TERÇA FEIRA DA 6ª SEMANA DO TC 24/05/2016
1ª Leitura 1m Pedro 1, 10-16
Salmo 97/98, 2ª “O Senhor fez conhecer a sua Salvação. Manifestou
sua justiça á face dos povos”
Evangelho Marcos 10, 28-31
Renunciar por causa do Reino, não é perder...
Quando estamos diante de um evangelho como esse, onde fica
explicitada a necessidade do discípulo renunciar algo, deixar para trás tantas
outras coisas, em um primeiro momento pensamos em uma perda. Lembro-me quando
me preparava para a ordenação Diaconal e estava
exatamente naquele tempo conseguindo me realizar na área da comunicação,
que eu tanto amava, atuando no jornal da minha cidade, fazendo locução de jogos
decisivos da nossa Várzea e já dando também os primeiros passos em uma emissora
AM participando em um programa de esportes e iniciando uma possível carreira de
comentarista esportivo. Lembro-me de uma
certa nostalgia nos primeiros domingos em que já tinha me afastado das lides
esportivas de repórter varzeano. Acho que isso também aconteceu com os
primeiros discípulos que largaram na praia o barco e as redes.
Isso acontece porque olhamos só o Débito e não temos noção, naquele
primeiro momento, dos grandiosos Créditos que o Senhor nos dará. Posso
testemunhar com alegria, sinceridade e Fidelidade que, decorridos mais de 30
anos desses episódios anteriores a minha ordenação, sinto-me plenamente
realizado porque o Trabalho de Comunicação acabou vindo a ser uma diakonia
dentro do meu Ministério onde respondo pela Coordenação da Pascom
arquidiocesana, como responsável direto pelo Portal, pelo Jornal Arquidiocesano
edições impressas e online. É inexplicável a alegria que sinto ao fazer esse
trabalho, posso dizer que consegui unir o útil ao agradável, pois, atuar na
área de comunicação na vida civil, já me alegrava, agora então, atuando no seio
da nossa Mãe Igreja, a alegria é redobrada. Se eu insistisse na carreira de
Comunicação, não seria um bom profissional.
Deus Pai presente em Jesus Cristo, nos carismas do Espírito Santo,
nunca vai nos chamar para fazer algo para o qual não temos a mínima inclinação,
mas dentro do próprio carisma vai pedir de nós uma renúncia, um deixar algo
para trás, algo que gostamos muito de fazer. Em uma linguagem bem popular, não se trata aqui de “Trocar seis por meia dúzia”, pois quando descobrimos o que
Deus quer de nós, no mesmo lugar onde estamos, e com o carisma que dele
recebemos, sempre saímos no lucro, deixamos “pouco” e ganhamos “muito”.
Evidentemente que o retorno é total e completo, pois não se restringe a esta
Vida Terrena, mas a supõe, como caminho para a Plenitude de uma Vida Eterna,
quando daí sim, nos realizaremos de maneira perfeita como pessoas e como Filhos
e Filhas de Deus.
Os que se realizam, ou pensam se realizar sem essa opção pelo Reino
de Deus e pela adesão total a Jesus Cristo, são os “Primeiros” citados nesse
evangelho, que buscam desfrutar o máximo dessa vida, sem se importar com a
possibilidade de uma outra, super melhor, e os “Últimos” são os que,
pacientemente, com muita Fé, vão construindo a História, vivendo intensamente
esta Vida, com todas as alegrias que ela pode nos oferecer, mas muito
conscientes de que o “Melhor” ainda está por vir. Diácono José da Cruz –
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim- SP – Email cruzsm@uol.com.br)
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