Bom
dia!
Vejamos
que existem duas situações ou realidades no evangelho de hoje: Um povo sedento
que se acotovelava para se aproximar de Jesus e outro grupo de pessoas
(pescadores), que meio indiferentes ao que acontecia na margem, permanecia em
seus afazeres.
Um grupo
apertava Jesus contra o lago deixando claro que não desistiria da graça “(…) e
a multidão se apertava em volta dele para ouvir a mensagem de Deus”; e o outro
já se dava como vencido, pois lavar as redes é a última coisa que o pescador
faz antes de sair. “(…) Os pescadores tinham saído deles e estavam lavando as
redes“.
Um
mesmo estímulo pode de fato motivar alguns e a outros não ter ação nenhuma? A
resposta é sim! Mas o que pode fazer alguém preferir ficar alheio ao que
acontece e a outros motivar a fazer? Talvez como é feito o convite…
Augusto
Cury em seu livro Um mestre Inesquecível descreve a cena e o convite da
seguinte forma:
“(…)
A análise psicológica dessa passagem impressiona porque Jesus não deu grandes
explicações da sua proposta. Não fez discursos nem milagres. Entretanto, a
maneira como falou e a proposta que fez deixaram em brasas vivas o território
da emoção desses jovens”.
Se
existem muitos ainda alheios a mensagem, creio eu, que por vontade própria, no
entanto outros tantos por não terem sidos “encantados” por ela. Sim! A mensagem
precisa encantar aquele que a ouve, mas como será que essa mensagem tem chegado
às pessoas?
Frei
Carlos Zagonel nos corrigia nesse fim de semana que devemos ser fiel a mensagem
de Deus e não divagarmos ao ponto da pessoa perder o interesse ou pior,
corromper o sentido da escritura. Isso é tão verdade que às vezes notamos que
nossa fala muitas vezes puni o filho que resolve se redimir e voltar. A
mensagem embutida, neste exemplo, na parábola do filho pródigo diz justamente
que devemos acolher pois o Pai é a própria misericórdia.
Não
sei bem se aquele homem que fica na praça, ou no ponto de ônibus ou em lugares
públicos com um megafone ou caixa de som declarando as maravilhas que Deus lhe
fez realmente convença alguém a voltar. A mensagem que convida não é feita aos
berros ou tão pouco apenas ditos. O que de fato cativa é quando falo algo que
prende a atenção da pessoa e a faz refletir sua própria existência.
“(…)
Nunca tinham ouvido tais palavras. Elas soaram diferente de todas as vozes que
já tinham ouvido. Elas mexeram com os segredos da alma desses dois jovens.
Ecoaram num lugar em que os psiquiatras não conseguem entrar. Penetraram no
espírito humano e geraram um questionamento sobre qual é o significado da vida,
por que vale a pena lutar”. (Um mestre inesquecível – Augusto Cury)
Não
temos o poder de motivar a ninguém se não partir de dentro. Acolher a mensagem
ou preferir lavar as redes é uma opção que deve ser respeitada, mas cada um que
é portador da Boa nova deve, impreterivelmente, aprender a encantar, não
somente com que sai da sua boca, mas com o sentimento verdadeiro com que
descrevo essa verdade.
Mateus,
que foi também encantado pelo amor do homem de Nararé, descreveu perfeitamente
esse grande achado:
“(…)
O Reino do Céu é como um tesouro escondido num campo, que certo homem acha e
esconde de novo. Fica tão feliz, que vende tudo o que tem, e depois volta, e
compra o campo. O Reino do Céu é também como um comerciante que anda procurando
pérolas finas. Quando encontra uma pérola que é mesmo de grande valor, ele vai,
vende tudo o que tem e compra a pérola”. (Mateus 13, 44-46)
Um
imenso abraço fraterno
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