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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

--Comeram e ficaram satisfeitos-José Salviano

11 de Fevereiro de 2017
Cor: Verde
Evangelho - Mc 8,1-10



1Naqueles dias, havia de novo uma grande multidão
e não tinha o que comer.
Jesus chamou os discípulos e disse:
2'Tenho compaixóo dessa multidão,
porque já faz três dias que está comigo
e não têm nada para comer.
3Se eu os mandar para casa sem comer,
vão desmaiar pelo caminho,
porque muitos deles vieram de longe.'
4Os discípulos disseram:
'Como poderia alguém saciá-los de póo aqui no deserto?'
5Jesus perguntou-lhes: 'Quantos póes tendes?'
Eles responderam: 'Sete.'
6Jesus mandou que a multidão se sentasse no chão.
Depois, pegou os sete póes, e deu graças,
partiu-os e ia dando aos seus discípulos,
para que os distribuíssem.
E eles os distribuíam ao povo.
7Tinham também alguns peixinhos.
Depois de pronunciar a bênção sobre eles,
mandou que os distribuíssem também.
8Comeram e ficaram satisfeitos,
e recolheram sete cestos com os pedaços que sobraram.
9Eram quatro mil, mais ou menos.
E Jesus os despediu.
10Subindo logo na barca com seus discípulos,
Jesus foi para a região de Dalmanuta.
Palavra da Salvação. (CNBB)
A multiplicação dos pães e dos peixes que aconteceu em um lugar deserto, foi causada pelo poder de Deus na pessoa de Jesus, e pela sua compaixão, seu amor pelos necessitados.
Sejamos imitadores de Cristo, tendo compaixão dos nossos irmãos que sofrem.
Levemos a eles a palavra de Deus, ajudemo-nos com o alimento que precisam, e os conduzamos pela catequese, a receber o pão da vida, que é a Eucaristia, de preferência diariamente.
Jesus é aquele que nos alimenta em plenitude. O corpo e a alma. Sua caridade é completa. Primeiro Ele curou os doentes, livrando-os do mal do corpo. Depois os alimentou com a sua palavra de vida eterna, sustento para a alma e para a fé. Finalmente Jesus os alimentou com pão e peixe, nutrindo-os para   levar seus ensinamentos para outros irmãos.

Quanto alimento que sobra das nossas mesas!  Quantos irmãos que sofrem pela falta de comida!  Como podemos sorrir felizes ou fingindo estar felizes, num almoço farto com familiares, enquanto lá fora nas calçadas, e nas favelas, muitos rostos tristes de adultos idosos e crianças, olham o vazio, sem solução para a sua fome e seu desconforto!  Os bolsões de pobreza são explorados pelos políticos na campanha eleitoral, quando eles prometem em troca do voto, a solução para a pobreza. Quando eles ganham a eleição às custas dos votos daqueles miseráveis, não volta mais na favela e nem apresentam nenhum projeto para pelo menos aliviar o sofrimento daqueles marginalizados.

É por isso que a miséria nunca terá fim. Pois ela é útil para os poderosos.  Pois se trata da exploração do homem pelo homem. O rico não vive sem o pobre. Ele precisa do pobre. O poder público não providencia a partilha para os famintos, muito menos projetam um sistema de controle de natalidade adequado. Desse modo, é fácil imaginar o futuro o qual já está instalado no meio de nós. Muita gente para comer, vestir, abrigar-se, e poucos recursos disponíveis para todos eles. Pois esses recursos estão concentrados nas mãos de uma minoria.

É por isso que em parte somos culpados por tantos assaltos, por tanta violência! A qual é causada pela nossa falta de caridade, de partilha, de amor ao próximo na prática. Não se trata aqui de alimentar preguiçosos, apesar de que a preguiça é uma insuficiência de alguns. Trata-se de dar a vara para eles pescar o seu próprio alimento, dando aos jovens ensino técnico em vez de não lhes ensinar nada de útil para as suas vidas como está acontecendo nas escolas públicas.  Trata-se de valorizar os professores com salários justos e todo apoio para que eles possam exercer um ensino de verdade, uma educação para a vida e não para a morte. Pois toda mudança social deve começar pela educação, e não pela repressão.

