Visitação de Nossa Senhora á
Santa Izabel 31/05/2013
1ª Leitura Sofonias 3,
14-18 ou Romanos 12,9-16b
Salmo Isaias 12,6b “ Trazia na mão uma brasa viva, que tinha tomado
do altar com uma tenaz”
Evangelho Lucas 1, 39-56
Muitas vezes me perguntei, o que teria Maria ido fazer na casa de
sua parenta Isabel, cujo caminho montanhoso era íngreme e distanciava mais ou
menos 40 km de sua casa. Ela não foi sozinha, provavelmente acompanhou alguma
caravana que seguia para aqueles lados, pois sozinha seria muito arriscado. A
catequese Lucana nos dá a entender que Maria foi para servi-la, preocupada com
a situação delicada da sua parenta, avançada em anos. Mas prestemos muita
atenção na conversa dessas suas mulheres, nesse roteiro catequético muito bem
preparado e magistralmente produzido por Lucas.
O que teria a ver essa visita com a História da Salvação, e por que
Lucas registrou em seu evangelho essa conversa entre Maria e Isabel ? Isabel, estéril e avançada em anos, como nos
o texto, é o resumo da História do Povo de Israel, que havia feito uma grande
caminhada na História, animados pelas promessas de Deus, mas até aquele momento
nada de especial tinham visto e mesmo os profetas, que eram os porta-vozes de
Deus, há 300 anos Deus não suscitava
profetas no meio do povo. Os mais céticos achavam que Deus havia se esquecido
do seu Povo e não faltava os mais os mais incrédulos que diziam ser tudo aquilo
das Promessas Divinas uma grande Lorota. Podemos dizer que nesse encontro de
Maria e Isabel, Deus tomou a pena de novo para começar a reescrever a História,
com o final do tempo das promessas e a chegada dos templos da Plenitude.
Maria é uma menina, que vai ser a primeira Discípula de Jesus, a
primeira Cristã, a primeira Mulher do Povo da Nova Aliança. É a portadora do
Germe Divino que Deus havia prometido. Podemos dizer que essa passagem é o
epílogo de todo Antigo Testamento, e ao mesmo tempo o início do Novo. De um
ventre seco e do seio de uma Virgem, de maneira prodigiosa Deus interfere com o seu Espírito e a
Fertilidade supera a esterilidade, o Possível Divino suplanta o impossível
Humano.
Na resposta de Isabel ao Shalon desejado por Maria, quando chegou á
sua casa, encontramos o Antigo Testamento, que exulta com o Novo. No vente de
Isabel, João Batista, o último dos profetas do Antigo Testamento, manifesta
alegria pela presença do Salvador.
Aquela que acreditou nas promessas é Bendita, porque agora, não só vai
vê-las ser realizadas, mas terá o privilégio de participar delas. Quase nada
poderia a pobre serva fazer, para que se cumprissem as Promessas Messiânicas
feitas á seu Povo. Quem era ela afinal?
Apenas uma adolescente, moradora de um
Vilarejo montanhoso chamado Nazaré. Dela nada poderia se esperar.
Também de nossas comunidades, principalmente as mais simples e
pequenas, não se pode exigir nenhum grande empreendimento que mude os destinos
da Humanidade. Mas é precisamente aí que Deus mora, plantando o Germe Divino,
fazendo a Encarnação acontecer de Novo, trazendo uma grande e inexplicável
alegria á nossa alma. Nos pequenos e nos simples, que confiam e esperam, tudo
se renova e recomeça, a cada momento, a cada dia.(Diácono José da Cruz –
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)
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