberbos, orgulhosos, por isso Jesus
os chamou de “sepulcros caiados”.
Jesus ensina que não veio abolir as leis, e
sim ensinar como elas deveriam ser realmente compreendidas e praticadas,
ensinando dessa forma um novo jeito de viver a liberdade e não ser escravo, obedecer por amor a Deus e para ser
feliz. O que Jesus pretende é restaurar, aperfeiçoar a Lei para o povo de
Israel.
Na interpretação de Jesus, a Lei é ampliada até as suas últimas
consequências: o respeito pela vida está ligado à erradicação do ódio, da
vingança e da ofensa; a castidade do corpo passa pela pureza das intenções; a
perfeição do matrimônio passa pela fidelidade e pela indissolubilidade; a
verdade da palavra dada passa pelo respeito aos pactos. Ao cumprir a Lei,
Jesus, «revela o homem ao próprio homem e manifesta-lhe sua vocação mais
profunda» (Concílio Vaticano II).
Ser justo passa por uma radical conversão. Por isso o espírito da
justiça até no cumprimento dos mandamentos da Lei de Deus necessita de uma
interpretação tranquila. Muitas pessoas não matam fisicamente, mas matam psicologicamente
o irmão com calúnias, desprezo, rixa, inveja, disputa de poder, mania de
perseguição.
O ser humano é pecador. Os fariseus viviam a lei pelos critérios
humanos. Nós cristãos somos chamados a viver a Lei pela vontade de Deus, pelo
amor, entendendo que Deus é nosso Pai bondoso e misericordioso.
Os discípulos de Jesus são convidados a viver segundo a lei do
“Reino”, isto é, a acolher com alegria e entusiasmo o projeto de salvação que
Deus quis oferecer aos homens. Com fé e confiança deve caminhar sem desanimar, na
certeza que o Espírito Santo os guiará a vida de santidade.
Cumprir a Lei por meio de aparências externas não garante a salvação, à vida eterna. É necessário se
empenhar com muito amor a observância mais perfeita da Nova Lei que Jesus veio
nos propor.
O exemplo de Jesus convida-nos àquela perfeição da vida cristã que
realiza com ações o que se prega com palavras.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
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