Caríssimos. O melhor investimento! Melhor que investir nos melhores bancos, é matar a fome dos famintos, é também ajudar a sua igreja na hora da coleta.  Porque fazendo isso, você está devolvendo a Deus um pouquinho do muito que Ele lhe deu. E tenha certeza de que você não ficará sem recompensa.  Já não acontece o mesmo para aqueles que embora tendo muito, não se importam com a dor da fome dos excluídos, aos quais eles chamam de vagabundos! Já não acontece o mesmo também para aqueles que fingem estar lendo o folheto da missa na hora que passa por eles a coleta.

Vivemos num mundo em que tudo é pago. Só ainda não estamos pagando para respirar. Tudo gira em torno do dinheiro. Quem é caridoso tem de enfrentar a oposição dos demais, começando pela nossa própria família. E mais. Infelizmente quem faz caridade é acusado de deixar os necessitados mais acomodados e propensos a não fazerem mais nenhum esforço pela sua sobrevivência.

Os arrogantes não partilham, não dão esmolas, economizam, juntam, investem, com medo do dia de amanhã, pois eles não depositam sua confiança em Deus.  Já a maioria dos pobres são caridosos pois eles sabem o que é viver a triste realidade da miséria.

Por outro lado, a liturgia deste domingo nos leva a refletir sobre a Eucaristia, Jesus o Pão da vida que se deu pelo alimento da nossa alma, da nossa fé. Na multiplicação dos pães Jesus demonstrou o seu poder divino assim como também manifestou na prática o seu imenso amor por aquelas pessoas que o seguiam por causa das curas e por causa da sua palavra que os encantava.

Hoje o corpo de Cristo, o pão vivo que desceu do Céu, continua a ser distribuído para milhões de fiéis no mundo inteiro, que procuram saciar a sua fome e a sua sede de Deus, através da Igreja. Não adiantam as investidas de satanás para atrapalhar, ou mesmo tirar Deus da nossa mente e da sua Igreja. Porque as portas dos infernos não se prevalecerão contra ela.

Na Eucaristia está concentrado o tesouro espiritual da nossa Igreja, pois ela é o centro de toda a vida cristã. É o próprio Jesus, O Filho de Deus que se fez alimento para nos fortalecer contra toda causa de pecado. É Deus vivo que quis estar presente no nosso meio, em nossa alma, através do seu Filho sacramentado.  Na Eucaristia Deus não apenas nos oferece alguma coisa maravilhosa, mas Ele se dá a si mesmo, seu corpo e seu sangue. E assim, em cada Eucaristia, a comunidade cristã nasce de novo com forças novas e com a fé alimentada, pronta para enfrentar todas as adversidades desse mundo sem Deus.

Mas infelizmente, são muitos os que ainda colocam sua segurança no dinheiro e nos bens materiais, em vez de buscar a fonte de água pura.  São muitos os que dão pouca importância a palavra de Deus, que disse: “Quando deres uma esmola a um mendigo, foi a mim que destes”, e continuam ignorando o irmão necessitado. São muitos que iludidos com o conforto e tudo o que o dinheiro pode comprar, vivem afastados de Deus e do irmão carente, buscando sempre a aproximação com aqueles que são do seu nível social e econômico.
Meu irmão, minha irmã. Não seja um desses!  Procure multiplicar a sua caridade, a sua fé, a sua esperança nas promessas de Cristo. Multiplique também a oração, a negação de si mesmo, e acima de tudo, faça alguma coisa para multiplicar o número de catequistas no mundo. Seja ministros ordenados, ou seja, leigos integrados no Plano de Deus.


Tenha um bom dia. José Salviano.

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