5
de Fevereiro- Sexta - Evangelho - Mc 6,14-29
Bom
dia!
Esse
evangelho é um dos mais vistos durante o ano. Pelo menos três vezes ele é
inserido na liturgia semanal e cada vez que o leio, alguma coisa diferente me
salta aos olhos, algo além do direcionamento da exegênese aplicada a esse
profundo texto.
Sim,
João Batista morreu por denunciar a verdade. Apresentava a todos que deveriam
mudar seu comportamento. Poderosos o temiam, os simples o admiravam. Era um
homem santo e profundamente focado na sua missão. Isso nós já conhecemos, mas
foi uma sequência de palavras que hoje me chamam a atenção: “(…) Pois tinha
sido Herodes mesmo quem havia mandado prender João, AMARRAR AS SUAS MÃOS E
JOGÁ-LO NA CADEIA”.
Quantas
vezes, no trabalho, na igreja, em um grupo de estudo (…), também fomos
amarrados e jogados num canto? Quando estamos repletos de energia, ideias,
propostas ai vem alguém, às vezes por inveja, ou má compreensão, ou por não
sabermos nos expressar ou esperar, tomamos um chá de cadeira? Mas mesmo na
cadeia, João Batista ainda incomodava sem nada dizer.
Tenho
irmãos que vivem e outros tantos que já assim viveram. Indivíduos que nada
fizeram além de querer viver honestamente e nunca, pois foram reconhecidas;
irmãos e irmãs que trabalhavam enquanto outras nada faziam e, no momento
oportuno, foram também exiladas, afastadas, descredenciadas.
Quem
já passou por isso sabe, como o próprio João, ainda que amarrados, incomodamos
e incomodaremos!
Um
conforto: Se João azucrinava sem fazer milagres ou desafiá-los publicamente,
imaginemos o quanto Jesus devia ser visto e “adorado” pelos mestres da Lei?
Consegue imaginar o quanto crescia naqueles corações o ódio ao ponto de
declarar que o Senhor deveria perecer numa Cruz, a pior morte possível na
época?
Os
Evangelhos dessa semana, mesmo o da apresentação do Senhor, nos trazem uma
ideia concreta que mesmos abatidos, em Deus seremos fortes; que mesmo que tudo
se oponha ou derrotas a nós forem impostas, sairemos no fim, vitoriosos. O que
esta nos faltando é, como uma irmã de grupo de oração afirma há mais de 15
anos, “tomar posse e acreditar”.
João
nada mais falava na prisão, mas o silêncio da sua fé e a consciência que já
havia realizado sua tarefa o fazia um vencedor mesmo no mais profundo dos
calabouços. Quantos colegas idealizaram projetos de uma vida inteira e veio
alguém e os jogou no lixo ou se declarou como seu criador? Quantos viram sua
vida ir embora nas ultimas cheias em São Paulo? Móveis, carros, casas, sonhos
foram, mas a fé na reconstrução permanece.
Talvez,
na verdade, o evangelho do semeador, lido e apreciado na semana passada, nos
diga se fosse novamente lido hoje pelos servos: “SEMEIE, MESMO QUE OUTRO QUE
COLHA”! DEUS VÊ!
Esta
semana, a canção do padre Fábio de Melo “viver pra mim é Cristo” embalou muito
nossos comentários e como não trazê-la de volta em um verso próximo ao final
desta música, que assim diz:
“(…)
SE CALAREM o som da MINHA VOZ; Em silêncio ESTAREI A ORAR. Se numa prisão me
colocar, Eu VOU TE ADORAR… Se minha família me trair, Eu vou sonhar com Deus;
Viver seus planos isso é parte, De uma carreira de cristãos”
Esse
comentário é lido por cerca de 150 pessoas por dia, 3700 por mês. Muitos dizem
que o reenviam por email para suas listas. Se imaginássemos que cada um o faz
para 10 outros amigos que precisam ouvir uma palavra amiga, teremos mais de 37
mil pessoas partilhando de uma mesma corrente. É incrível imaginar isso, um
terminal de computador estar ligado há outros tantos, que desejam a mesma coisa
– FICAR DE PÉ!
Nunca
pense que te calaram ou te desvalorizaram… É difícil lidar com a inveja
inerente a nós seres humanos. Tenho a impressão que Davi caiu tantas vezes, mas
a cada nova e corajosa tentativa de permanecer de pé, saiu um salmo que nos
conforta e nos alegra.
“(…)
3 O Senhor é o meu rochedo, minha fortaleza e meu libertador. Meu Deus é a
minha rocha, onde encontro o meu refúgio, meu escudo, força de minha salvação e
minha cidadela. 4 Invoco o Senhor, digno de todo louvor, e fico livre dos meus
inimigos. 5 Circundavam-me os vagalhões da morte, torrentes devastadoras me
atemorizavam, 6 enlaçavam-se as cadeias da habitação dos mortos, a própria
morte me prendia em suas redes. 7 Na minha angústia, invoquei o Senhor, gritei
para meu Deus: do seu templo ele ouviu a minha voz, e o meu clamor em sua
presença chegou aos seus ouvidos. “. (Salmo 17, 3-7)
Um
imenso abraço fraterno!
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