9 de Fevereiro - Terça - Evangelho - Mc 7,1-13
Queridos
irmãos e irmãs, os fariseus estão incomodados, porque Jesus e Seus discípulos
comem e bebem sem lavar as mãos. Sabemos que, por uma tradição oral que
recebemos de outros, a qual foi passando de boca em boca, os judeus não comem
sem bem lavar as mãos, sem bem lavar os copos, as jarras, as vasilhas de cobre
e todos os utensílios para a alimentação; e que há um excesso de rigor para
lavar as mãos e assim por diante.
Existe
até hoje, no meio de nós, muitas pessoas que têm um excesso de cuidado com a
limpeza. Todos nós precisamos ser limpos, higiênicos, mas cuidado porque os
excessos viram uma obsessão! E a obsessão por limpeza é algo muito terrível,
porque a pessoa vê sujeira em tudo; para tudo o que ela olha parece que há
sujeira. E ela vai criando dentro de si preconceitos e conceitos errados,
desconfia da limpeza de qualquer copo, de qualquer prato.
Os
fariseus, descritos no Evangelho de hoje, fazem isso com Jesus com certa dose
de maldade. Sabe aquelas pessoas que não falam, mas pensam [algo contra
alguém]? Sabe aquelas pessoas que, às vezes, o cumprimentam e o olham sempre
desconfiadas, com vontade de lhe dizer isso ou aquilo? Julgando-o,
interpretando-o segundo os conceitos e preconceitos dela.
Nós,
muitas vezes, fazemos assim também! E que risco e que perigo de sermos
rejeitados por Deus, porque O honramos com os nossos lábios, O louvamos, O
glorificamos, O bendizemos e esticamos a nossa mão e a nossa língua para receber
a Eucaristia, mas, muitas vezes, o nosso coração está longe d’Ele!
Não
podemos negar, mas até entre nós, seguidores de Jesus, quantas vezes nós
deixamos maldades crescerem em nós! Maldades contra os outros, contra as
situações; nós só conseguimos olhar as coisas sob a ótica da maldade. E daí
sabemos que nascem as detrações, as acusações, mas, sobretudo, a maldita da
fofoca.
Fofoca é algo para pessoas que têm caráter meio
duvidoso. É para quem não tem coragem, nem disposição de falar o que precisa
ser falado ou de calar quando é necessário. Essa pessoa fica futricando, vive
criando situações para falar disso ou daquilo. Das fofocas nascem as maiores
maldades, nascem as más interpretações, nascem os rótulos que nós jogamos e
criamos sobre as pessoas. Não é nenhuma comparação distante, mas é muito
próxima por nos ajudar a entender que o farisaísmo dá origem aos fofoqueiros e
às fofoqueiras de plantão. São os fariseus que julgam Jesus. Os fofoqueiros de
hoje julgam Jesus de outra forma: o fazem por intermédio dos filhos, dos
irmãos, dos seguidores e dos discípulos d’Ele.
Então,
se queremos ser menos fariseus na vida, precisamos nos tornar menos
fofoqueiros, nem digo menos: precisamos deixar de ser fofoqueiros! E não
podemos permitir que essa maldade, que se chama “fofoca” ou “maledicência”,
faça parte da nossa vida.
Jesus
amou e acolheu a todos, os piores pecadores, segundo os nossos conceitos, mas
não teve nenhuma forma de acolher a quem era fariseu por maldade ou quem era
fofoqueiro por maldade.
Que
Deus purifique o nosso coração! Não basta honrá-Lo com os lábios, pois o nosso
coração cheio de maldades está longe do Senhor.
Deus
abençoe você!
Nenhum comentário:
Postar um comentário