-A Messe é grande-José Salviano

5 de Julho de 2016

-A Messe é grande-José Salviano

Em muitos lugares deste mundo, a gente percorre quilômetros e mais quilômetros sem encontrar a figura de um padre. No Brasil, na região da Chapada Diamantina, a quantidade de padres é muito escassa. Os poucos padres que têm, precisa se desdobrar para atender a clientela sedenta de Deus. Aos domingos, nessa região, um padre, após celebrar em uma cidade, em seguida precisa sair às pressas, andar muitos quilômetros para celebrar mais missas em outros lugares. Assim, ele termina o seu domingo exausto.

Por que essa realidade ainda permanece, e a tendência é se agravar? Por que a messe é grande e os operários são poucos.

Os jovens não se interessam pelo sacerdócio. Mesmo aqueles que têm vocação, se recusam a atender o chamado de Deus, pois são muitas as forças contrárias:

1-a influência dos amigos que os desvia da religiosidade;

2 - a grande quantidade de garotas disponíveis, os arrastam para longe de uma vida celibatária;

3 - a ausência de uma religiosidade por falta de templos e de padres, enfraquece a semente da fé na mente dos jovens, entre outras causas.

Não querendo ser pessimista, mas sim realista, podemos ver que a situação está cada vez pior. E Jesus já previu isso. Tanto é que nos pede nesse Evangelho, para rezarmos constantemente ao Pai pelas vocações sacerdotais.

Mas, infelizmente, nós estamos acomodados e muitos nem pensam nesse assunto. Estamos acomodados na nossa vidinha de irmos à missa aos domingos, muitas vezes por obrigação, e voltamos para casa satisfeitos achando que fizemos uma grande coisa, e durante a semana toda nem sequer pensamos no que nós poderíamos fazer para mudar, para melhorar este mundo descrente, com tão poucos operários, com tão poucos padres para nos salvar por meio dos sacramentos da Igreja!  Veja que a recomendação primeira de Jesus, que é rezar ao Pai pelas vocações, nós nos esquecemos de fazer, como é que podemos esperar que as coisas se mudem para melhor?

            E assim vemos e sofremos o avanço do mal que invade a todos os setores da sociedade de forma organizada, tendo como causa maior a nossa fraca catequese.

            Prezados irmãos. A nossa catequese tem de ser mais eficiente, atuante, consistente e convincente.  Chega de sermões água com açúcar, a nossa homilia precisa ser preparada durante a semana toda, porque ela é, depois da Eucaristia, a parte mais importante da Santa Missa. Pois se a catequese dominical não convence, ela não converte, e o cristão esmorece em seu fervor, e não mais comparece à missa. Vamos pesquisar, vamos arrumar um tempo para ler, para preparar a homilia dominical com um pouco mais de atenção e dedicação. Nada de pensar: Eu tenho muita experiência e na hora eu improviso. Você vai é se repetir. Idéias e palavras já ditas anteriormente!  O cristão ao entrar na Igreja para participar da missa, ele ou ela, espera ouvir a mensagem de Cristo explicada, espera ouvir palavras que tocam o seu interior, e que o faça sair dali melhor do que entrou. Não quer ouvir somente palavras suaves, mas sim, palavras que botam o dedo na ferida, palavras que brotam do amor de Deus, e palavras que denunciam as injustiças dos homens!  Faça uma pauta da seqüência das idéias de sua fala. Anote os itens principais da sua homilia em uma folha de papel, e não tenha vergonha nem medo de consultá-la enquanto fala. As melhores palestras, aulas, e homilias, são aquelas em que o orador acompanha algumas anotações. Isso o faz evitar repetições de coisas que já disse outras vezes, e proferir um discurso conciso, preciso e de muito impacto. Experimente FAZER O MESMO.       

            A fé é um dom de Deus, que já vem instalada em nossa mente ao nascer. Enquanto somos pequenos, cabe aos nossos pais regar, alimentar e orientar esta semente, esta plantinha, para que ela cresça junto conosco. Não devemos perder tempo, pois é na infância que devemos fazer isso. Se deixarmos para a adolescência, será tarde demais, pois os amigos, os colegas, a televisão, o videogame, a internet chegarão primeiro que nós, fazendo uma varredura, uma verdadeira lavagem cerebral tirado da mente dos jovens os valores morais, os valores cristãos, e instalando em seu lugar tudo o que os afastam de Deus: Sexo livre, pornografia, sentimentos de inveja, ódio, vingança, embriaguês, e reações de violência. Tudo isso no lugar que deveria ser de Deus

            O mundo está um caos, o mundo está perdido, onde é que vamos parar? São frases que dizemos todos os dias, principalmente quando acabamos de ver os noticiários, os quais mostram quase que somente as barbaridades causadas pela falta de fraternidade e pela falta da prática da fé em Deus. Pois aquela fé que muitos nasceram com ela, em vez de ser incentivada pelos pais e familiares, foi sufocada pelas redes sociais, e pelo exemplo da juventude a qual apoiada pela impunidade, e impulsionada pelo desemprego ou pelo subemprego, com salários vergonhosos, ensinam aos demais jovens a viverem sem nenhum limite!

            Caríssimos. Jesus hoje nos chama para irmos à luta, contra a incredulidade do mundo, que não cultivou a fé, que é um presente de Deus, na mente dos pequeninos. Vamos que ainda dá tempo de se fazer alguma coisa! Vamos que nem tudo está perdido! Vamos com muita fé e coragem, nós que ainda continuamos firmes na fé. Não deixemos para depois, pois não haverá mais nenhum catequista disponível para pelo menos tentar salvar o mundo.  Veja a realidade lamentável  que está acontecendo com esta geração de jovens! Você vai ficar omisso, omissa, esperando que eles façam alguma coisa pelo Reino de Deus? 

            É claro que não são todos os jovens do mundo! Ainda temos bons jovens e podemos constatar isso em algumas paróquias.  Vamos incentivá-los, vamos convidá-los para formar um grupo de coroinhas, que os coroinhas maiores e mais conhecedores da liturgia ensine os novatos, que desse grupo se forme um grupo ou pastoral das vocações, e que, finalmente desse grupo saiam alguns que entrem para o seminário e sigam carreira para um dia serem ordenados padres.

AMÉM?

Um bom dia.  José Salviano.