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de Dezembro- Segunda - Evangelho - Mt 10,17-22
Bom
dia!
Reafirmo:
Ninguém disse que seria fácil manter a fé!
A
sociedade e o tempo em que Jesus manifestou essas palavras eram cercados de
medos. Um tempo onde primos, sobrinhos, netos, (…) eram chamados de filhos e
irmãos. Um tempo onde já se vivia em cidades, mas que nos módulos básicos de
convivência ainda carregavam a idéia de clãs, tribos, próximos…
Muitos
filhos não tinham respeito por seus pais ao ponto de entregá-los, roubá-los,
matá-los por causa de heranças, pastos, ovelhas, cargos de influência, ou seja,
por nada. Uma época onde os adeptos de Jesus eram chamados de seguidores do
“caminho”, pois ainda não havia a expressão “cristãos” ou tão pouco
cristianismo.
“(…)
Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que,
onde eu estou, também vós estejais. E vós conheceis o caminho para ir aonde
vou. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer
o caminho? Jesus lhe respondeu: EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA; ninguém
vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis
meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto”. (João 14, 3-6)
Esse
“caminho” que Jesus ensinava trilhar ia de encontro, ou melhor, em atrito, com
os valores da época. O “caminho” pregava que a vida não era centrada na busca
do poder e sim da simplicidade; que não criava ou valorizava reis ou seres de
influencia, o caminho pregava o serviço ao próximo. Dizia “não” ao orgulho, a
arrogância e a prepotência. Não dizia nada de errado aos nossos olhos, mas
então por que Ele era, e é, tão perseguido? Será que algum de nós hoje poderia
dizer que o que pregavam era errado?
O
intrigante é hoje também somos perseguidos por buscar o caminho.
Recentemente
uma professora foi demitida por expor que papai Noel é uma simbologia e não
algo real de fato. Por acaso mentiu? Mas esse mundo consumista precisa de um
rei que venda e não que ensine às pessoas a verdade, valores morais, opiniões…
Nesse momento não falo de religião e sim de um caminho… Será que ela precisa
mesmo mentir para se manter no trabalho?
Esse
simples fato, sem entrar em detalhes, expõe uma dura realidade que precisamos
expor dentro de cada um de nós: Será que estamos mentindo para podermos ser
aceitos ou nos aceitar? Quantas vezes precisamos omitir nossos valores e o que
cremos para podermos viver? Será que exagero? Não creio!
Quando
mentimos um balanço ou compramos notas fiscais para abater o que não consumimos
em imposto de renda, quando pagamos ao policial que pede “caixinha” mesmo
sabendo que não há nada de errado com o carro, quando nos aliamos ou votamos no
corrupto a espera de um favor, quando alimentamos a indústria dos CDs e DVDs
piratas, quando sabemos um erro da vida do outro e os julgamos e sentenciamos
para ocultar minhas próprias mazelas, erros… Nossa! Como é fácil apontar erros
dos outros para esconder os meus!
E
não paramos por ai…
Perseguimos
o irmão da outra igreja, pastoral ou movimento; tecemos criticas que talvez não
fizéssemos nem aos nossos inimigos; usamos da fofoca, da calunia, do fuxico
para tentar descredenciar esse (a) filho (a) de Deus que trabalha tão bem e por
inveja não consigo perceber. Antes mesmo que abra a boca já fechamos os ouvidos
e o pior falamos isso como fossemos defensores da moral…
Por
que será que pessoas que erraram temem voltar à comunidade? Por que será que o
casal que se separou precisa muitas vezes mudar de bairro pra voltar à missa? O
que será que Jesus nos confiou: Buscar quem se perdeu ou julgá-las? “(…) O
irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se
levantarão contra seus pais e os matarão”.
Creio
que se pelo menos os “nossos” pararem de nos perseguir, e quando digo “nossos”
digo todos que seguem o caminho (cristãos, sejam eles católicos,
evangélicos,…), acredito que poderemos cumprir de fato o ultimo desejo de
Cristo antes de subir aos céus. “Ide ao mundo e pregai o evangelho a toda
criatura”.
E
ai? Eu junto ou espalho?
Um
imenso abraço fraterno.
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